Ministério da Saúde alerta para possível aumento de casos de dengue em 2025

4 de fevereiro de 2025
Ministério da Saúde alerta para possível aumento de casos de dengue em 2025

Professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) ressalta a importância da vacinação e das medidas contra a proliferação do aedes aegypti.



O início de 2025 trouxe preocupações para a saúde pública no Brasil, com o Ministério da Saúde emitindo um alerta sobre a possibilidade de um aumento significativo nos casos de dengue. O ano de 2024 já foi marcado por um cenário alarmante, com 6,6 milhões de casos de dengue registrados e cerca de 6 mil mortes em decorrência da doença. As projeções do ministério indicam que os primeiros meses de 2025 podem ser ainda mais críticos.

 

O professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), o pediatra e infectologista Felipe Moliterno ressaltou a importância da realização de um teste que confirme a doença.

 

“Quando possível, e tendo a suspeita, é interessante tentar a confirmação do diagnóstico, para saber se o paciente já teve dengue. Existe um teste com diagnóstico precoce, através de uma proteína do vírus que se chama NS1, que está disponível nas unidades públicas de saúde. Outro exame é feito após uma semana desde o início dos sintomas que é a sorologia para dengue, que tem os índices IGG e IGM aumentados”, explica o médico.

 

A preocupação do Ministério da Saúde se intensifica devido a recente circulação da variante do sorotipo 3 da dengue, que pode agravar a situação, uma vez que uma grande parte da população não possui imunidade a esse tipo. O doutor Felipe explica porque a reincidência da doença pode ser mais grave.

“Esse alerta do Ministério da Saúde é importante porque não há um histórico recente da circulação do sorotipo 3 da dengue no país. O problema é que existem 4 sorotipos da doença, e a imunidade é específica para cada um deles. Então, se não temos um histórico de sorotipo 3 significa que mesmo pessoas que já tiveram dengue no passado provavelmente não foi por esse sorotipo, logo não estão imunes. Com isso, com a entrada desse sorotipo no Brasil podem ocorrer um grande número de casos de dengue e toda vez que ocorre uma reinfecção de outro sorotipo aumenta a chance de evoluir para um quadro mais grave da doença”, alerta o infectologista.
 

A vacina é uma das principais ferramentas de combate à dengue e foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) no final de 2023. O imunizante está disponível gratuitamente pelo SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, essa é a faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue após os idosos. A vacina ainda não foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aplicação em pessoas acima de 60 anos.


“A vacina disponibilizada atualmente, com 2 doses e 3 meses de intervalo é extremamente eficaz e possui uma ampla cobertura para os 4 sorotipos. O Ministério da Saúde observou, em epidemias anteriores, que no Brasil os principais grupos de risco, com internações e até óbitos eram os idosos e os adolescentes entre 10 e 14 anos. Porém, a vacina não foi licenciada para aplicação em pessoas maiores de 60 anos nesse momento, por isso, o grupo dos idosos, que seria o de maior risco não foi contemplado. Sendo assim, como não tem vacina disponível para todas as faixas etárias, o Ministério da Saúde usou o segundo grupo com maior histórico de complicação”, explicou ele.


O professor da UNIFASE/FMP, doutor Felipe Moliterno destacou ainda que uma nova vacina nacional, do Instituto Butantan, está em fase final de validação junto a Anvisa. Se aprovado, o imunizante vai ser o 1º no mundo com dose única.


“Existe a perspectiva da vacina nacional contra a dengue desenvolvida pelo Butantan, que vai ser eficaz para os 4 sorotipos e com dose única. Isso gera uma expectativa de melhora na cobertura vacinal contra a dengue, o que é maravilhoso!”, finalizou o médico.


A vacina contra a dengue também está disponível gratuitamente no Ambulatório Escola da UNIFASE que fica na rua Rua Hyvio Naliato, 869 - Cascatinha, e funciona de segunda a sexta-feira, das 08h às 16h. Para vacinar não é preciso agendar atendimento, basta levar o cartão de vacinação e um documento de identificação.


Como se proteger da dengue

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. Os sintomas incluem febre alta, dores musculares e articulares, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas e, em casos mais graves, pode levar à dengue hemorrágica, que é potencialmente fatal.


Diante do alerta do Ministério da Saúde, é fundamental que a população adote medidas de prevenção para evitar a proliferação do mosquito e a transmissão da doença. Algumas dicas incluem:


1. Eliminar locais de água parada: Verifique e elimine recipientes que possam acumular água, como pneus, garrafas e pratos de plantas.
2. Manter caixas d'água bem fechadas: Isso impede que os mosquitos tenham acesso a um local de reprodução.
3. Usar repelentes: Aplique repelentes na pele exposta e em roupas, especialmente em áreas onde há maior incidência de mosquitos.
4. Instalar telas em janelas e portas: Isso ajuda a manter os mosquitos fora de casa.
5. Fazer uso de mosquiteiros: Especialmente em áreas onde a incidência de dengue é alta.

 

29 de outubro de 2025
Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves. 
28 de outubro de 2025
Evento reúne especialistas para debater avanços e desafios na saúde da mulher
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Com projeto sobre sustentabilidade UNIFASE/FMP conquista segundo lugar