Poliomielite: Petrópolis está muito abaixo da meta de vacinação

27 de setembro de 2022
Poliomielite: Petrópolis está muito abaixo da meta de vacinação

Os dados oficiais da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que começou em 8 de agosto e foi prorrogada até a próxima sexta-feira (30), revelam que em 2022 a adesão à vacina ainda é baixa. Até 26/09, somente 52% das crianças entre um e quatro anos – público-alvo da campanha – recebeu o reforço da vacina contra a doença no Brasil. Em Petrópolis, a estimativa populacional para a faixa etária alvo dessa campanha é de menos de 15 mil crianças menores de cinco anos.

“De acordo com os dados mais recentes do DATASUS, temos 14.395 crianças menores de cinco anos em Petrópolis e a meta é imunizar 95% delas. No entanto, até o momento só conseguimos atingir um número muito baixo de doses de vacinas aplicadas para crianças de um ano (1010), dois anos (906), três anos (1034) e quatro anos (1.065). Fazendo o somatório, deram 4.015 crianças imunizadas. Estamos muito distantes de atingir o número total do público que necessita tomar a vacina. A Secretaria Municipal de Saúde terá que fazer um esforço para uma busca ativa dessas crianças. Ou seja, em um universo de quase 15 mil crianças, a gente imunizou pouco mais de 4 mil. Estamos muito longe da meta estabelecida da pólio, que é de 95% dessa população para evitar que o vírus volte a circular no país”, explica a pesquisadora Patrícia Boccolini, do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social (NIPPIS) do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto / Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), em parceria com a Fiocruz, responsável pela pesquisa.

Nesta campanha de vacinação, que será encerrada essa semana, Petrópolis conta apenas com 29,37% do público-alvo esperado imunizado. A pesquisadora destaca que o vírus da poliomielite é endêmico em muitos países, isso significa que há a possibilidade de acontecer casos no Brasil, uma vez que a população não está sendo devidamente imunizada. Recentemente, os Estados Unidos precisaram entrar em estado de emergência por conta do registro de um caso da doença no estado de Nova York.

“Enquanto a doença não for erradicada no mundo existe um risco real de um país ou continente ter casos importados e o vírus pode voltar a circular em seu território. Por isso é fundamental imunizar as crianças e atingir a meta de cobertura vacinal. Essa doença pode levar a criança ao óbito, além de poder causar sequelas avassaladoras como problemas respiratórios e ao atingir o sistema nervoso ataca os neurônios motores e pode provocar paralisia dos membros inferiores. Teve um caso recente em Nova York, que inclusive colocou os Estados Unidos em estado de emergência, pois foi o primeiro caso notificado de poliomielite em mais de uma década. O vírus também foi detectado no esgoto após coletas de amostras realizadas no estado e com isso as autoridades de lá reforçaram a necessidade de vacinação visto que a cobertura vacinal é baixa. Então, a gente não pode permitir que aconteça algo assim aqui também”, salienta a pesquisadora.

A especialista ainda frisa que não existe tratamento para a poliomielite e muito menos remédios contra o vírus. A única forma de proteção é a vacina. A medida certeira que precisa ser adotada contra a doença é a conscientização da população em relação a importância da vacinação em massa das crianças no mundo inteiro, como a única forma de garantir que esse vírus não cause problemas graves na vida das crianças.

“Depois do saneamento básico, a tecnologia em saúde que mais diminuiu a mortalidade infantil no mundo foi a vacinação. A paralisia infantil é uma doença que foi eliminada do Brasil em 1990, graças a boa cobertura vacinal que tivemos. A maioria da população atual nunca viu um caso de pólio e talvez seja por isso que as pessoas não tenham noção da realidade cruel causada por esse vírus. Precisamos bloquear a entrada da doença no Brasil e para isso é importante mantermos uma boa cobertura vacinal, pois atualmente as pessoas se deslocam de um lugar para o outro de forma rápida e fácil. As doenças também se propagam com uma velocidade incrível. Precisamos ter o mesmo compromisso que tínhamos antigamente com o “Zé Gotinha”. Não queremos ver nossas crianças com atrofias musculares, levando a dificuldade de andar, paralisias, inclusive da musculatura respiratória, dificuldade na fala e, às vezes, até na deglutição. Portanto, os pais devem ter esse compromisso com os seus filhos e com as futuras gerações”, destaca a Drª Cláudia Vilardo, médica pediatra e professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP).

O Brasil registra sucessivas quedas na taxa de vacinação contra a poliomielite desde 2016 e diante do cenário de pandemia, a situação se agravou. Em 2021, o país registrou a pior cobertura dos últimos 25 anos, quando menos de 75% dos bebês foram imunizados. O levantamento é do VAX*SIM, estudo que cruza grandes bases de dados para investigar o papel das mídias sociais, do Programa Bolsa-Família e do acesso à Atenção Primária em Saúde na cobertura vacinal em crianças menores de cinco anos. A pesquisa é coordenada pelo Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância, iniciativa conjunta do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Em 1994, o Brasil e outros países das Américas receberam o certificado de país livre da pólio. A paralisia infantil é uma doença que deixa graves e irreversíveis sequelas. Infelizmente, estamos vivendo um risco de vê-la ser reintroduzida no Brasil devido a baixa cobertura vacinal. Para que a população esteja protegida é necessária uma cobertura de 95% da população. Na África, a doença já voltou. Enquanto existir poliomielite em algum lugar do mundo, sempre haverá o risco de reintrodução da doença. Por isso, não podemos baixar a guarda”, finaliza a pediatra.

Em 2020, o relatório da Comissão Regional para a Certificação (RCC) da Erradicação da Poliomielite nas Américas (OPAS/OMS) expressou preocupação com a possibilidade de reintrodução do poliovírus no Brasil. O país passou a integrar a lista de alto risco para a doença, ao lado da Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela.

 

25 de setembro de 2025
Seis alunos do curso de pós-graduação em Dermatologia da UNIFASE/FMP, realizado no Serviço de Dermatologia Tropical do Hospital Central do Exército/HCE, marcaram presença no congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV/2025), realizado entre os dias 17 e 20 de setembro, em Paris, França. Neste evento, são discutidos diagnóstico, tratamentos avançados das doenças da pele, anexos e mucosas, com diversos especialistas da Europa e das Américas, com trocas de experiências na clínica, pesquisa e nas inovações. Danilo Marins, Isabela Anuda Brum de Andrade, Isabela Freire Pedrini, Letícia Silva Andrade, Millena de Freitas Ribeiro e Flávia Pina apresentaram pôsteres e relatos de casos clínicos que chamaram a atenção pela relevância e pelo impacto na prática médica. Entre os temas apresentados, estiveram: Líquen plano ungueal isolado em um paciente idoso: uma verdadeira emergência ungueal Mpox no Brasil: apresentação clínica, investigação diagnóstica e manejo do paciente Ceratose liquenóide crônica: um caso raro com depressões palmares Caso raro de granuloma glúteo infantil associado a tinea incognita em criança pequena: desafios de diagnóstico e implicações para a prática clínica Infiltração cutânea atípica de mieloma múltiplo: relato de caso Neurofibromatose segmentar suspeita em um homem adulto: um dilema diagnóstico em lesões nodulares cutâneas Dermatose cinzenta em uma criança: um caso raro e desafio diagnóstico Nesta edição do congresso foram realizadas mais de 180 sessões científicas, com 600 palestrantes internacionais e dezenas de apresentações de trabalhos. O congresso foi palco para a difusão do conhecimento e o avanço científico em dermatologia. A importância da participação dos pós-graduandos neste evento reforça a qualidade e abrangência da formação oferecida pelo Serviço de Dermatologia Tropical do HCE/UNIFASE/FMP. Sobre o curso Coordenado pela professora Leninha Valério do Nascimento, PhD em Dermatologia, o curso de Pós-graduação em Dermatologia da UNIFASE/FMP tem duração de 36 meses (5.940 horas) e é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A formação combina aulas teóricas e práticas, com destaque para o atendimento supervisionado em ambulatórios e na enfermaria de Dermatologia do Hospital Central do Exército (RJ), proporcionando uma vivência clínica completa. O processo seletivo inclui prova objetiva de conhecimentos médicos gerais e inglês, análise curricular e entrevista. Mais informações: www.unifase-rj.edu.br/posgraduacao/dermatologia
24 de setembro de 2025
A UNIFASE marcou presença no encontro de reativação do Grupo de Trabalho para revisão do Guia de Pontos de Apoio, realizado na última terça-feira (23). A professora Lívia Teixeira, coordenadora do Projeto Comunidade que Cuida da Vida e das Unidades de Saúde da Família geridas pela UNIFASE/FMP (Estrada da Saudade, Nova Cascatinha, Boa Vista e Machado Fagundes), agora também passa a integrar oficialmente o grupo. O convite para sua participação está diretamente ligado à parceria entre o Projeto Comunidade que Cuida da Vida e a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil (SEMPDEC). A iniciativa, coordenada pela Prefeitura de Petrópolis, tem como objetivo atualizar os protocolos de mobilização, acolhimento e desmobilização dos pontos de apoio em caso de chuvas intensas na cidade, fortalecendo a integração entre as áreas de saúde, educação, assistência social e defesa civil. O Guia de Pontos de Apoio foi elaborado para garantir a organização e eficiência na gestão dos locais de acolhimento em situações de emergência. Atualmente, o município conta com 68 pontos de apoio, distribuídos nos cinco distritos: Petrópolis, Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e Posse.
24 de setembro de 2025
O pneumologista Marcus Conte, Professor Titular de Pesquisa Clínica e coordenador do Curso de Pós-graduação em Medicina Legal e Perícia Médica da UNIFASE/ FMP, foi um dos colaboradores da 9ª edição do livro Semiologia Médica do Porto (Celmo Celeno Porto e Arnaldo Lemos Porto), lançado em agosto de 2025 pela editora Guanabara Koogan. A obra, referência nacional, segue como o livro de semiologia médica mais adotado pelas faculdades de Medicina no Brasil, incluindo a Faculdade de Medicina de Petrópolis. O professor Marcus colabora desde a 7ª edição, em 2013, no capítulo dedicado ao Sistema Respiratório. Sua participação nessa importante obra demonstra o compromisso da UNIFASE/FMP com a produção científica de excelência e a formação médica qualificada. “A semiologia médica é o estudo e a interpretação dos sinais e sintomas que são a base do conhecimento médico necessário para o diagnóstico e, consequentemente, tratamento adequado das doenças. São técnicas muito específicas e, por vezes, sutis que visam a coleta adequada dos dados de forma a permitir o raciocínio clínico que leva ao diagnóstico correto”, destacou o professor Conte. O livro híbrido "Semiologia Médica de Porto & Porto 2025" vai muito além de uma leitura acadêmica, ele é a base da prática clínica e já ajudou na formação de muitas gerações de médicos de excelência em todo o país. Nesta nova edição, o conteúdo foi atualizado com aprimoramentos didáticos e avanços tecnológicos, organizados de forma a facilitar o aprendizado. Cada parte da obra inicia com os fundamentos de anatomia e fisiologia, segue para a análise dos sinais e sintomas e, em seguida, aborda os exames complementares e as principais doenças de cada sistema. O objetivo permanece o mesmo: preparar médicos para exercer uma medicina científica e humanizada, onde o exame clínico é insubstituível como ponto de partida para o diagnóstico preciso e para o cuidado integral do paciente. Como acessar o livro Semiologia Médica Porto 2025? Se você é aluno ou professor da UNIFASE/FMP, procure a Biblioteca e solicite seus dados de login e senha (E-mail: biblioteca@unifase-rj.edu.br) na plataforma Minha Biblioteca. A consulta pode ser feita a qualquer hora do dia, em qualquer lugar, podendo utilizar seu computador, notebook, tablet ou smartphone.