Racismo: realidade em pleno século XXI

22 de junho de 2020
Racismo: realidade em pleno século XXI

Por Virgínia Ferreira – Coord. da Pós-graduação em Psicologia Clínica com ênfase nas perspectivas breves da UNIFASE


Não é freqüente, mas às vezes tenho a sensação de que a humanidade alcançou seu ponto máximo de evolução e esteja fazendo um caminho de retorno. Como uma espécie de montanha russa que sobe para descer ou como as fases da lua, que quando chega a fase cheia logo em seguida começa a minguante. Será que a evolução da humanidade segue uma espécie de ciclo no qual tem o seu ápice e assim que o alcança, faz um caminho de retorno ao ponto de origem?

Ao percorremos a história da humanidade, constataremos que o racismo sempre esteve presente nas sociedades humanas, sempre. Seja de forma clara seja de forma subliminar, não importa. A humanidade, de acordo com Foucault (1993), sempre criou mecanismos de exclusão. Na Grécia antiga, por exemplo, do século VIII ao V a.C. a Ágora Grega era constituída de um espaço comum da polis, na qual cidadãos do sexo masculino, de pais gregos, livres e detentores de terras e escravos, participavam de debates e discussões sobre as decisões políticas. Discussões e debates estes que são considerados a origem do Estado Democrático, o berço da democracia. Mas, que democracia é essa que excluía das discussões e dos debates as mulheres, os negros, os pobres e as crianças? Estes eram proibidos de participar. É importante evidenciar que o texto é sobre o racismo, que pode ser entendido como uma forma de preconceito e discriminação baseada na raça. No século XIX, compreendia-se que a cor da pele e a origem geográfica de indivíduos promoviam uma diferenciação de raças. Entretanto, desde séculos a.C. até os dias hoje, século XXI, não só o racismo persiste, faz parte dos cenários existenciais, mas também a discriminação de gênero e classe social como na Grécia Antiga. Se houve alguma modificação, foi apenas uma atualização das formas de preconceito e de externar-las. Se formos chamar ao texto o processo de escravização, ele estava embasado em uma   ideologia de hierarquia das raças, tal qual o holocausto comandado por Hitler na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. A tal da supremacia da raça ariana. 

Nos EUA não é raro, negros serem mortos por policiais, como foi o caso de George Floyd em 02 de junho deste ano ou o caso de Ahmaud Abert um jovem de 25 anos que foi morto por um ex-policial enquanto se exercitava na rua em 08 de maio também deste ano, como acontece aqui no Brasil diariamente, na África, enfim, talvez nos 4 cantos do mundo, em graus diferentes, de forma diferente, mas nos 4 cantos.

Por que será que conquistamos uma tecnologia de ponta, a cura para inúmeros males que acometiam as sociedades, soluções para diversos problemas, mas fracassamos em nos sentirmos humanos, isso, nos sentirmos humanos independente de cor de pele, raça, gênero, crença religiosa, partido político, time de futebol, classe social, enfim, apesar das diferenças e pelas diferenças é que somos humanos.

Será que como disse anteriormente, chegamos ao máximo do que temos a capacidade de alcançar como evolução e estamos fazendo um caminho de retorno, ou será que em termos de evolução humana pouco saímos do lugar e achamos que fomos longe pela evolução tecnológica e científica? 

A tecnologia e a ciência são produtos dos feitos humanos, mas não nos torna mais nem menos humanos. O caminho é o sentimento de pertencimento a raça humana. Isso sim é o necessário e suficiente.

– FOUCAULT, Michel. História da Loucura. Trad. José Teixeira Coelho Netto.- São Paulo: Perspectiva, 1993.

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29 de outubro de 2025
Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves. 
28 de outubro de 2025
Evento reúne especialistas para debater avanços e desafios na saúde da mulher
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Com projeto sobre sustentabilidade UNIFASE/FMP conquista segundo lugar