LUTO: Mais um preço a se pagar pelo que é humano

5 de agosto de 2020
LUTO: Mais um preço a se pagar pelo que é humano

Usualmente, morte, suicídio, luto, doença mental e sexo são, dentre outros, temas  considerados tabus. É necessário debatê-los, discuti-los a fim de desmistificá-los e livrá-los das amarras do desconhecimento, do medo e, com isso trazendo para a realidade cotidiana, do qual fazem parte. Agregado a alguns desses temas ainda se tem as superstições (chinelo virado traz a morte da mãe). De acordo com Chemama (1995, p. 128) “Diante do reconhecimento do desaparecimento do objeto, o sujeito precisa realizar um certo trabalho, o trabalho de luto. A  libido  precisa se desligar das lembranças e  esperanças  que a relacionam com o objeto desaparecido, depois do que o eu volta a ser livre”.

Libido é a energia psíquica que necessariamente precisa se desligar das esperanças de um possível retorno do objeto perdido, para que assim, o eu possa voltar a ser livre. LUTO – Morte – Desaparecimento – Perda – O objeto se desligou de você. Por opção ou por fatalidade. Só para esclarecer: você tanto pode fazer o luto por uma pessoa que morreu, como você pode fazer o luto por uma pessoa que simplesmente não quer mais se relacionar com você. Você tanto pode fazer um luto por uma casa que você gosta muito, mas que você a deixará para morar numa maior e mais confortável. Você tanto pode fazer o luto por sua situação real, como por uma fantasia, uma ilusão que você não mais consegue sustentar. O luto necessariamente participa da experiência humana, isso por pelo menos 2 motivos, são eles: 1 – porque nada é para sempre e, 2 – porque viver é fazer escolhas, se escolhemos por A, precisamos abrir mão de B. Chamando para nossa conversa o psicanalista argentino naturalizado francês J-D.Nasio “[…] os limites do corpo são bem mais estreitos que os limites do desejo” (1989, p. 13). Não podemos ter tudo.

Luto tanto pode ser um processo emocional saudável importante para saúde mental que se dá devido a morte ou perda, real ou abstrata de um objeto / situação pela qual se tem afeto.  Como pode ser um processo “patológico”, quando a pessoa entra em luto e não consegue sair dele, por exemplo. Desta forma, podemos nos enlutar por tudo aquilo que tivemos (na realidade ou na fantasia) e que não temos mais. Nos enlutamos no presente por uma ausência que um dia se fez presente. O luto não é um vazio, é uma dor, porque se fosse um vazio, não seria luto. Isso quer dizer que, o luto é uma dor que dói, que incomoda, que se faz presente denunciando várias ausências –  tudo o que se vivia com o objeto perdido. A intensidade e a amplitude da dor estarão na razão direta do sentimento / vínculo que se tem pelo objeto perdido.

Estamos até agora, referidos a lutos mais freqüentes e mais visíveis. Entretanto, há inúmeros outros lutos, como por exemplo: uma pessoa que está em estado terminal em cima de uma cama. Na quarentena, estamos vivendo luto ou lutos? Se estamos, qual é ele ou quais são eles?

Para todos aqueles que perderam alguém ou alguma coisa (emprego) ou que estão na eminência de perder, há luto sim. Para todos os demais, não há luto, há medo e incertezas que sempre povoaram nosso imaginário e que a quarentena só potencializou ou as tornou manifestas.

Srs, que possamos viver cada dia, entendendo que nada é para sempre. Se nada é para sempre, haverá lutos. Isso quer dizer que: 1 – fazer o luto é necessário; 2 – pode-se entrar em luto anos após a “perda” do objeto. (haja barganha psíquica. Certamente, produzirá sintomas); 3 – a pessoa pode nunca entrar em luto (ou viverá negando a perda do objeto ou manterá a libido ligada ao objeto. Em ambos os casos, produzirá sintomas); 4 – a pessoa pode nunca sair do luto. (produzirá sintomas) e 5 – a pessoa pode fazer sua passagem pelo luto e encerrá-lo. Mas tende a manter o objeto perdido como referência para comparações.

Segundo Nietzsche: “Há sempre um preço que se pagar por tudo que é humano”. Entretanto, o mesmo Nietzsche diz: “Nunca é alto o preço a se pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo”. Desta forma, pagamos um preço pelo luto, mas nos apropriamos de nós mesmos a cada luto que corajosamente fazemos.

 

CHEMAMA, R.(org.).  Dicionário de Psicanálise Larousse . Trad. Francisco Franke Settineri.- Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

NASIO, J-D.  Lições Sobre os 7 Conceitos Cruciais da Psicanálise . Trad. Vera Ribeiro.- RJ: Jorge Zahar, 1989.

5 de agosto de 2025
A Semana de Desenvolvimento Docente 2025.2 , realizada de 28 de julho a 1º de agosto , reuniu professores da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos em uma programação intensa de oficinas, rodas de conversa e atividades formativas. Com o tema "EM FOCO... Trilhas que transformam" , o evento reforçou o papel do(a) docente como protagonista da formação acadêmica e cidadã. A abertura oficial, no dia 28, contou com a presença da reitora Profª Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves , que realizou o lançamento do projeto institucional EM FOCO — uma iniciativa voltada à valorização do fazer docente e ao fortalecimento de projetos estruturantes da instituição. Entre os destaques da programação estiveram oficinas sobre métodos ativos , feedback reflexivo , avaliação por competências , uso da inteligência artificial na educação , extensão universitária , provas digitais com o Prova Fácil , ferramentas como flashcards e muito mais. Os temas abordaram desde aspectos pedagógicos e curriculares até a formação continuada e o cuidado com o planeta , como na oficina “Emergência Climática e Saúde Planetária: Cuidar do Mundo é Cuidar de Nós”. As atividades envolveram todos os cursos da instituição — Medicina, Enfermagem, Nutrição, Administração, Psicologia, Radiologia e Odontologia — além da Escola Técnica, que desenvolveu uma programação noturna focada em planejamento pedagógico , avaliação da aprendizagem e o papel do professor nas novas gerações . Um dos pontos altos da semana foi o momento coletivo “Trilhas que Transformam: Nossos Programas Curriculares de Sucesso” , em que cada curso apresentou experiências inovadoras em ensino, extensão e práticas pedagógicas integradas, como o PIN e PROTEIN da Nutrição, o PITCH de Administração, e o PISC da Odontologia.  A Semana de Desenvolvimento Docente é uma iniciativa da Coordenação do Programa de Desenvolvimento Docente (PDD) e integra o calendário acadêmico da instituição como espaço de escuta, troca e construção coletiva.
4 de agosto de 2025
Dados do IBGE mostram que o Brasil vive uma nova realidade demográfica, a expectativa de vida subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, superando inclusive os níveis pré‑pandemia. Esse aumento representa um avanço em bem-estar, mas também impõe desafios para a saúde pública e a qualidade de vida na terceira idade. Nesse contexto, a UNIFASE/FMP vai promover gratuitamente o workshop “Envelhecimento Ativo: Um Olhar Interprofissional para a Longevidade” que será realizado no dia 9 de agosto, de 9h às 11h, no campus Barão, que fica na Avenida Barão do Rio Branco, 1.003. A proposta é desmistificar o envelhecer, valorizando essa fase como parte natural da trajetória humana. A enfermeira e professora da UNIFASE/FMP, Carolina Laranja, especializada em Enfermagem Gerontológica pela UFF, conduzirá o evento voltado a estudantes, profissionais da saúde, educadores, agentes comunitários, pessoas idosas e familiares, todos convidados a refletir e repensar o envelhecimento como oportunidade de plenitude. “Falar sobre longevidade é essencial para preparar a sociedade para um cenário em que viver mais também signifique viver melhor. É uma oportunidade de ampliar a consciência sobre os desafios e as possibilidades dessa etapa da vida, promovendo respeito, inclusão e qualidade de vida para as pessoas idosas”, ressalta Carolina. Durante o workshop, serão abordadas estratégias para promover uma maturidade mais ativa e saudável, reconhecimento da experiência acumulada ao longo da vida, estímulo ao compartilhamento de vivências multidisciplinares e incentivo a atitudes mais positivas diante da própria história. A ideia é que o participante compreenda que envelhecer não significa perder, mas ganhar novos significados, sabedoria e força interior. “O workshop propõe um espaço de reflexão interprofissional, baseado em evidências e experiências práticas, que desconstrói mitos e estigmas relacionados ao envelhecimento. Por meio de debates e troca de saberes, será possível compreender o envelhecer como um processo natural e potente, repleto de possibilidades”, explica a professora. Ainda de acordo com Carolina, ter profissionais qualificados para cuidar dos idosos tem um impacto direto na qualidade de vida dessas pessoas. “O cuidado à pessoa idosa exige sensibilidade, conhecimento técnico e uma visão integral do ser humano. Profissionais capacitados são fundamentais para identificar necessidades específicas, promover a autonomia, prevenir agravos e garantir um atendimento ético e humanizado, respeitando a individualidade de cada idoso”, explica ela.  As inscrições para o workshop são gratuitas e podem ser feitas até dia 8 de agosto no site https://www.unifase-rj.edu.br/extensao/curso-de-extensao/curso/workshop-envelhecimento-%20ativo-um-olhar-interprofissional-para-a-longevidade
MBA saúde, gestão hospitalar, inovação na saúde, pós-graduação em saúde, UNIFASE FMP, curso híbrido
2 de agosto de 2025
Forme-se como líder na área da saúde com o MBA em Gestão e Inovação da UNIFASE/FMP. Curso híbrido, com imersões presenciais, corpo docente experiente e projeto final aplicado. Início em março de 2026.