Diagnóstico de Transtornos Mentais: Entre a Complexidade e o Excesso

6 de março de 2025
Diagnóstico de Transtornos Mentais: Entre a Complexidade e o Excesso

Equipe multiprofissional e qualificada é imprescindível para o diagnóstico correto

O diagnóstico de transtornos mentais é um processo complexo que exige precisão, conhecimento e uma abordagem multidisciplinar. Dados do Ministério da Saúde indicam que entre 10% a 20% das crianças e adolescentes sofrem de transtorno mental, muitos dos quais permanecem sem um diagnóstico formal por anos, comprometendo seu desenvolvimento e qualidade de vida. A dificuldade de identificar corretamente esses transtornos pode resultar tanto na subestimação de um problema real quanto no excesso de diagnósticos, levando a tratamentos desnecessários, como relata a neurologista e professora da UNIFASE/FMP, Carla Gikovate. 


“O diagnóstico é muito útil na medida que ele oferece a oportunidade de você ter tratamentos adequados. Então, não ter um diagnóstico de algum transtorno relacionado com o desenvolvimento infanto-juvenil pode privar a criança, não só das intervenções, quanto das orientações para família e para a escola. Pais que compreendem as características do filho certamente vão conseguir lidar com isso de forma muito melhor. Agora, diagnósticos errados trazem para criança um estigma e uma identidade relacionada com um transtorno que ela não tem, e isso é muito ruim porque a criança cresce com a visão de que determinadas características são problemas a se resolver, o que muitas vezes não é verdade.

Infelizmente a gente padece dos dois maus. Na verdade, existem dificuldades de acesso ao especialista para receber o diagnóstico correto e existem muitos diagnósticos errados atualmente principalmente de autismo e de TDAH também”, explica a Dra. Carla.


Com a crescente conscientização sobre saúde mental, torna-se fundamental discutir a diferença entre traços de personalidade e transtornos. Nem todo comportamento diferente ou desafiador indica um transtorno mental. Muitas características fazem parte da diversidade comportamental humana e não representam necessariamente um problema clínico. Levar a criança nas consultas regulares ao médico pode ajudar quando houver alguma dúvida sobre o desenvolvimento infanto-juvenil.


“É importante que a família tenha um pediatra que acompanha a criança não somente quando a criança está doente, porque quando a criança fica doente, por vezes, não é um bom momento para avaliar o desenvolvimento e o comportamento. Então, que sejam feitas consultas regulares para que o pediatra ou o médico de família consiga avaliar a criança em um momento ativo, para poder ver o desenvolvimento motor, da linguagem, da sociabilidade e até das habilidades acadêmicas. Se o profissional que acompanha a criança, percebe que existe algum atraso do desenvolvimento típico, como, por exemplo, uma criança não andar com 18 meses, ou não sentar com 9 meses, ou não falar nenhuma palavra com um ano e meio, vale a pena uma avaliação mais detalhada ou o encaminhamento para o especialista. A melhor pessoa para fazer esse julgamento é o pediatra que acompanha a criança”, explicou ela.


Ter um diagnóstico correto é apenas o primeiro passo. O tratamento adequado é fundamental para garantir qualidade de vida e bem-estar ao indivíduo. Cada caso deve ser tratado de forma individualizada, considerando aspectos emocionais, sociais e biológicos. O acompanhamento multiprofissional é essencial nesse processo, envolvendo psiquiatras, neurologistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogas, fonoaudiólogos e outros especialistas, conforme a necessidade. Esse monitoramento permite ajustes no tratamento e garante que a evolução do paciente seja acompanhada de perto.


“Então, o diagnóstico dos transtornos relacionados ao comportamento e ao desenvolvimento é um diagnóstico totalmente clínico. Não existe nenhum exame complementar, nem um exame de laboratório. A avaliação é clínica feita em consultas, onde nós juntamos dados referentes ao que a família nos conta com os relatórios escolares e as observações no consultório. A equipe multidisciplinar é fundamental, porque cada especialidade traz o seu olhar, traz um conhecimento na parte de orientação específica. Esse trabalho em conjunto é de grande valia para avaliação dos transtornos do neurodesenvolvimento”, explica a neurologista.


Pensando nisso, a UNIFASE/FMP está com as inscrições abertas para o curso de atualização “Desenvolvimento, Comportamento e Saúde Mental Infantojuvenil: da Prevenção à Ação”. O curso começa em abril e tem duração de 4 meses. Visa capacitar profissionais das áreas de saúde e educação para identificar sinais iniciais de dificuldades relacionadas à saúde mental infantojuvenil, incluindo aspectos do desenvolvimento e comportamento, realizar avaliações preliminares e fornecer orientações essenciais às famílias, favorecendo o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes. 


“O curso tem como objetivo central a atualização baseada em evidência e discussões de situações clínicas do dia a dia de todos nós, com olhar multiprofissional e troca de discussão frequente”, finaliza a professora.



Mais informações sobre o curso você encontra em https://www.unifase-rj.edu.br/curso-atualizacao/desenvolvimento-comportamento-e-saude-mental-infantojuvenil


15 de setembro de 2025
No Brasil, 20 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência. Só em Petrópolis, são mais de 80 mil pessoas, segundo o IBGE. Embora o número represente 31% da população, a falta de acessibilidade ainda é um problema comum. Um desafio para gestores públicos e privados, conforme apontado pelo arquiteto Eduardo Ronchetti, durante encontro realizado na Sala Arthur de Sá Earp Neto, na UNIFASE/FMP. “A deficiência não está nas pessoas. Está na largura da porta, no degrau, na falta da tradução para o braile, na ausência de sinalização. Precisamos eliminar as barreiras físicas para fazer valer o direito de ir e vir com igualdade”, afirmou o arquiteto, convidado pelo projeto INcluir Petrópolis para falar sobre acessibilidade arquitetônica e apontar caminhos para a Cidade Imperial - histórica e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Segundo o coordenador de Extensão da UNIFASE/FMP, Ricardo Tammela, ser palco de discussões tão importantes e poder refletir sobre possibilidades de melhorias é uma honra: “A sociedade é plural e é isso que torna a convivência social tão rica. Respeitar essa pluralidade e fornecer elementos para que todos possam se desenvolver com equidade é o único caminho possível em busca de um futuro digno para todos. A promoção da inclusão depende de uma mudança de cultura que começa em cada um de nós, rompendo estigmas e preconceitos, mas exige ações concretas”, declarou Tammela, citando o trabalho já realizado pela Comissão de Acessibilidade ( https://www.unifase-rj.edu.br/acessibilidade ) na instituição para a garantia dos direitos das pessoas com deficiência. Promovido pela Ong INcluir Petrópolis, em parceria com a Prefeitura de Petrópolis, o evento teve como objetivo abrir o diálogo sobre as possíveis soluções de adaptação de espaços históricos para promover a inclusão, mas também fortalecer o turismo e a economia local. “Nossa intenção é assegurar que moradores e visitantes possam usufruir plenamente da cidade, com oportunidade para todos e ter o direito de ir e vir garantido”, explicou Chen Li Cheng, presidente da Ong, recebeu recentemente o título de Utilidade Pública da Câmara Municipal de Petrópolis. “O INcluir Petrópolis entende que a acessibilidade é um fator essencial de equidade para qualquer cidade. Trazer o arquiteto e consultor Eduardo Ronchetti reforça nosso compromisso com a missão de transformar vidas por meio da inclusão, sempre com respeito, sustentabilidade e justiça social”, destaca Chen Li Cheng, destacando que Ronchetti é uma das maiores referências nacionais em acessibilidade, autor de quatro livros e responsável por mais de 800 projetos em todo o Brasil. Desde novembro de 2024, a UNIFASE/FMP mantém uma parceria com o Projeto INcluir para a captação de óleo de cozinha usado. O resíduo arrecadado tem destinação correta e o valor arrecadado é revertido em ações de inclusão social promovidas pelo projeto. Para facilitar o acesso, seis ecopontos foram disponibilizados: Campus Barão, no Ambulatório Escola, no PSF Estrada da Saudade, no PSF Machado Fagundes, no PSF Boa Vista e PSF Nova Cascatinha. Para participar, basta trazer o óleo de cozinha usado em embalagem plástica com tampa de rosca de qualquer tamanho. A entrega pode ser feita de segunda a sexta, de 8h às 18h, no campus Barão, e de 8h às 17h (com intervalo de almoço de 12h às 13h), nas demais unidades.
15 de setembro de 2025
Faculdade de Medicina de Petrópolis é uma das três instituições do Estado do Rio com selo de qualidade SAEME e está entre as melhores escolas médicas do Brasil.
12 de setembro de 2025
Em celebração ao Dia do Administrador, o corpo docente e os egressos do curso de Administração da UNIFASE foram homenageados no dia 8 de setembro, durante uma sessão solene realizada na Câmara Municipal de Petrópolis. A iniciativa, proposta pelo vereador Tiago Damaceno, reconheceu a importância da instituição e de seus profissionais para a formação de gestores comprometidos com a sociedade.  Legenda: Aluisio Pinheiro, diretor do Ambulatório Escola da UNIFASE/FMP; Ana Maria Auler, coordenadora do curso de Administração da UNIFASE; Calebe Leite, egresso do curso de Administração da UNIFASE; Fátima Lima, professora do curso de Administração da UNIFASE; Marcelo Silveira, egresso do curso de Administração da UNIFASE; Thiago Damaceno, vereador; Thiago Pires e Wellington Gusmão, egressos do curso de Administração da UNIFASE.