Pesquisa revela: COVID-19 mata em média 2 crianças menores de 5 anos por dia no país

4 de julho de 2022
Pesquisa revela: COVID-19 mata em média 2 crianças menores de 5 anos por dia no país

Desde o início da pandemia, a COVID-19 matou duas crianças menores de 5 anos por dia no Brasil. Em 2020, 599 mortes foram contabilizadas em decorrência da doença nessa faixa etária. Em 2021, quando a letalidade de infecção pelo vírus aumentou em toda a população, o número de vítimas infantis saltou para 840. Ao todo, 1.439 crianças de até 5 anos morreram por COVID-19 nos dois primeiros anos da pandemia no Brasil. A Região Nordeste concentra quase metade desses óbitos.

Os dados de 2020 e 2021, analisados pelos coordenadores do Observa Infância do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) e da Fiocruz, Patrícia Boccolini e Cristiano Boccolini, foram coletados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), os quais passaram por revisão do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. 

O levantamento preliminar divulgado pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde indica que a média de duas mortes diárias se mantém este ano no território nacional. Entre janeiro e 13 de junho de 2022, o Brasil registrou o total de 291 mortes por COVID-19 entre crianças menores de 5 anos. A análise revela ainda que, nos dois primeiros anos da pandemia no país, as crianças de 29 dias a 1 ano de vida foram as mais vulneráveis ao vírus. 

“Os bebês nessa faixa etária respondem por quase metade dos óbitos registrados entre crianças menores de 5 anos. É preciso celeridade para levar a proteção das vacinas a bebês e crianças, especialmente de 6 meses a 3 anos. A cada dia que passamos sem a vacina contra COVID-19 para menores de 5 anos, o Brasil perde duas crianças”, aponta a pesquisadora e professora Patrícia Boccolini, do Observa Infância do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão (NIPPIS) da UNIFASE, em parceria com a Fiocruz. 

Os dados levantados se referem a óbitos infantis em que a COVID-19 foi registrada como a causa básica e àqueles em que doença é uma das causas da morte, ou seja, a infecção agravou alguma condição de risco preexistente ou esteve associada à causa principal do óbito.

“Na análise do Observa Infância, consideramos também as mortes em que a COVID-19 agravou um quadro preexistente. Quer dizer, embora nem todas essas crianças tenham morrido de COVID-19, todas morreram com COVID-19”, esclarece Cristiano Boccolini, pesquisador da Fiocruz que participa do Observa Infância e atua no Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), membro do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão (NIPPIS) da UNIFASE, em parceria com a Fiocruz. 

Nem todos os países registram os óbitos por COVID-19 com informações por faixa etária. Até junho de 2022, dados coletados pelo Unicef em 91 países mostram que a COVID-19 foi a causa básica de óbito de 5.376 crianças menores de 5 anos no mundo. O Brasil responde por cerca de uma em cada cinco dessas mortes.

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Estudantes extensionistas da UNIFASE/FMP e da Universidade da República (UdelaR), do Uruguai, participaram de uma vivência imersiva no Quilombo Boa Esperança, em Areal/RJ. Entre os dias 14 e 20 de julho, os alunos se dedicaram a ações de escuta, troca de saberes e construção coletiva com os moradores da comunidade quilombola. “Como extensionista uruguaio, vivenciar a relação que a UNIFASE/FMP constrói com a comunidade quilombola nos inspira a aprofundar o diálogo de experiências e saberes em uma perspectiva regional. A UdelaR reconhece a importância da colaboração e da complementaridade para refletirmos sobre o papel da extensão universitária nas sociedades do conhecimento do século XXI”, destaca Kail Márquez García, professor da UdelaR. A atividade fez parte de um projeto de extensão que já acontece há mais de um ano e teve como foco o fortalecimento de vínculos, o reconhecimento das realidades do território e o aprendizado sobre o cuidado em sua dimensão mais ampla — afetiva, social e política. Ao longo da semana, os estudantes foram acolhidos pelas famílias da comunidade, que compartilharam não apenas suas rotinas, mas também seus saberes e histórias. Ao final da vivência, os participantes realizaram uma devolutiva à comunidade, reunindo reflexões e aprendizados construídos de forma coletiva. “Foram dias de troca profunda entre o quilombo e a cidade, onde a beleza da cultura encontrou a dureza da desigualdade. Mostramos nossa resistência, nossas dores e esperanças, e plantamos em cada visitante um olhar mais humano e consciente”, explica Danilo da Silva Barbosa, quilombola. A iniciativa reforça o papel da extensão universitária como espaço de formação integral, valorizando o diálogo com diferentes contextos e promovendo experiências transformadoras dentro e fora da sala de aula. Na UNIFASE/FMP, a extensão é parte viva da formação — criando pontes entre saberes e territórios. "Vivências como essa nos lembram que a universidade não deve apenas formar profissionais, mas cidadãos comprometidos com a realidade social e preparados para escutar e construir junto", comenta a docente de Extensão da UNIFASE/FMP, Gleicielly Braga.
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