Tecnologias Sociais: entrelaçando possibilidades

7 de setembro de 2021
Tecnologias Sociais: entrelaçando possibilidades

Maria Regina Bortolini – Antropóloga, professora e integrante da Comissão Científica da 27ª Semana Científica da UNIFASE/FMP .

Cada vez mais é necessário um compromisso global com o desenvolvimento sustentável. E, para isso, promover a transversalidade entre ciências e tecnologias para reduzir desigualdades e erradicar a pobreza, garantir segurança alimentar e padrões sustentáveis de produção e de consumo, proteger os ecossistemas terrestres, promover crescimento econômico inclusivo. Nesse sentido, através de processos colaborativos que integram saberes e organizações, tem-se desenvolvido um conjunto de tecnologias voltadas a solução de problemas sociais, as tecnologias sociais .

Embora o termo admita uma polissemia de seu uso, com diferentes apropriações e significados, uma tecnologia é considerada uma tecnologia social quando, mais que apenas voltada para enfrentar ou solucionar um problema vivido na sociedade, por grupos e coletividades , ela admite alguns valores e processos no seu desenvolvimento.

No nosso imaginário tecnologia está associado a algo necessariamente sofisticado, fruto do avanço da ciência próprio do capitalismo contemporâneo. Não raro as pessoas usam sua capacidade de produção científica e tecnológica para “classificar” uma sociedade como mais ou menos “desenvolvida”. Igualmente, no mundo empresarial, a capacidade de inovação tecnológica tem sido tomada como um diferencial competitivo. Nesse sentido, as tecnologias enquanto produções humanas, ficam subjugadas a ordem e aos valores do mercado.

Mas as tecnologias sociais são uma outra ordem de tecnologias. Não basta que elas tenham sido criadas para resolver problemas humanos. Sua perspectiva não é a da produção e consumo, mas a do bem estar coletivo. Sua criação não é fruto de interesses de mercado, mas se dá mobilizada por, e mobilizando, valores sociais como diversidade, equidade, justiça social, sustentabilidade econômica e ambiental.

Imbuídos desses valores, os agentes sociais envolvidos têm origem em diferentes segmentos sociais : instituições governamentais, empresas, organizações da sociedade civil, terceiro setor, coletivos, movimentos sociais. Numa perspectiva inclusiva, valoriza as necessidades, desejos, interesses e saberes daqueles imediatamente afetados pelo problema. E a partir de processos colaborativos , participativos, põe em diálogo o “saber científico” e os “saberes tradicionais, étnicos, populares e/ou locais,” na criação de produtos e/ou metodologias inovadoras.

A ideia é que ela possa ser acessível a todos que dela possam se beneficiar, desenvolvendo soluções sustentáveis, reaplicáveis, adaptáveis a diferentes realidades e populações. Por isso, em geral, ela também se caracteriza por sua simplicidade e baixo custo. Nesse sentido, fortalecer cadeias produtivas locais tem sido uma estratégia importante no seu desenvolvimento, pois ajuda na promoção da autonomia econômica dos interlocutores envolvidos, promovendo geração de trabalho e renda.

Não fosse por toda a crise social e ambiental que estamos vivendo no mundo, o Brasil enfrenta um dos momentos mais difíceis de sua história. A degradação ambiental com o avanço do desmatamento, a crise sanitária por conta da pandemia do coronavírus, o aumento do desemprego e da fome, são questões que reclamam um engajamento urgente de toda a sociedade brasileira, pois o custo humano já é inaceitável.

Neste contexto, todas as instituições de ensino e pesquisa, entre elas a universidade, têm o compromisso ético de engajar-se na transformação dessa realidade. Nos entrelaçamentos do tecido social, enquanto espaço de produção e disseminação de conhecimento, ela precisa estar imbricada com os problemas latentes de seu tempo. Nascida no amago do colonialismo, a universidade brasileira constituiu-se como instituição de elite. Mas já há algum tempo, vem fazendo o esforço por democratizar-se, processo que não se limita a garantir o ingresso de docentes e discentes de diferentes segmentos sociais, mas que exige colocar a ciência no diálogo com diferentes saberes e práticas no enfrentamento dos problemas sociais.

A UNIFASE/FMP não se furta a esse compromisso. Com estreita relação com o sistema público de saúde da cidade vem dando contribuição histórica à promoção do bem-estar da população petropolitana. E, entre 6 e 8 de outubro, estará integrando a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com a realização da XXVII Semana Científica da instituição. Este ano, tratando de explorar o que as tecnologias sociais têm a oferecer no enfrentamento aos graves problemas que vivemos, como insegurança alimentar e pobreza. Queremos discutir modos de integrar diferentes sujeitos e saberes na costura de um futuro melhor para o país no pós-pandemia. Refletir sobre as Tecnologias Sociais: Entrelaçando Possibilidades!

 

15 de dezembro de 2025
Curso presencial, credenciado pela ASBAI, tem tradição de mais de 60 anos e oferece formação avançada na área
12 de dezembro de 2025
Durante a cerimônia nacional do SAEME-CFM, realizada no dia 3 de dezembro em Brasília, o diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), Dr. Álvaro Veiga, recebeu a certificação de acreditação das mãos de um egresso da casa, o médico Mauro Luiz de Britto Ribeiro, atual coordenador do SAEME-CFM. Também participaram da entrega a secretária executiva do SAEME-CFM, Patricia Tempski, e o coordenador executivo do SAEME-CFM, Milton de Arruda Martins.
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O Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto e a Faculdade de Medicina de Petrópolis iniciarão o ano de 2026 com novidades em seus Programas de Residência. A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) acaba de aprovar a criação de dois novos programas de residência médica - Infectologia e Medicina de Família e Comunidade (Ano Adicional em Saúde Mental). Paralelamente, a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS) autorizou a expansão das especialidades do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica, que passa a incluir Odontologia e Fisioterapia. A reitora do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis, Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves, destaca que a ampliação reafirma a missão acadêmica da instituição. “A ampliação da oferta de residências reforça nosso compromisso com uma formação conectada às necessidades sociais e às políticas públicas de saúde. Investir na formação de especialistas em áreas estratégicas como infectologia e saúde mental significa formar profissionais preparados para atuar onde a população mais precisa, fortalecendo o SUS e contribuindo diretamente para o desenvolvimento regional e nacional. Também avançamos ao expandir a Residência Multiprofissional, fortalecendo a formação integrada entre diferentes áreas da saúde e ampliando nossa capacidade de oferecer um cuidado mais completo, humano e alinhado às demandas reais dos serviços de saúde”, destacou. Os novos programas de residência médica ampliam ainda mais a capacidade da UNIFASE/FMP de responder às necessidades reais de saúde do município e do país. A infectologia ganhou protagonismo durante a pandemia e segue essencial, especialmente diante de conquistas recentes, como a eliminação da transmissão vertical do HIV no Brasil, um marco que reforça a relevância dessa especialidade. Já a saúde mental integrada à atenção básica é um pilar estratégico do SUS, garantindo acesso, continuidade do cuidado e uma visão mais humana e longitudinal do paciente. O coordenador de Residência Médica da UNIFASE/FMP, professor Miguel Koury Filho, destaca que as novas formações reforçam o compromisso institucional com uma medicina alinhada às demandas contemporâneas.“Esses programas chegam para qualificar ainda mais a formação médica, preparando profissionais capazes de atuar com excelência nos diferentes níveis de atenção, tanto em doenças infecciosas quanto em saúde mental. É um avanço importante para o cuidado integral da população”, afirmou. A coordenadora de Residência Multiprofissional e Uniprofissional em Saúde da UNIFASE/FMP, Thaise Gasser Gouvêa, lembra que a proximidade com a rede municipal é um diferencial na formação. “A UNIFASE/FMP é uma Instituição de Ensino Superior que está fortemente alinhada com a rede de saúde do Município, o que confere aos nossos Residentes a certeza da formação de qualidade e vivência prática nos equipamentos de saúde de nossa região. É uma iniciativa que potencializa a formação em saúde e a assistência das demandas de saúde nacionais e locais”, pontuou. Programas de Residência Médica, Residência Multiprofissional e Residência em Enfermagem A UNIFASE/FMP oferece, por meio do Programa de Residências Médicas, as especializações em Anestesiologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Oncológica, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina de Família e Comunidade, Medicina Intensiva, Pediatria, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Radiologia e Diagnóstico por Imagem - Ano Adicional, Neonatologia, Endoscopia, Urologia e o mais novos programas de Infectologia e de Medicina de Família e Comunidade – Ano Adicional em Saúde Mental. Há, ainda, o Programa de Residência em Enfermagem, com especializações em Terapia Intensiva, Oncologia e Obstetrícia. Já o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica passa a contar com vagas para profissionais das áreas de Odontologia, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Enfermagem. Os profissionais da área da saúde que desejam fazer uma especialização na Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP) e no Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE) devem ficar atentos aos processos seletivos do ENARE (Exame Nacional de Residência em Saúde). O processo seletivo 2025/2026 já encerrou as inscrições e, em janeiro, será iniciada a fase de escolha dos cenários, com divulgação dos programas já disponíveis. A UNIFASE/FMP está cadastrada como Fundação Octacílio Gualberto, com cenários de prática no Hospital Alcides Carneiro para a área médica e uniprofissional, e na Secretaria Municipal de Saúde para a multiprofissional. Outras informações estão disponíveis no site www.unifase-rj.edu.br/pos-unifase/programas-de-residencia .