Novas perspectivas sobre Alergia Alimentar

18 de agosto de 2020
Novas perspectivas sobre Alergia Alimentar

Cíntia Ramos Azara 

Nas últimas décadas, observou-se uma mudança nos padrões na epidemiologia da alergia alimentar (AA), com aumento da prevalência, gravidade das manifestações clínicas e risco de persistência até idades mais avançadas. De acordo com os dados epidemiológicos mais recentes, a análise de tendência temporal mostrou um aumento de 7 vezes nas internações por reações alérgicas graves em crianças do Reino Unido, EUA, Itália e Austrália nos últimos 10 anos. Mais de 170 alimentos foram identificados como desencadeadores da AA, como nozes, ovos, amendoim, peixe, marisco, leite, trigo, soja e sementes, com variações nacionais e geográficas referentes à AA mais comum.

História familiar atópica, etnia, dermatite atópica (DA) e polimorfismos genéticos relacionados foram associados ao desenvolvimento de AA. Embora fatores genéticos possam predispor o seu desenvolvimento entre indivíduos selecionados, eles não podem explicar as mudanças na epidemiologia nesse curto período de tempo, sugerindo que fatores ambientais promovem AA, que se desenvolve após a perda da tolerância imunológica, o que resulta em sensibilização alérgica e subsequente manifestação e progressão da doença.

A exposição inicial a alérgenos alimentares ocorre predominantemente através do trato gastrointestinal ou da pele. Uma barreira cutânea comprometida pode levar ao aumento da passagem transcutânea de antígenos e subsequente sensibilização. No trato gastrointestinal, os dois principais fatores que influenciam a tolerância imunológica são fatores alimentares, composição e função da microbiota.

A microbiota intestinal desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e na função do sistema imunológico. A modificação da composição da microbiota intestinal (disbiose) no início da vida é um fator crítico que afeta o desenvolvimento de alergias alimentares. Muitos fatores ambientais, incluindo falta de leite materno, medicamentos, agentes anti-sépticos e dieta pobre em fibras e/ou com alto teor de gorduras de má qualidade, podem induzir a disbiose da microbiota intestinal e têm sido associados à ocorrência de alergia alimentar, sendo assim, a atenção à adequação no consumo de ácidos graxos ômega-3, antioxidante, fibras, dentre outros deve ser notória para um efeito preventivo.

Novas tecnologias e ferramentas experimentais forneceram informações sobre a importância de bactérias selecionadas nos mecanismos de tolerância imunológica. Os ácidos graxos de cadeia curta são produtos metabólicos cruciais da microbiota intestinal, responsáveis ​​por muitos efeitos protetores contra a alergia alimentar. Estes compostos estão envolvidos na regulação epigenética do sistema imunológico. Essas evidências fornecem uma base para o desenvolvimento de estratégias inovadoras para prevenir e tratar alergias alimentares.

Como o tema apresenta muitas novidades é importante que o nutricionista busque cursos de atualização para atender a esta demanda crescente do atendimento clínico nutricional.

 

29 de outubro de 2025
Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves. 
28 de outubro de 2025
Evento reúne especialistas para debater avanços e desafios na saúde da mulher
27 de outubro de 2025
Com projeto sobre sustentabilidade UNIFASE/FMP conquista segundo lugar