Eu não sou racista! Será?

19 de novembro de 2020
Eu não sou racista! Será?

Por Maria Regina Bortolini, professora  e pesquisadora do Laboratório de Estudos em Representações Sociais da UNIFASE.

Mais de uma vez, me provocou indignação e profunda dor reconhecer o racismo na minha vida pessoal, profissional ou cidadã. Seja quando minha filha adolescente sofreu bullying de suas amigas na escola por seu cabelo crespo ou de saber de médico branco destratando mulher negra ao ser atendida em hospital. Ou diante de situações ainda mais trágicas como a morte de Marcus Vinícius, 14 anos, quando voltava da escola, que antes de morrer nos braços da mãe perguntou: ‘Eles não viram que eu estava com roupa de escola, mãe?’ Afinal, ninguém é menos que o outro por causa da cor da pele ou textura do cabelo.

Não é raro no debate sobre racismo no Brasil, ainda ouvirmos alguém falar “eu não tenho culpa dessa história, eu não inventei o racismo”, “eu não sou racista”. Será? Essa resposta defensiva procura justificar um distanciamento e uma desresponsabilização frente aquela que poderia ser considerada a mais radical questão social com a qual os brasileiros se deparam há séculos. E radical porque está na raiz da maioria dos problemas sociais que enfrentamos. Afinal, em nosso país o racismo é estrutural, ou seja, é aquilo que estrutura o modo como nossa sociedade se organiza econômica, social e culturalmente.

O racismo está na origem da constituição do Brasil e foi se estruturando, se entranhando nas formas de organização política e econômica, nas instituições, nas formas de sociabilidade e de construção simbólica. Nosso território foi explorado a partir do trabalho de povos que aqui existiam, ou para cá foram trazidos e escravizados. Nossa gente nasceu em grande parte de uma miscigenação forçada. O Estado escravagista, antes e depois da abolição, tomou medidas legislativas que levaram à marginalização índios e índias, negros e negras. Sem educação, acesso à terra e a qualquer tipo de indenização ou reparo por tanto tempo de trabalho forçado, após a abolição as condições subumanas sob as quais viviam não se extinguiram. Mesmo a República não foi proclamada para todos. O mesmo Estado que condenou à marginalidade a população negra, promoveu a imigração de europeus a quem deu o que aos negros foi negado.

As desigualdades com que nos deparamos hoje, portanto, tem origens históricas. E com todo o conhecimento que temos dos processos históricos, não é possível mais desconsiderar que a condição de menos escolaridade, menos trabalho, não é uma questão de mérito pessoal, mas expressão de um contexto altamente excludente.
Associada a essa condição econômica e social se desenvolveu igualmente em diferentes momentos de nossa história, seja ancorada em valores religiosos (ausência de alma) ou em saberes científicos (eugenia), uma noção distorcida do que é ser humano que negou humanidade a negros e negras. Ainda hoje, essa desumanização está presente no imaginário social permitindo toda ordem de discriminações, ofensas, humilhações, violências… um profundo descaso com suas vidas. O racismo não está no passado, segue reproduzindo no presente as desigualdades que marcaram nossa história.

Mas o povo negro nunca se rendeu. Dos quilombos e revoltas abolicionistas de outrora, às ações e organizações dos movimentos negros na atualidade, ao longo de toda a história homens e mulheres negras vêm construindo resistências, travando lutas por justiça e liberdade. Muitas foram as conquistas em todo esse processo. Esse confronto histórico está mais forte do que nunca. Hoje negros e negras já são importantes no segmento das artes, ocupam espaços de poder, e … são maioria nas universidades públicas!
Mas ainda há muito o que fazer. Não faz sentido desvalorizar a estética da beleza negra e/ou desmerecer a riqueza epistêmica da cultura africana, elas são parte de nós, de nossa ancestralidade. Não é razoável aceitar as desigualdades de oportunidades educacionais e de trabalho. Não é ético ser conivente com uma necropolítica que dita quem pode ou não viver. Não é tolerável conviver com a dor e o sofrimento que o racismo ainda impõe a meninas e meninos, mulheres e homens, PESSOAS negras.

É importante fazer parte desse movimento inexorável de transformação pela qual a sociedade brasileira está passando. Desconstruir o racismo que habita dentro de nós, das nossas relações e instituições. Porque pessoas ainda estão sofrendo, ainda estão morrendo por causa do racismo. Porque sabemos que não se pode passivamente esperar que “as coisas mudem” por si só, elas só vão mudar se fizermos algo a respeito. Por tudo isso “não basta não ser racista” . Temos todos e todas, negros ou não, ser antirracistas!

The post Eu não sou racista! Será? appeared first on Unifase.

12 de dezembro de 2025
Durante a cerimônia nacional do SAEME-CFM, realizada no dia 3 de dezembro em Brasília, o diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), Dr. Álvaro Veiga, recebeu a certificação de acreditação das mãos de um egresso da casa, o médico Mauro Luiz de Britto Ribeiro, atual coordenador do SAEME-CFM. Também participaram da entrega a secretária executiva do SAEME-CFM, Patricia Tempski, e o coordenador executivo do SAEME-CFM, Milton de Arruda Martins.
12 de dezembro de 2025
O Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto e a Faculdade de Medicina de Petrópolis iniciarão o ano de 2026 com novidades em seus Programas de Residência. A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) acaba de aprovar a criação de dois novos programas de residência médica - Infectologia e Medicina de Família e Comunidade (Ano Adicional em Saúde Mental). Paralelamente, a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS) autorizou a expansão das especialidades do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica, que passa a incluir Odontologia e Fisioterapia. A reitora do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis, Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves, destaca que a ampliação reafirma a missão acadêmica da instituição. “A ampliação da oferta de residências reforça nosso compromisso com uma formação conectada às necessidades sociais e às políticas públicas de saúde. Investir na formação de especialistas em áreas estratégicas como infectologia e saúde mental significa formar profissionais preparados para atuar onde a população mais precisa, fortalecendo o SUS e contribuindo diretamente para o desenvolvimento regional e nacional. Também avançamos ao expandir a Residência Multiprofissional, fortalecendo a formação integrada entre diferentes áreas da saúde e ampliando nossa capacidade de oferecer um cuidado mais completo, humano e alinhado às demandas reais dos serviços de saúde”, destacou. Os novos programas de residência médica ampliam ainda mais a capacidade da UNIFASE/FMP de responder às necessidades reais de saúde do município e do país. A infectologia ganhou protagonismo durante a pandemia e segue essencial, especialmente diante de conquistas recentes, como a eliminação da transmissão vertical do HIV no Brasil, um marco que reforça a relevância dessa especialidade. Já a saúde mental integrada à atenção básica é um pilar estratégico do SUS, garantindo acesso, continuidade do cuidado e uma visão mais humana e longitudinal do paciente. O coordenador de Residência Médica da UNIFASE/FMP, professor Miguel Koury Filho, destaca que as novas formações reforçam o compromisso institucional com uma medicina alinhada às demandas contemporâneas.“Esses programas chegam para qualificar ainda mais a formação médica, preparando profissionais capazes de atuar com excelência nos diferentes níveis de atenção, tanto em doenças infecciosas quanto em saúde mental. É um avanço importante para o cuidado integral da população”, afirmou. A coordenadora de Residência Multiprofissional e Uniprofissional em Saúde da UNIFASE/FMP, Thaise Gasser Gouvêa, lembra que a proximidade com a rede municipal é um diferencial na formação. “A UNIFASE/FMP é uma Instituição de Ensino Superior que está fortemente alinhada com a rede de saúde do Município, o que confere aos nossos Residentes a certeza da formação de qualidade e vivência prática nos equipamentos de saúde de nossa região. É uma iniciativa que potencializa a formação em saúde e a assistência das demandas de saúde nacionais e locais”, pontuou. Programas de Residência Médica, Residência Multiprofissional e Residência em Enfermagem A UNIFASE/FMP oferece, por meio do Programa de Residências Médicas, as especializações em Anestesiologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Oncológica, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina de Família e Comunidade, Medicina Intensiva, Pediatria, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Radiologia e Diagnóstico por Imagem - Ano Adicional, Neonatologia, Endoscopia, Urologia e o mais novos programas de Infectologia e de Medicina de Família e Comunidade – Ano Adicional em Saúde Mental. Há, ainda, o Programa de Residência em Enfermagem, com especializações em Terapia Intensiva, Oncologia e Obstetrícia. Já o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica passa a contar com vagas para profissionais das áreas de Odontologia, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Enfermagem. Os profissionais da área da saúde que desejam fazer uma especialização na Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP) e no Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE) devem ficar atentos aos processos seletivos do ENARE (Exame Nacional de Residência em Saúde). O processo seletivo 2025/2026 já encerrou as inscrições e, em janeiro, será iniciada a fase de escolha dos cenários, com divulgação dos programas já disponíveis. A UNIFASE/FMP está cadastrada como Fundação Octacílio Gualberto, com cenários de prática no Hospital Alcides Carneiro para a área médica e uniprofissional, e na Secretaria Municipal de Saúde para a multiprofissional. Outras informações estão disponíveis no site www.unifase-rj.edu.br/pos-unifase/programas-de-residencia .
10 de dezembro de 2025
Pelo 12º ano consecutivo, o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) recebeu o Selo de Instituição Socialmente Responsável, concedido pela Associação Brasileira de Mantenedores de Ensino Superior (ABMES). A certificação reconhece iniciativas que fortalecem o bem-estar social, a promoção da saúde, a sustentabilidade e o desenvolvimento da comunidade. A UNIFASE/FMP se destaca por ações que ultrapassam os limites da sala de aula, envolvendo projetos de extensão e programas voltados para acessibilidade, educação ambiental, cuidado com a saúde e inclusão. Tais iniciativas evidenciam o compromisso institucional com práticas solidárias e sustentáveis que impactam diretamente o território. “Cuidar das pessoas e das comunidades faz parte da essência da UNIFASE/FMP e isso orienta toda a nossa prática pedagógica”, afirma o coordenador de Extensão da instituição, Ricardo Tammela. A reitora da UNIFASE/FMP, Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves, ressalta a relevância desse reconhecimento. “Receber o Selo de Instituição Socialmente Responsável pela 12ª vez evidencia nosso compromisso com a formação cidadã e com o cuidado com a comunidade na qual estamos inseridos. Esse reconhecimento nos inspira a continuar investindo em ações que promovam um futuro mais justo e sustentável”, destaca. Resultados que mostram o impacto coletivo Ao longo de 2024 e 2025, a instituição alcançou importantes avanços ambientais graças ao engajamento de estudantes, colaboradores e da comunidade. Entre os resultados mais expressivos: • 9 toneladas de resíduos reciclados desde janeiro de 2024 • 180 quilos de tampinhas plásticas destinados ao projeto Dog’s Heaven • 242 litros de óleo de cozinha arrecadados em apenas oito meses para o projeto INCluir Petrópolis Além das campanhas de lacres (Anel de Solidariedade), tampinhas da esperança e óleo de cozinha usado, a UNIFASE/FMP ampliou seu ecoponto, passando a coletar também vidro, pilhas e baterias, lâmpadas e embalagens de medicamento (blister). Na instituição, além da separação adequada dos resíduos, todo o material recebe a destinação correta para garantir reutilização segura e redução de impactos ambientais. “Nossa preocupação vai além da segregação. Nosso foco é garantir que os resíduos tenham a destinação correta para evitar que poluam o meio ambiente e que sejam reciclados ou reutilizados corretamente”, explicou a engenheira Thamyres Marcolino, presidente da Comissão de Sustentabilidade da UNIFASE/FMP. Onde doar O ecoponto principal fica localizado no Campus Barão, no estacionamento coberto, na Avenida Barão do Rio Branco, 1003 – Centro e funciona de segunda a sexta, das 8h às 18h. A instituição também disponibiliza suas unidades de saúde como pontos de coleta de tampinhas plásticas e óleo de cozinha usado, de segunda a sexta, das 8h às 17h, com intervalo de almoço das 12h às 13h: Ambulatório Escola: Rua Hyvio Naliato, 869, Samambaia. PSF Estrada da Saudade: Rua Estrada da Saudade, 160. PSF Machado Fagundes: Rua Drº Paulo Rudge, 238. PSF Nova Cascatinha: Rua Hyvio Naliato, 951. PSF Boa Vista: Rua Henrique João da Cruz, 300.