Professora da UNIFASE/FMP integra grupo de pesquisa que analisa a saúde de crianças indígenas na Amazônia

24 de abril de 2024
Professora da UNIFASE/FMP integra grupo de pesquisa que analisa a saúde de crianças indígenas na Amazônia

Pesquisa constata contaminação por mercúrio

Crianças indígenas da Amazônia estão sendo diretamente impactadas pelos efeitos do garimpo ilegal. A constatação é de pesquisadores que avaliaram, em outubro de 2022, 120 crianças menores de 12 anos da comunidade Yanomami-Ninan. O objetivo era verificar os efeitos da exposição ao metilmercúrio. O trabalho, realizado com o consentimento dos pais ou responsáveis, contou com a participação de 17 profissionais de saúde e pesquisadores, entre eles a professora Adriana Duringer Jacques, do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP).


A pesquisa foi realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto Socioambiental (ISA), nas comunidades que ficam às margens do Rio Mucajaí, em Roraima, um dos mais impactados pelo garimpo ilegal na Terra Yanomami, entre os dias 5 e 14 de outubro de 2022, com entrevistas feitas a partir de questionários pré-estruturados, conduzidas com a assistência de intérpretes indígenas para tradução entre o idioma Ninan/Yanomami e o português, e coleta de amostras de cabelo de 287 indígenas. O resultado comprovou graves impactos da ação ilegal: as crianças estão vivendo sob exposição do metal altamente tóxico ao ser humano, absorvido no organismo principalmente por meio do consumo de peixe contaminado.


“O resíduo do garimpo ilegal em terras indígenas é o mercúrio, que se biotransforma em metilmercúrio, e a maior parte das crianças avaliadas já tinha níveis elevados, acima do consumo considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde”, explicou a professora Adriana Duringer Jacques.


Das amostras de cabelo examinadas, 84% registraram níveis de mercúrio acima de 2,0 μg/g (micrograma por grama). Outros 10,8% ficaram acima de 6,0 μg/g. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os níveis de mercúrio em cabelo não devem ultrapassar 1 micrograma por grama.


Além do trabalho com as crianças, os pesquisadores destacaram que indígenas adultos com níveis mais elevados de mercúrio apresentaram danos em nervos nas extremidades, como mãos, braços, pés e pernas, com mais frequência. “Nas crianças, o nível elevado de mercúrio no organismo causa atraso no neurodesenvolvimento”, ressaltou a professora e pediatra da UNIFASE/FMP Adriana Duringer Jacques.


O artigo intitulado "Achados clínicos, laboratoriais e de neurodesenvolvimento em crianças da população Yanomami-Ninam expostas cronicamente ao metilmercúrio", que faz parte da pesquisa "Impacto do mercúrio em áreas protegidas e povos da floresta na Amazônia: uma abordagem integrada saúde-ambiente", ampliou as variáveis estudadas e encontrou resultados que merecem atenção. Os resultados revelaram que as crianças Yanomami apresentavam peso e altura abaixo do esperado (mediana do escore Z de -1,855 para peso para idade e -2,7 para altura para idade), alta prevalência de anemia (25%) e baixa cobertura vacinal (15%). Entre as 58 crianças para as quais foi possível estimar o Quociente de Inteligência Total (QIT), o valor médio foi de 68,6, variando de 42 a 92 pontos. Além disso, a pontuação mais baixa no teste de QI foi associada a 5 vezes o risco de ter níveis elevados de mercúrio no cabelo, 2,5 vezes o risco de ter uma idade mais avançada e quase 8 vezes o risco de consumir peixe, ajustando para consumo de castanhas.



“Não obstante as limitações do estudo, os resultados sugerem que a contaminação por mercúrio proveniente de atividades de mineração ilegal em terras indígenas pode impactar negativamente o neurodesenvolvimento em crianças indígenas mais velhas, especialmente aquelas que consomem peixe, apesar dos benefícios inerentes ao consumo do mesmo”, finaliza a pesquisadora.

24 de novembro de 2025
A Faculdade de Medicina de Petrópolis recebeu no último sábado (22) uma visita muito especial: a turma de Medicina de 1975 da FMP, que celebrou meio século de história desde o início da sua formação. Cinquenta anos depois, os antigos estudantes regressaram ao campus para reencontrar colegas de profissão, recordar momentos marcantes e testemunhar a evolução da Faculdade ao longo das últimas décadas. A celebração incluiu ainda a simbólica renovação do juramento médico, revivendo a emoção e o compromisso que marcaram o início das suas carreiras. O encontro foi idealizado pela professora e egressa da turma, Drª Rosane Bittencourt e reuniu mais de 30 ex-alunos. Entre os visitantes, esteve presente o ex-diretor da FMP, Dr. Paulo Cesar Guimarães.
24 de novembro de 2025
A humanização do cuidado tem se consolidado como um dos pilares da formação em saúde na UNIFASE/FMP, especialmente na Residência Multiprofissional em Atenção Básica em Saúde, onde o Programa de Desenvolvimento das Humanidades vem promovendo mudanças na forma como os profissionais compreendem, acolhem e se relacionam com os pacientes. Implementado na graduação desde 2021 e ampliado para a residência multiprofissional desde março de 2025, o programa utiliza metodologias como narrativas biográficas, prática reflexiva, comunicação em saúde e rodas de conversa estruturadas para desenvolver competências essenciais ao trabalho no SUS. A proposta busca fortalecer a escuta qualificada, o vínculo com o território, o olhar ampliado sobre o processo saúde-doença e o cuidado centrado na pessoa. “Nós temos uma avaliação permanente das residentes, muito positiva, sobre o processo de acompanhamento e desenvolvimento das humanidades como sendo um espaço para o compartilhamento das práticas e uma oportunidade de refletir sobre essa prática. É fundamental que as nossas residentes hoje, como futuras especialistas em Atenção Básica, estejam tendo a oportunidade de desenvolver a habilidade de refletir sobre a prática, refletir sobre as ações, refletir sobre o processo de formação, sobre os atendimentos, sobre olhar para o território. Então possibilitar um encontro destinado a esse processo de reflexão é claro que contribui para o desenvolvimento dessa habilidade e isso sem sombra de dúvidas impacta no atendimento aos indivíduos, às famílias e à comunidade” Norhan Sumar, coordenador do programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da UNIFASE/FMP. O impacto do programa na formação de profissionais e na qualificação da assistência chamou a atenção da comunidade acadêmica internacional. Em 2025, a professora Camila Aloisio Alves, coordenadora do Programa de Desenvolvimento das Humanidades da UNIFASE/FMP foi ao Canadá apresentar os resultados e desdobramentos do projeto. “A experiência foi muito exitosa, enriquecedora e produtiva. Pude participar de dois congressos: o primeiro, na cidade de Québec, “Passé, présent et futur des récits de vie dans la recherche en éducation et la formation”, organizado pela Universidade de Laval em parceria com a Associação Internacional de Histórias de Vida e Formação, da qual faço parte do conselho administrativo, e cujo objetivo foi explorar o papel das narrativas de vida na pesquisa e na formação em educação, o segundo, « Collaboration interprofessionnelle et apprentissage expérientiel en santé: récits, pratiques et approches créatives » foi organizado pela Universidade de Montreal e pelo Centro de pesquisa do Instituto de Geriatria de Montreal, com o objetivo de refletir sobre a complexidade da experiência de colaboração interprofissional em cuidados de saúde, em parceria com o paciente e seus familiares. Nele apresentei a conferência « La narration du vécu et les savoirs expérientiels : quel rapport pour quels apports dans la formation en santé ? »". No contexto desse mesmo congresso, a residente Rafaela Martinho Tobler, que está no segundo ano do Programa de Residência Multiprofissional da Atenção Primária, também foi convidada a apresentar as contribuições e perspectivas de aprendizado multiprofissional a partir da sua trajetória de formação e atuação como residente. “Em outubro, estive no Canadá para apresentar um trabalho sobre a Residência Multiprofissional em Atenção Básica da UNIFASE, destacando a importância do trabalho em equipe e das práticas multiprofissionais. A Universidade de Montreal tem forte tradição em pesquisas sobre interdisciplinaridade, e essa aproximação foi possível graças à parceria estabelecida pela professora Camila, que já mantém contato com os pesquisadores de lá. Durante a viagem, também visitei a universidade e o centro de geriatria, o que me permitiu conhecer de perto o funcionamento do sistema de saúde local. Foi uma experiência extremamente enriquecedora, na qual pude aprender muito e ampliar minha visão sobre práticas em saúde”, disse Rafaela. A professora Camila destaca que além da participação nos congressos, ela também ministrou dois ateliês de formação, como nos explicou: “um foi na Universidade do Québec à Trois Rivières (UQTR) sobre “L’approche narrative biographique : quelles contributions pour la formation à l’université ? »; e outro na Universidade de Montréal, especificamente para os pesquisadores da Equipe Futur, intitulado « L’approche narrative biographique: quelles contributions pour la recherche en santé et en éducation ? »”. Cabe destacar que a Equipe Futur tem o objetivo compreender melhor a contribuição das experiências educacionais para o processo de profissionalização dos profissionais de saúde e que a docente passou a ser membro colaboradora desde junho deste ano, tendo se tornado a única professora brasileira e a única não canadense a compor o grupo de forma permanente. UNIFASE/FMP: referência em programas de residência Com um portfólio consolidado, a UNIFASE/FMP oferece residências em diversas áreas da saúde. Na área médica, são ofertadas especializações em Anestesiologia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina de Família e Comunidade, Medicina Intensiva, Pediatria, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Radiologia e Diagnóstico por Imagem - Ano Adicional, Neonatologia, Endoscopia, Urologia e o mais recente programa em Cirurgia Oncológica. Além disso, o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica inclui vagas para nutricionistas, psicólogos e enfermeiros. Na Residência em Enfermagem, as opções de especialização incluem Terapia Intensiva, Obstetrícia e, agora, Oncologia.  A instituição conta ainda com cursos de pós-graduação. Confira mais informações no site da instituição: https://www.unifase-rj.edu.br/pos-unifase/cursos-de-pos-graduacao
21 de novembro de 2025
Plano detalhado analisa tendências, legislação e potenciais regiões para expansão da VOANA