Distribuição de cestas básicas garante sustento às famílias em vulnerabilidade social no Vale do Carangola

25 de junho de 2020
Distribuição de cestas básicas garante sustento às famílias em vulnerabilidade social no Vale do Carangola

A chegada do novo Coronavírus alterou a rotina mundial. Independente de classe social, religião ou raça, a pandemia trouxe um alerta importante, especialmente para o Brasil, onde as diferenças sociais são tão expressivas: é preciso cuidar das pessoas que estão em vulnerabilidade alimentar, pois a escassez de trabalho agrava ainda mais os problemas econômicos de muitas famílias.

“Devido à pandemia, muitas pessoas da comunidade perderam seus empregos ou tiveram a renda familiar reduzida. Então, nós fizemos uma lista de todas as famílias que estavam precisando da doação de alimentos para que fossem beneficiadas com as cestas básicas. Montamos um planejamento para entrega, pois a maioria é de idosos e de famílias com mais de três filhos. Algumas pessoas ficaram muito comovidas com a ação, pois essa iniciativa contribuiu para que não passem necessidade neste período de distanciamento social”, explica Tamires da Silva Correa, técnica de enfermagem e moradora do Vale do Carangola.

Em meio à crise causada pela Covid-19, professores e alunos se reuniram com lideranças comunitárias para ajudar às famílias mais atingidas economicamente. Em maio, foi realizada a distribuição de cestas básicas, doadas através de uma rede de solidariedade, que reuniu alguns benfeitores, funcionários, alunos da UNIFASE/FMP e seus familiares. E agora, com a doação de mais 470 cestas básicas, fruto de uma ação estruturada pela UNIFASE/FMP, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, que será realizada em duas etapas de distribuição, nos meses de junho e julho.

“A pandemia evidenciou algumas questões que já eram muito complicadas, como a vulnerabilidade de pessoas em bairros periféricos, onde é difícil o alcance das políticas públicas. Com a necessidade do distanciamento social, a vulnerabilidade alimentar de algumas famílias aumentou. Então, através da mobilização de alunos e professores envolvidos no projeto, a gente conseguiu algumas parcerias. Agora, com a Fundação Banco do Brasil estamos fazendo a distribuição de mais 235 cestas básicas neste mês”, explica Ricardo Tammela, coordenador de Projetos e Extensão da UNIFASE/FMP.

As cestas básicas entregues às famílias da comunidade contam com alimentos, produtos de limpeza e também de higiene pessoal. A necessidade do isolamento social, agravou a vulnerabilidade das pessoas que dependem diretamente de atividades informais para garantir seu sustento.

“Todos estão com muito medo desse vírus. Nas casas em que trabalho, não estão querendo manter as faxinas neste período. Dessa forma, estou sem ter renda para alimentar os meus quatro filhos que dependem de mim. Sem ir trabalhar, também não recebo. Essa cesta vai me ajudar muito, pois sem alimentação não dá para sobreviver”, frisa Simone Azevedo, diarista.

Essa é a realidade vivida em muitas comunidades das periferias brasileiras. Desde 2016, o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) desenvolve um projeto de Extensão no Vale do Carangola, realizando diversas atividades de educação, promoção da saúde, geração de renda, cidadania, meio ambiente e cultura.

“Quando a gente fala de um projeto como esse, se tem total noção de que as realidades são muito distintas. Existem pessoas em situação de vulnerabilidade que se acentua muito neste momento e que realmente têm dificuldade de acesso a alimentos básicos. Estão vivendo momentos muito difíceis nessa pandemia. É uma grande alegria participar desse projeto e ver a universidade de fato mobilizada e em ação, mesmo neste período tão delicado”, frisa Gabriel Mendes de Souza Martins, professor de microbiologia e imunologia da UNIFASE/FMP.

A Escola Municipal Lúcia de Almeida Braga foi escolhida como um dos pontos de distribuição dos alimentos. Os moradores cadastrados foram recepcionados pelos alunos e professores da UNIFASE, voluntários no projeto de extensão.

“Estamos sempre promovendo atividades que possam beneficiar as famílias que vivem aqui. No caso, buscamos parcerias com pessoas e instituições que queiram contribuir com o bem-estar das famílias. Esse trabalho com a UNIFASE já existe há anos. É uma grande alegria entregar essas cestas básicas a tantos que estão passando por dificuldades neste momento de pandemia. Muitos não tinham nem arroz para comer. Realidade muito difícil”, destaca Ângela Maria Samuel da Silva Rosa, líder comunitária no Vale do Carangola.

A ação de entrega das cestas básicas foi planejada, seguindo todas as orientações de higiene e segurança preconizadas pelo Ministério da Saúde. Todos os envolvidos no processo utilizaram máscaras de proteção, inclusive os moradores que foram pegar as cestas, em dias e horários diferentes, previamente agendados, para evitar aglomeração de pessoas.

“Essa é a minha segunda ação com o projeto de extensão. É muito gratificante, porque nós estamos doando alimento físico para as pessoas, que de fato é o que elas precisam neste momento. Por outro lado, nós saímos daqui recebendo uma porção de alimento que não podemos comprar, que é o amor e a gratidão. Por mais que a gente esteja fazendo o uso das máscaras, é possível perceber o sorriso no olhar de cada uma dessas pessoas. Isso nos impulsiona, é muito motivador e gratificante”, finaliza Jaqueline Araújo do Amaral, aluna de Psicologia da UNIFASE.

 

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Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves. 
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