Observa Infância promove roda de conversa na Semana Científica da UNIFASE/FMP

24 de outubro de 2022
Observa Infância promove roda de conversa na Semana Científica da UNIFASE/FMP
Os coordenadores do Observa Infância (Fiocruz/UNIFASE), Patricia Boccolini e Cristiano Boccolini, participam nesta sexta-feira, 28 de outubro, de 14h às 16h, da roda de conversa Conflito de interesses e alimentação infantil, no Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/ Faculdade de Medicina de Petrópolis (Av. Barão do Rio Branco, 1003 – Petrópolis/RJ). O evento faz parte da programação da XXVIII Semana Científica UNIFASE/FMP, que acontece entre 25 e 28 de outubro no âmbito da 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).

“A conversa é voltada especialmente para alunos e profissionais de Medicina e Nutrição, que ao atuar no atendimento de bebês e crianças passam a ser alvo de assédio por parte da indústria de alimentos. A oferta de patrocínios e benefícios dessa indústria a profissionais da saúde infantil pode gerar uma situação de conflito de interesses”, afirma Patricia Boccolini, que também é professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP).

O conflito de interesses se caracteriza quando profissionais de saúde recebem benefícios que podem ter impacto em suas decisões no momento de dar orientações a seus pacientes. Um exemplo é o custeio de participações em eventos acadêmicos por parte da indústria de alimentos e substitutos do leite materno.

Cristiano Boccolini é o coordenador nacional do estudo Multi-NBCAL, um inquérito multicêntrico que entrevistou  217 profissionais de saúde em hospitais com maternidade de 6 cidades brasileiras: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Ouro Preto (MG), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB) e Brasília (DF).

A pesquisa mostrou que 7 de cada 10 pediatras entrevistados recebem patrocínio da indústria de substitutos do leite materno durante eventos científicos. Entre nutricionistas, essa proporção é de 2 a cada 5 e entre fonoaudiólogos, 1 a cada 3. Os resultados completos estão disponíveis no artigo Assédio da indústria de alimentos infantis a profissionais de saúde em eventos científicos.

Essas práticas são vedadas pela Lei 11.265/2006, que promove e protege o aleitamento materno no Brasil. De acordo com a lei, fabricantes e distribuidores de fórmulas infantis, fórmulas para crianças de primeira infância, leites, alimentos de transição e produtos de puericultura correlatos não podem conceder patrocínios financeiros ou materiais a pessoas físicas. O Decreto 9.579/2018, que regulamenta a lei, define patrocínio como o custeio de materiais, pesquisas, eventos ou custeio de profissionais de saúde para participação em atividades.

Sobre o Observa Infância:

O Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância é uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia Boccolini e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (UNIFASE), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.

Patricia Boccolini – Possui graduação em Ciências Sociais (2002) e História (2007) pela Universidade Federal Fluminense. Concluiu o mestrado em Saúde Pública e Meio Ambiente pela ENSP/FIOCRUZ (2010). Doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2015). Tem experiência em pesquisa na área de saúde do trabalhador, doenças crônicas não-transmissíveis, bem como na avaliação de políticas públicas em saúde e sistemas de informação em saúde. Atualmente é pesquisadora e professora adjunta da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/UNIFASE) e Pesquisadora colaboradora do ICICT/Fiocruz.

Cristiano Boccolini – Pesquisador em Saúde Pública do Laboratório de Informação em Saúde (LIS/Icict) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), professor colaborador do Programa de Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz. Se graduou em Nutrição pela UFF, possui doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública (2012) pela ENSP/Fiocruz, com doutorado sanduíche na University of California – Berkeley. Possui experiência na área de Epidemiologia Social e Sistemas de Informação em Saúde, com ênfase Inquéritos em Saúde, além de Big Data e gerenciamento de grandes bancos de dados. Os temas mais recorrentes de estudo são: Saúde Materno Infantil, Epidemiologia Nutricional, Nutrição Materno-Infantil e Aleitamento Materno, incluindo outros temas, como políticas públicas de saúde, sistemas públicos de informação em saúde e séries temporais.

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Estudantes extensionistas da UNIFASE/FMP e da Universidade da República (UdelaR), do Uruguai, participaram de uma vivência imersiva no Quilombo Boa Esperança, em Areal/RJ. Entre os dias 14 e 20 de julho, os alunos se dedicaram a ações de escuta, troca de saberes e construção coletiva com os moradores da comunidade quilombola. “Como extensionista uruguaio, vivenciar a relação que a UNIFASE/FMP constrói com a comunidade quilombola nos inspira a aprofundar o diálogo de experiências e saberes em uma perspectiva regional. A UdelaR reconhece a importância da colaboração e da complementaridade para refletirmos sobre o papel da extensão universitária nas sociedades do conhecimento do século XXI”, destaca Kail Márquez García, professor da UdelaR. A atividade fez parte de um projeto de extensão que já acontece há mais de um ano e teve como foco o fortalecimento de vínculos, o reconhecimento das realidades do território e o aprendizado sobre o cuidado em sua dimensão mais ampla — afetiva, social e política. Ao longo da semana, os estudantes foram acolhidos pelas famílias da comunidade, que compartilharam não apenas suas rotinas, mas também seus saberes e histórias. Ao final da vivência, os participantes realizaram uma devolutiva à comunidade, reunindo reflexões e aprendizados construídos de forma coletiva. “Foram dias de troca profunda entre o quilombo e a cidade, onde a beleza da cultura encontrou a dureza da desigualdade. Mostramos nossa resistência, nossas dores e esperanças, e plantamos em cada visitante um olhar mais humano e consciente”, explica Danilo da Silva Barbosa, quilombola. A iniciativa reforça o papel da extensão universitária como espaço de formação integral, valorizando o diálogo com diferentes contextos e promovendo experiências transformadoras dentro e fora da sala de aula. Na UNIFASE/FMP, a extensão é parte viva da formação — criando pontes entre saberes e territórios. "Vivências como essa nos lembram que a universidade não deve apenas formar profissionais, mas cidadãos comprometidos com a realidade social e preparados para escutar e construir junto", comenta a docente de Extensão da UNIFASE/FMP, Gleicielly Braga.