Tudo o que você precisa saber sobre o Sarampo

4 de novembro de 2019
Tudo o que você precisa saber sobre o Sarampo

Em 2016, o Brasil comemorava um grande marco para a história da saúde do país: a erradicação do Sarampo. Com um certificado da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), foi declarado que esta era a primeira região das Américas a se ver livre dessa doença em todo o mundo.

Porém, o que parecia ser uma conquista, menos de três anos depois transformou-se em uma derrota. O Brasil passa por uma epidemia de Sarampo! São Paulo é o estado mais atingido e já registrou 13 óbitos causados pela doença e mais de 7.591 casos confirmados.

De acordo com o Ministério da Saúde, os outros estados mais atingidos são Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais, mas há casos espalhados por todo o País. Devido ao surto de Sarampo, o Brasil perdeu o certificado da Opas.

 

O que é o Sarampo?

 

O Sarampo é uma virose (ou seja, causada por um vírus), infecciosa, altamente contagiosa e que pode ser contraída durante qualquer idade da vida.

“Não é uma doença de pele como muitos acreditam, por ouvir dizer, diante das manchas vermelhas entre os sintomas”, explica Paulo Cesar Guimarães, médico pediatra e infectologista, professor e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis.

A disseminação do vírus é feita de forma direta, ou seja, de pessoa para pessoa, por meio de secreções expelidas pela pessoa contaminada como, por exemplo, pela tosse, espirro, respiração e também pela fala.

 

 

 

Quais são os sintomas da doença?

 

O Sarampo possui sintomas parecidos com os de uma doença respiratória. Os primeiros sinais de contaminação a aparecer são febre alta (acima de 38,5º), com duração de vários dias, tosse contínua, irritação nos olhos, mal-estar intenso e nariz entupido ou escorrendo secreção, assim como manchas brancas dentro da bochecha.

Alguns dias após os primeiros sintomas, ainda é possível que apareçam manchas vermelhas na pele, surgindo na cabeça (face e atrás das orelhas) e se espalhando para o resto do corpo.

Lembrando que os sintomas surgem de 10 a 12 dias após o primeiro contato com o vírus.

 

Como é o tratamento do Sarampo?

 

Não existe um tratamento específico para a cura do Sarampo. Essa doença é tratada por meio da contenção dos sintomas manifestados pelo paciente.

Por isso, o foco do tratamento é conter o quadro de febre, aliviar possíveis dores, assim como tratar qualquer complicação que possa surgir.

Por exemplo, caso o paciente tenha “apenas” febre, manchas e alguns sintomas mais simples, a indicação é manter uma boa hidratação e alimentação, além de tentar diminuir a alta temperatura do corpo. Já quando a doença passa para um estágio mais avançado, com diarréia ou pneumonia, o tratamento será focado em lidar com as doenças que se desenvolveram por meio do Sarampo.

O que é fundamental no tratamento é procurar sempre o serviço de saúde e seguir todas as recomendações do médico!

 

 

Qual é a importância da vacinação?

 

Apesar de não ter tratamento, a melhor forma de evitar a contaminação e a epidemia da doença é por meio da vacinação. A vacina responsável pela imunização da doença é a Tríplice Viral, também responsável por proteger contra a caxumba e a rubéola. Essas doses prometem a eficácia em 97% dos casos.

Durante toda a vida, recomenda-se receber duas doses da vacina, seguindo a divisão:

 

  • Primeira dose: a partir do 12° mês de vida da criança;
  • Segunda dose: entre os 15 e 24 meses de vida da criança.

 

Anteriormente, os surtos de Sarampo haviam sido contidos devido à grande campanha de vacinação em todo o Brasil. Entretanto, além da distribuição da vacina, um fator muito importante contribuiu para essa conquista: a conscientização da importância da vacinação.

A volta do sarampo serve para nos mostrar o quanto o ser humano é complexo e contraditório. A mesma pessoa capaz de se conectar com o mundo a todo minuto volta à treva das cavernas com medo de vacinas”, critica o médico pediatra e infectologista.

 

Curiosidade: Você sabia que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece um dos melhores programas de imunizações do mundo? O Programa Nacional de Imunização (PNI) oferece gratuitamente 27 vacinas a toda a população brasileira, independente da faixa etária. 

 

Em 2018, o número de casos de Sarampo no Brasil foi de 10.330 e 2019 já está próximo de chegar a esse número, porém com muito mais mortes registradas (no ano passado, 12 pessoas faleceram devido à doença).

Para diminuir os casos no País, o Ministério da Saúde está realizando uma campanha nacional de vacinação contra o Sarampo. Mas, para essa medida funcionar, é preciso que as pessoas estejam em alerta sobre a importância da vacina.

“Vacinar ou não vacinar deixa de ser um dilema quando a vida do outro também está em risco. Sarampo se espalha rápido. É irresponsabilidade mandar uma criança para a escola sem a proteção devida ou ir trabalhar podendo passar o vírus nos transportes coletivos e para os colegas. Isso só para utilizar o exemplo da doença infecciosa e contagiosa que aflige o mundo, se espalhou por São Paulo e avança em outros estados”, reforça o prof. Paulo Cesar.

 

3 dúvidas mais frequentes sobre o Sarampo

 

  • Por que o Sarampo voltou ao Brasil?

 

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil não registrava casos de epidemia de Sarampo desde o ano 2000. Entre 2013 e 2015 aconteceram duas crises, no Ceará e em Pernambuco, de casos importados, ou seja, a doença veio de fora do País. Porém, em 2018, o Sarampo voltou na região Norte (atingindo os estados do Amazonas, Roraima e Pará) e em São Paulo, trazida por pessoas que foram infectadas em Malta, Venezuela, Noruega e Israel.

 

 

  • Quais são as complicações do Sarampo?

 

“O vírus do sarampo pode levar a uma encefalite, que é infecção e inflamação no encéfalo, e, também, provocar um processo pneumônico grave, além de problemas sistêmicos preocupantes”, adverte o diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis. Além disso, o agravamento da doença pode levar à morte.

 

  • Sou vacinado contra o Sarampo. Preciso me vacinar de novo?

 

Caso você já tenha sido vacinado contra o Sarampo no período recomendado, não é preciso vacinar-se novamente. Está em dúvida se já recebeu todas as doses indicadas? Leve a sua Caderneta de Vacinação ao Posto de Saúde mais próximo da sua residência e peça para que um funcionário da área da saúde verifique se você precisa receber a vacina ou não.

 

Crédito das imagens: Agência Brasil

29 de outubro de 2025
Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves. 
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