A Radiologia do Futuro

5 de outubro de 2020
A Radiologia do Futuro

Por André Kinder – Coordenador CST de Radiologia da UNIFASE

Quando falamos do futuro da Radiologia, com toda certeza precisamos falar também do presente e lembrar do passado. Estamos vivendo em um tempo em que mudanças estão acontecendo a todo momento. Vivemos em uma nova era, onde mesmo que não se perceba, a palavra digital está presente em tudo. Termos como gadgets, aplicativos, wifi, armazenamento em nuvem e inteligência artificial, estão a cada dia sendo mais utilizados na linguagem comum. O que não é diferente na radiologia, que desde a sua criação, em 1895, caminha de mãos dadas com a tecnologia, rendendo diversos prêmios Nobel para pesquisadores da área, dentre os quais vale citar o pai da radiologia, Wilhelm Conrad Roentgen, e os inventores da tomografia, Godfray Hounsefield e Alan Camark.

A busca incansável por novos métodos de imagem, tem trazido possibilidades diagnósticas inimagináveis no passado. E quando se trata de radiologia, esse passado é muito recente.  Há cerca de 5 anos ninguém imaginaria mensurar a fração de ferro ou gordura hepática sem ter que submeter o paciente à biópsia. Ou mesmo estimar o grau de elasticidade hepática em pacientes com diagnóstico clínico de cirrose. Atualmente, através dos exames de RM com a técnica “bold”, é possível avaliar a atividade do cérebro em diferentes regiões através de estímulos auditivos, visuais ou mesmo relacionados à memória e assim, orientar melhor os neurocirurgiões, que terão maior segurança quando ressecarem determinado tumor.  Há cerca de 3 anos, ninguém falava de Radiomics, um método que extrai um grande número de características de imagens médicas radiográficas usando algoritmos de caracterização de dados, que têm o potencial de revelar características de doenças que não são apreciadas a olho nu. Dominar essa diversidade de novas técnicas é, sem dúvida, no mínimo desafiador!

A transformação digital no final da década de 90 e alavancada na primeira década deste século, permitiu que a radiologia se desenvolvesse ainda mais. Além da melhora na qualidade de imagem e surgimento de novos métodos (RM de alto campo, US 4D, PET-TC, etc), foi possível a divulgação do método e das imagens para as regiões mais remotas. Dentro deste contexto que se desenvolveu (e se desenvolve) a telerradiologia, permitindo que equipes especializadas possam ter acesso a imagens diagnósticas das mais diversas localidades do Brasil e do mundo, tornando os diagnósticos mais rápidos e precisos. Além de fomentar o ensino médico a distância, que cada vez mais se torna uma realidade no nosso dia a dia.

A escalada tecnológica também aprimorou a segurança dentro da radiologia. O que há muito fora considerado o “grande vilão”, a radiação e os efeitos maléficos por ela causada, estão se tornando cada vez menos expressivos.  O desenvolvimento de novos softwares e aparelhos permitiram a automação das doses e redução expressiva dos níveis de radiação direcionados ao paciente e aos profissionais da área. Em alguns exames, a dose de radiação diminuiu em mais do que 90%, quando comparados, por exemplo, aparelhos de tomografia computadorizada fabricados em 2010 e de 2020.

Em razão disso tudo, o profissional que escolhe a radiologia precisa ser dinâmico e se adaptar às constantes mudanças impulsionadas pela inovação tecnológica e pelo desenvolvimento da medicina.  O período de Pandemia expôs como nunca a radiologia para o mundo. Viu-se a importância dos exames de imagem e dos profissionais da área no manejo dos pacientes infectados e em diversas outras situações relacionadas. Valorizou-se ainda mais os profissionais de imagem dentro da abordagem multidisciplinar dos pacientes. Não há dúvidas de que para um serviço de saúde prosperar, desde o mais humilde até o mais complexo, um setor de imagem robusto, com profissionais qualificados e dinâmicos, se torna uma peça fundamental para qualquer instituição.

 

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O mês de agosto é conhecido como "Agosto Dourado", uma campanha mundial que visa promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. A cor dourada simboliza o padrão ouro de qualidade do leite materno, considerado o alimento mais completo e adequado para os bebês nos primeiros meses de vida. A campanha, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), busca conscientizar a sociedade sobre os benefícios da amamentação tanto para a mãe quanto para o bebê, além de incentivar a doação de leite humano para bebês prematuros e internados em UTIs neonatais. Para esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, a Dra. Nathalia Veiga Moliterno, pediatra, professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) e coordenadora da UTI Neonatal do HEAC, salienta a importância do aleitamento materno e da doação de leite humano. Confira: Qual a importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida do bebê? Dra. Nathalia: O aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida é fundamental porque fornece todos os nutrientes que o bebê precisa para crescer e se desenvolver de forma saudável. Além disso, protege contra diarreias, infecções respiratórias e reduz o risco de doenças crônicas no futuro, como obesidade e diabetes. Além dos benefícios nutricionais, o que mais o leite materno oferece ao recém-nascido? Dra. Nathalia: O leite materno é muito mais do que apenas um alimento, pois ele contém anticorpos e células de defesa que fortalecem o sistema imunológico do bebê. Também ajuda na maturação do intestino, no desenvolvimento neurológico e promove o vínculo afetivo entre mãe e filho, que é essencial para a saúde emocional. Quais são os principais desafios que as mães enfrentam na amamentação e como superá-los? Dra. Nathalia: Entre os desafios mais comuns estão dor nos primeiros dias, fissuras nos mamilos, insegurança sobre a quantidade de leite produzida e, muitas vezes, falta de apoio da rede familiar ou social. Superar essas dificuldades passa por uma boa orientação sobre pega e posição, acompanhamento de profissionais de saúde treinados e, principalmente, acolhimento sem críticas, para que a mãe se sinta confiante. Como os profissionais de saúde podem apoiar melhor as mães durante o processo de amamentação? Dra. Nathalia: O apoio deve começar ainda no pré-natal e na maternidade, com informações sobre como iniciar a amamentação corretamente. É importante observar e corrigir a pega, ouvir as angústias da mãe, oferecer soluções práticas e fortalecer sua confiança. Além disso, criar grupos de apoio e facilitar o acesso ao Banco de Leite também fazem diferença. Quem pode doar leite humano e quais são os critérios básicos para a doação? Dra. Nathalia: Qualquer pessoa saudável que esteja amamentando e tenha leite excedente pode doar. O único cuidado é não fazer uso de medicamentos que impeçam a doação. O processo é simples, seguro e cada doadora recebe orientação sobre higiene e armazenamento adequado do leite. Qual é o impacto da doação de leite humano para os bebês internados em UTIs neonatais? Dra. Nathalia: Para os bebês prematuros ou em estado grave, o leite humano doado pode ser decisivo para a sobrevivência. Ele reduz drasticamente o risco de infecções, enterocolite necrosante e outras complicações graves. É um verdadeiro "remédio natural" que melhora a recuperação e aumenta as chances de alta hospitalar. Há riscos para o bebê que recebe o leite doado? Dra. Nathalia: Não. Todo o leite doado passa por um processo rigoroso no Banco de Leite: seleção das doadoras, pasteurização e testes microbiológicos. Somente após garantir total segurança ele é oferecido aos bebês. Como a população pode ajudar a incentivar a cultura da doação de leite materno? Dra. Nathalia: A população pode ajudar divulgando informações corretas, apoiando as mães que amamentam e valorizando a importância do leite humano como recurso de vida. Cada frasco doado faz diferença para um bebê internado, e cada gesto de incentivo fortalece essa rede de solidariedade. Como efetivar a doação de leite materno em Petrópolis? Dra. Nathalia: Em Petrópolis, as mães podem entrar em contato com o Banco de Leite Humano do Hospital Alcides Carneiro, através dos telefones: (24) 2236-6634 ou (24) 98143-9904. O hospital fornece os frascos de vidro esterilizados e orienta todo o processo de coleta. Inclusive, há um serviço de coleta domiciliar, o que facilita muito para as doadoras. Basta se cadastrar e a equipe organiza a retirada do leite.