Pesquisa alerta: desde 2014 Petrópolis não atinge meta de vacinação contra sarampo

16 de maio de 2022
Pesquisa alerta: desde 2014 Petrópolis não atinge meta de vacinação contra sarampo

Um levantamento realizado pelo VAX*SIM, projeto que integra o Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância e reúne pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates, revela que a última vez em que o município de Petrópolis atingiu a meta de 95% das crianças vacinadas contra o sarampo foi em 2014. Desde então, a cobertura vacinal contra a doença ficou abaixo de 90% em todos os anos. Os dados se referem a crianças com 1 ano de idade completo (12 meses a 23 meses e 29 dias).

“Nesse momento, o país se encontra em extrema vulnerabilidade a doenças infecciosas já controladas no nosso território e que podem ressurgir, que são a poliomielite e o sarampo. Falando de sarampo, falamos em desnutrição e em óbitos, não apenas em sequelas”, frisa Dr. Felipe Moliterno, médico infectologista e pediatra, professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP).

Em 2020, Petrópolis registrou o menor patamar de cobertura vacinal contra o sarampo das últimas duas décadas, quando 59% das crianças de 1 ano completaram a imunização. No primeiro ano da pandemia, Petrópolis também registrou uma hospitalização pela doença nessa faixa etária, o que não ocorria desde 2002. Apesar da situação crítica, a imunização contra o sarampo em Petrópolis ficou acima da taxa do estado do Rio de Janeiro, que foi de 38% da população-alvo – a pior de todo o Sudeste.

“O país conta com um calendário vacinal bastante complexo, que mudou bastante ao longo dos anos para atender melhor à população e garantir a imunização contra novas doenças. No entanto, o Brasil vem enfrentando uma queda na cobertura vacinal, então precisamos entender o que está acontecendo e onde precisamos atuar. Observamos que essa queda está menos acentuada na região Norte, o que despertou a nossa atenção. Após análises preliminares, verificamos que, nos últimos anos, a cobertura da atenção básica esteve associada positivamente com a melhora no número de crianças imunizadas em todos os estados da região Norte nos últimos anos, dados que apontam para o impacto positivo e a importância da atenção básica nesse contexto da cobertura vacinal”, comenta a pesquisadora Patrícia Boccolini, do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social (NIPPIS) do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto / Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), em parceria com a Fiocruz, responsável pela pesquisa.

O Projeto VAX*SIM, que é coordenado por Patrícia Boccolini, é fruto de um acordo de colaboração entre o Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo dos pesquisadores é compreender e analisar os determinantes da cobertura vacinal no território brasileiro utilizando um modelo teórico-conceitual para avaliar sua associação com fatores socioeconômicos, cobertura da atenção primária em saúde (APS) e do Programa Bolsa Família (PBF), além da influência dos padrões de disseminação de conteúdos sobre imunização nas mídias sociais.

“O nosso projeto é parte do Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância, uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. O objetivo é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto aos sistemas nacionais de informação”, finaliza Patrícia Boccolini.

 

Campanha de Vacinação contra o Sarampo – Petrópolis/RJ:

Data: 03/05 a 03/06

Locais: Centro de Saúde, PSF Alto da Serra, UBS Morin, UBS Alto independência, UBS Quitandinha, UBS Mosela, Ambulatório Escola – Cascatinha, UBS Itamarati, Hospital Alcides Carneiro, UBS Araras, UBS Itaipava, UBS Pedro do Rio e PSF Posse.

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Estudantes extensionistas da UNIFASE/FMP e da Universidade da República (UdelaR), do Uruguai, participaram de uma vivência imersiva no Quilombo Boa Esperança, em Areal/RJ. Entre os dias 14 e 20 de julho, os alunos se dedicaram a ações de escuta, troca de saberes e construção coletiva com os moradores da comunidade quilombola. “Como extensionista uruguaio, vivenciar a relação que a UNIFASE/FMP constrói com a comunidade quilombola nos inspira a aprofundar o diálogo de experiências e saberes em uma perspectiva regional. A UdelaR reconhece a importância da colaboração e da complementaridade para refletirmos sobre o papel da extensão universitária nas sociedades do conhecimento do século XXI”, destaca Kail Márquez García, professor da UdelaR. A atividade fez parte de um projeto de extensão que já acontece há mais de um ano e teve como foco o fortalecimento de vínculos, o reconhecimento das realidades do território e o aprendizado sobre o cuidado em sua dimensão mais ampla — afetiva, social e política. Ao longo da semana, os estudantes foram acolhidos pelas famílias da comunidade, que compartilharam não apenas suas rotinas, mas também seus saberes e histórias. Ao final da vivência, os participantes realizaram uma devolutiva à comunidade, reunindo reflexões e aprendizados construídos de forma coletiva. “Foram dias de troca profunda entre o quilombo e a cidade, onde a beleza da cultura encontrou a dureza da desigualdade. Mostramos nossa resistência, nossas dores e esperanças, e plantamos em cada visitante um olhar mais humano e consciente”, explica Danilo da Silva Barbosa, quilombola. A iniciativa reforça o papel da extensão universitária como espaço de formação integral, valorizando o diálogo com diferentes contextos e promovendo experiências transformadoras dentro e fora da sala de aula. Na UNIFASE/FMP, a extensão é parte viva da formação — criando pontes entre saberes e territórios. "Vivências como essa nos lembram que a universidade não deve apenas formar profissionais, mas cidadãos comprometidos com a realidade social e preparados para escutar e construir junto", comenta a docente de Extensão da UNIFASE/FMP, Gleicielly Braga.