Varíola dos macacos: o que precisamos saber sobre essa doença?

12 de agosto de 2022
Varíola dos macacos: o que precisamos saber sobre essa doença?

A Varíola dos macacos é uma doença infecciosa que tem assustado a população brasileira e já contabiliza mais de 250 casos no Rio de Janeiro, tendo sido registrados dois em Teresópolis, na Região Serrana do estado, até o momento. Diante do aumento no número de casos no Brasil, o infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), Dr. José Henrique Castrioto, esclarece algumas dúvidas sobre a doença.

O que é a Varíola dos Macacos?

Dr. José Henrique Castrioto – é uma doença infecciosa, causada pelo vírus Monkeypox, que pertence à mesma família do vírus que causava a varíola, doença erradicada na década de 80. É importante destacar que a varíola dos macacos é uma zoonose, ou seja, uma doença que infecta os seres humanos a partir de animais que estejam com o vírus.

Como acontece a transmissão?

Dr. José Henrique Castrioto – especialmente pelo contato pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões na pele de pessoas que estão contaminadas ou por objetos infectados. No caso das gestantes, é possível infectar também os bebês através da placenta.

Como se prevenir?

Dr. José Henrique Castrioto – é muito importante utilizar a máscara de proteção, uma vez que a transmissão pode ser feita também pelas gotículas das vias respiratórias. Além disso, evitar lugares fechados, contato físico por meio de relação sexual, beijos e abraços com pessoas que tenham lesões na pele, além de nunca tocar nas feridas e nas roupas dos pacientes. Higienizar bem as mãos diariamente, especialmente, ao ter contato direto com objetos comunitários, em ambientes públicos.

Em relação aos casos de transmissão através de uma relação sexual. Há um certo preconceito quando se fala em transmissão de varíola dos macacos por casais homoafetivos?

Dr. José Henrique Castrioto – independentemente de ser uma relação homoafetiva ou heterossexual, os riscos são os mesmos. A questão está se um dos envolvidos nessa relação sexual estiver infectado pelo vírus, sendo um agente transmissor da doença em potencial.

Quais são os principais sintomas dessa doença?

Dr. José Henrique Castrioto – O período de incubação do vírus é em torno de 07 a 21 dias. Após esse tempo, o paciente começa a apresentar dor de cabeça, febre alta, dor nas costas, mialgia, fadiga, cansaço em excesso e aumento dos glânglios linfáticos (uma caraterística dessa doença que se diferencia das demais). Cerca de três dias após o quadro febril, a pessoa começa a apresentar as bolhas (erupções) na pele.

Quando a pessoa deve buscar o auxílio médico?

Dr. José Henrique Castrioto – É importante salientar que ninguém está livre de contrair essa doença, caso tenha contato com uma pessoa infectada. Em Petrópolis, os pacientes devem buscar orientação médica nas Unidades Básicas de Saúde da Família ou nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). As gestantes e puérperas devem ir imediatamente para o Hospital de Ensino Alcides Carneiro. Geralmente, os casos identificados da doença são de quadros leves. Ao surgir os sintomas, a pessoa precisa buscar o atendimento médico e adotar as medidas preventivas de isolamento, para que não seja um agente de transmissão.

Como é feito o tratamento da doença?

Dr. José Henrique Castrioto – O tratamento da varíola dos macacos é baseado no controle dos sintomas que o paciente apresenta. No caso das lesões, o paciente pode apresentar dor e precisa tratar essas lesões para evitar infecções secundárias.

Grupos específicos necessitam de cuidados especiais e avaliação mais criteriosa, como as crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas, pois podem desenvolver sintomas mais graves, que levem ao óbito.

Existe a vacina contra a varíola dos macacos? Como o país pode se preparar melhor para imunizar a população e não sofrer com uma pandemia/endemia futura por conta dessa doença?

Dr. José Henrique Castrioto – Sim, existe vacina. O Ministério da Saúde já comprou alguns lotes que ainda não chegaram ao Brasil. A princípio, a vacina será administrada para os profissionais de saúde que atendem aos pacientes com a doença e grupos de maior risco. Acredito que o Ministério da Saúde deve ampliar essa estratégia com o passar do tempo.

As medidas de prevenção contra a COVID-19 e a varíola dos macacos são basicamente as mesmas. O senhor acredita que a população estará mais suscetível às doenças infecciosas a partir de agora? por quê?

Dr. José Henrique Castrioto – Sim, as medidas de prevenção contra COVID19 e a Varíola dos macacos são muito parecidas e a população deve mantê-las, até mesmo porque a pandemia de COVID ainda não terminou.

Sem dúvidas, a globalização das relações facilita a disseminação de doenças infecciosas em escala global e a possibilidade do surgimento ou ressurgimento de novas epidemias e pandemias, isso é uma realidade.

29 de outubro de 2025
Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves. 
28 de outubro de 2025
Evento reúne especialistas para debater avanços e desafios na saúde da mulher
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Com projeto sobre sustentabilidade UNIFASE/FMP conquista segundo lugar