Especialista em Psicologia Infantil destaca os benefícios da lei que proíbe o uso de celulares nas escolas de Educação Básica

23 de janeiro de 2025
Especialista em Psicologia Infantil destaca os benefícios da lei que proíbe o uso de celulares nas escolas de Educação Básica

Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 15.100/25, que proíbe o uso de celulares nas escolas de Educação Básica. A medida, que já está em vigor, tem como objetivo promover um ambiente educacional mais focado e menos dispersivo, além de estimular a interação social e o desenvolvimento cognitivo dos alunos. A lei vem gerando debates entre educadores, psicólogos e pais, que veem tanto benefícios quanto desafios na implementação dessa nova regra.



Para a professora e psicóloga Cláudia Santana, responsável pela área de Psicologia Escolar do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE), a lei deve ser vista como uma medida educativa importante, especialmente no contexto atual.

"Como psicóloga e pesquisadora da infância há mais de 25 anos, percebo o quanto o uso indiscriminado de aparelhos eletrônicos, sobretudo o celular, tem provocado mudanças no ritmo e na forma dos processos de aprendizado e desenvolvimento", afirma.

A especialista na área de psicologia infantil ressalta que a tecnologia não deve ser eliminada dos contextos educacionais, mas é necessário refletir sobre suas formas de utilização. "Para mim, essa Lei é uma estratégia importante para nos fazer refletir sobre o uso indiscriminado dos aparelhos eletrônicos em diferentes contextos. Nossas crianças são nativas das tecnologias digitais, portanto a ideia não é impedi-las de usar a tecnologia, mas acredito que essa Lei pode nos auxiliar na criação de estratégias mais educativas e éticas para seu uso", completa.

Cláudia Santana também chama a atenção para o que ela denomina de "ansiedade por conexão", um fenômeno que afeta tanto adultos quanto crianças.

"As crianças recebem, via redes sociais, uma quantidade ilimitada de informações de todos os tipos, entre eles, padrões de beleza, bens de consumo, formas de comportamento, etc. Isso oferece alguns riscos que precisam ser analisados com mais cuidado pela sociedade em geral", explica.

A psicóloga destaca que muitas dessas informações são descontextualizadas e podem gerar frustrações ao comparar a vida real com os padrões virtuais. "Essas frustrações dão origem a uma série de sintomas de estresse e ansiedade em função de padrões de vida difíceis de alcançar", ressalta.

Há também muitas mudanças comportamentais provocadas pelo uso excessivo de celulares que podem ser observadas pelos responsáveis. "O celular como um instrumento cultural proporciona mudanças no comportamento humano, assim como qualquer outro instrumento cultural. Essa é uma lei geral do desenvolvimento humano. Nesse sentido, temos que pensar nas consequências que esse aparelho tem provocado no desempenho das crianças", afirma.

A psicóloga reconhece ganhos significativos com a invenção do celular e das redes sociais, mas alerta para as consequências negativas que justificaram a promulgação da Lei 15.100/25. No contexto educacional, Cláudia Santana observa que o uso excessivo de celulares tem impactado o desempenho dos alunos. 

"Entre eles cito as dificuldades de concentração, atenção, processamento das informações e interação. A gente percebe que muitas crianças têm dificuldade em concentrar-se em conteúdos que são mais demorados que um vídeo do Tik Tok, por exemplo", explica. 


Segundo a especialista, o processamento de informações intelectualmente elaboradas e complexas exige tempo e esforço cognitivo, algo que pode ser prejudicado pelo uso indiscriminado de aparelhos eletrônicos. "As crianças que usam indiscriminadamente esses aparelhos e redes sociais podem ter dificuldades em processar uma informação intelectualmente elaborada e complexa. Em geral, conseguem apenas decodificar comandos simples e práticos, o que em termos educacionais e humanos significa uma perda irreparável para a nossa humanidade", finaliza.


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Uma alimentação adequada pode ser uma forte aliada na luta contra o câncer, tanto na prevenção quanto durante o tratamento. Com o objetivo de ampliar o conhecimento e o debate sobre o tema, a UNIFASE vai realizar no dia 28 de abril, das 8h às 16h, o Seminário de Nutrição “Nutrição e Câncer: Ciência, Prevenção e Cuidado”. O evento tem como propósito promover a atualização científica sobre a relação entre nutrição e câncer, abordando aspectos preventivos e terapêuticos, além de estimular o pensamento crítico dos alunos de Nutrição sobre o impacto da alimentação na oncologia. “O câncer é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Diante do constante aumento do número de casos e da relação entre hábitos alimentares, estado nutricional e a redução ou o aumento do risco de doenças, é imprescindível nos debruçarmos cada vez mais sobre o tema. A Nutrição tem um papel central nesse processo de enfrentamento, com a possibilidade de melhorias na resposta aos medicamentos, redução dos efeitos colaterais e promoção da qualidade de vida. Destaca-se ainda que uma das principais atribuições do nutricionista é orientar, apoiar e promover hábitos alimentares saudáveis, que certamente podem fazer toda a diferença na vida de seus pacientes”, explica Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição da UNIFASE. O seminário será uma oportunidade enriquecedora para aprofundar conhecimentos e reforçar o papel essencial da nutrição na saúde pública e na vida dos pacientes oncológicos. A professora Thaise Gasser, destaca a relevância da temática e o papel central dos nutricionistas nesse contexto. “Falar sobre nutrição e câncer também é falar sobre a formação dos futuros nutricionistas. Essa é uma área que exige muito mais do que conhecimento técnico: exige sensibilidade, escuta e atualização constante. O câncer não é uma condição única — ele se apresenta de formas diferentes e exige condutas adequadas à realidade da pessoa. Por isso, é essencial que a graduação prepare o nutricionista para lidar com essa complexidade, oferecendo ferramentas para atuar com competência técnica e compaixão. É importante que a pessoa encontre no nutricionista não só alguém que orienta, mas que acolhe, apoia e contribui ativamente para a sua qualidade de vida”, disse ela.  O seminário é voltado para estudantes e profissionais de Nutrição, bem como demais interessados no tema, e contará com palestras que abordam diferentes vertentes do cuidado nutricional em pacientes oncológicos. A programação completa e as inscrições estão no site: https://www.unifase-rj.edu.br/evento-de-extensao/seminario-nutricao-2025