Laboratório de Representações Sociais e Saúde da UNIFASE promove bate-papo sobre as transformações no cuidado em saúde

20 de abril de 2023
Laboratório de Representações Sociais e Saúde da UNIFASE promove bate-papo sobre as transformações no cuidado em saúde

Desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão sobre os processos de subjetivação e produção de representações são as propostas do Laboratório de Estudos em Representações Sociais e Saúde do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE) que, recentemente, promoveu um bate-papo com a pesquisadora Drª Maria Cristina Chardon, da Universidad Nacional de Quilmes, da Argentina, sobre as Representações Sociais e cuidados: os sujeitos, as práticas e as instituições. 

“Temos um convênio com a Universidade Nacional de Quilmes e queremos estreitar ainda mais esses laços, a partir de cursos on-line, intercâmbio de estudantes e de docentes. Encontros como este criam muitas oportunidades para que os futuros profissionais possam conhecer questões, noções, conceitos e constructos que importam à prática profissional. Além disso, ter contato com uma pesquisadora de outro país, com outra abordagem sobre questões com as quais lidamos também no Brasil, oferece a possibilidade de ampliarmos a percepção sobre os problemas que temos no nosso país a partir daquilo que encontramos de identidade e de diferença com outros países latinoamericanos”, explica Maria Regina Bortolini, coordenadora do LERS da UNIFASE. 

As Representações Sociais partem do imaginário social, da forma como as pessoas percebem o mundo, com suas crenças e valores, e são frutos da constante negociação e conversação nos grupos aos quais pertencem. Isso acontece no âmbito da família, dos grupos de amizade, nas relações profissionais. 

“Esse encontro foi muito enriquecedor. A reflexão sobre as representações sociais da população idosa é um tema que a sociedade realmente precisa evidenciar, destacando a valorização dos idosos, para que tenham direito de fala, sobretudo na questão do cuidado que deve ser direcionado a essa categoria. Enquanto profissionais da área da saúde, devemos nos envolver mais na questão do acolhimento. Acredito que a troca de experiências entre as gerações só tem a agregar para a sociedade como um todo”, comenta Renata Carvalho, residente de Enfermagem da UNIFASE. 

Há sete anos, o Laboratório de Representações Sociais e Saúde da UNIFASE desenvolve cursos, pesquisas e aplica uma disciplina eletiva (Juventude, Identidades e Gêneros), além de editar a Revista Intervozes, em parceria com o Instituto de Saúde Coletiva da UFF e com a Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. 

“Compreender esse processo dinâmico e complexo de construção das representações é parte inerente na formação de qualquer profissional, especialmente na área de saúde. Nosso principal interesse nos últimos anos têm sido os processos de construção da subjetividade e identidade de gênero. Nos interessa especialmente o lugar do feminino, quais são os valores e crenças associados a esse lugar do feminino? Qual a representação da mulher, da maternidade, do parto, de questões que estão relacionadas ao feminino e de que forma essas questões se relacionam com as práticas em saúde?”, explica Maria Regina Bortolini, coordenadora do LERS da UNIFASE. 

A teoria das Representações Sociais oferece elementos teóricos para que possam pensar nas intervenções e em como lidar com outras pessoas, de diferentes culturas, grupos sociais e níveis intelectuais.

“Muitos autores falam sobre como cada um de nós se situa numa esfera subjetiva, em uma esfera intersubjetiva, onde se relacionam com outras pessoas, e em uma esfera transsubjetiva, a esfera do público, onde está a cultura. Esse campo de estudos é muito importante para todas as pessoas que vão trabalhar no sistema de saúde, pois precisam compreender que existem representações, que transitam por essas esferas a partir do grupo de pertença das pessoas. Quando dizem que se deve cuidar de um paciente como você gostaria de ser cuidado, está errado. O profissional vem de um grupo social, de uma cultura, de uma forma de cuidado. É preciso entender as necessidades individuais e coletivas dos pacientes.”, destaca a pesquisadora Drª Maria Cristina Chardon, da Universidad Nacional de Quilmes, da Argentina.

A pesquisadora também reflete sobre as transformações na sociedade em relação aos cuidados em saúde, que durante muito tempo foram restritos ao âmbito doméstico-familiar e no âmbito do gênero feminino, e não ao nível dos direitos humanos e do Estado. 

“Se imaginava que as mulheres sabiam cuidar das pessoas adoecidas pelo simples fato de serem mulheres. Como se o cuidado fosse marcado por um gene, o que tem a ver com a representação hegemônica do patriarcado, onde as mulheres é quem devem cuidam. Mas hoje, há toda uma linha de reflexão muito importante em que o cuidado está associado aos direitos que as pessoas têm de cuidar e de serem cuidadas, sendo o Estado responsável por cuidar de seus cidadãos e cidadãs”, frisa a pesquisadora.

A reflexão diante do cenário de cuidados em saúde se estende também aos profissionais que atuam em clínicas e hospitais, garantindo o atendimento à população em cenários desafiadores, como na pandemia de COVID-19. 

“Um tema que tem sido abordado nos últimos tempos e que é de suma importância - quem cuida daqueles que cuidam, médicos, enfermeiros, psicólogos e os demais profissionais da área da saúde e da educação? A família deles que deve cuidar? O Estado deveria interferir nisso? Os cidadãos deveriam se preocupar com eles? - Então, o cuidado em saúde aparece como outra construção epistemológica. Por isso, se fala em desfamiliarizar o cuidado, tirá-lo da esfera da casa de família e do campo do gênero, assumindo um significado epistêmico muito importante não apenas de como ele é construído, mas também nas políticas públicas”, finaliza a pesquisadora. 

12º Jornada Internacional de Representações Sociais e 10º Conferência Brasileira de Representações Sociais

As pesquisadoras  Maria Regina Bortolini, coordenadora do LERS da UNIFASE e Drª Maria Cristina Chardon da Universidad Nacional de Quilmes estiveram na 12º Jornada Internacional de Representações Sociais e 10º Conferência Brasileira de Representações Sociais que aconteceu no Rio de Janeiro, de 16 a 19 de abril. No evento as pesquisadoras participaram de mesa redonda e lançaram o livro “Estudios em Representaciones Sociales: renovacion y diversidade problemática”, que pode ser acessado em: https://ridaa.unq.edu.ar/bitstream/handle/20.500.11807/3915/EstudiosEnRepresentacionesSociales.pdf?sequence=1&isAllowed=y

29 de outubro de 2025
Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves. 
28 de outubro de 2025
Evento reúne especialistas para debater avanços e desafios na saúde da mulher
27 de outubro de 2025
Com projeto sobre sustentabilidade UNIFASE/FMP conquista segundo lugar