Médico ginecologista fala sobre a importância da anamnese e do exame físico no diagnóstico da endometriose

10 de novembro de 2025
Médico ginecologista fala sobre a importância da anamnese e do exame físico no diagnóstico da endometriose

"Muito além da dor: como conduzir a anamnese e exame físico na suspeita de endometriose" foi o tema da palestra que abriu o II Simpósio de Ginecologia e Obstetrícia realizado na UNIFASE/FMP

Muitas mulheres em idade reprodutiva sofrem com dores intensas durante o ciclo menstrual, podendo enfrentar dificuldades para engravidar, e levando anos até receberem o diagnóstico de endometriose.


Reforçando a importância de uma investigação cuidadosa para identificar essa doença que afeta a qualidade de vida de tantas pessoas, o tema "Muito além da dor: como conduzir a anamnese e exame físico na suspeita de endometriose" foi a palestra de abertura do II Simpósio de Ginecologia e Obstetrícia da UNIFASE/FMP, ministrada pelo médico ginecologista Ricardo Lasmar.


De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, 1 em cada 10 mulheres sofre com endometriose no Brasil, sendo que 57% das pacientes têm dores crônicas e mais de 30% dos casos levam à infertilidade. "A endometriose acontece em torno de 10% da população feminina e leva a questões importantes como a dor que, por vezes, é incapacitante e pode começar nos primeiros ciclos menstruais. Essa dor pode se prolongar até o momento do diagnóstico, que na literatura médica leva de 7 a 10 anos. Esse atraso não é só no Brasil, mas no mundo todo. A dor em pacientes jovens é subestimada e isso vai postergando, às vezes atrasando o diagnóstico", explica Ricardo Lasmar, que também é professor Associado de Ginecologia da UFF.


Ele alerta que a paciente jovem que tenha dor incapacitante no período menstrual deve procurar um ginecologista. "Este é o primeiro momento para afastar ou diagnosticar a doença. A partir daí, o controle vai ser de acordo com o caso e os objetivos da paciente", comenta.


Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou um aumento na assistência relacionada ao diagnóstico da endometriose na Atenção Primária e na Atenção Especializada nos últimos anos, havendo também um crescimento nas internações pela doença entre 2022 e 2024.


O ginecologista falou sobre a importância de ouvir atentamente a paciente e perguntar sobre como é o seu período menstrual, o local da dor ou desconforto, quando ela começa e cessa, o que a acompanha e se ela irradia para outros locais. "É importante perguntar se a dor é cíclica, coincidente com a menstruação, se é causada por contato (dispareunia, que é uma dor recorrente durante o ato sexual), se há dor na evacuação, na micção, saber o aspecto e diâmetro das fezes, se há distensão abdominal. O sangramento com desconforto e a infertilidade também são dados importantes para a anamnese", ressalta o professor.


O exame físico da mama, palpação do abdômen, exame especular, toque bimanual vaginal e retal também são importantes para a análise do ginecologista. "Com o toque retal, por exemplo, é possível averiguar todo o compartimento posterior, paramétrio, retrocervical e uterossacros, ampliando a investigação", destaca.


Ele falou ainda sobre os exames de imagem, que auxiliam o diagnóstico ao mostrar a extensão da doença. "As pessoas estão invertendo as coisas ao pedirem ressonância para fazer o diagnóstico. O radiologista não é ginecologista. É o médico quem tem que fazer a suspeita diagnóstica. Quando você oferece ao radiologista o que ele não tem, que é a anamnese e o exame físico, você potencializa o exame dele", reforça.



O médico Ricardo Lasmar terminou sua palestra dizendo que é o conjunto de condições e o objetivo da paciente que indicam o tratamento, que pode ser medicamentoso ou cirúrgico.


Simpósio reuniu diversos especialistas da área de Ginecologia e Obstetrícia


Reafirmando seu compromisso com a atualização científica de profissionais da área de saúde, durante o II Simpósio de Ginecologia e Obstetrícia realizado na UNIFASE/FMP, alunos de Medicina, residentes e especialistas puderam trocar experiências, discutir casos clínicos e condutas práticas sobre a saúde da mulher.


"A ginecologia e obstetrícia é um campo bastante fértil e traz consigo diversas nuances diferentes no cuidado à mulher. Envolver a comunidade acadêmica neste evento é uma forma de dar sustentação e aprofundamento àquilo que procuramos trazer durante a graduação", comenta o médico Vander Guimarães, professor titular de Ginecologia e Obstetrícia da UNIFASE/FMP, e um dos responsáveis pelo evento, ao lado dos professores Vitor Banal e Analuce Mussel.


"O simpósio é organizado pelas alunas da Liga Acadêmica de Saúde da Mulher, com a ajuda dos professores Vitor e Vander. A Liga reúne alunos que se interessam pela disciplina de Ginecologia e Obstetrícia para fazer encontros, aulas e, às vezes, levar palestras e rodas de conversa às comunidades de Petrópolis. É muito importante para os alunos que começam a ver como é a realidade da profissão e colocam em prática tudo que aprendem na faculdade", acrescenta a professora Analuce Mussel, que é coordenadora da Liga Acadêmica de Saúde da Mulher da UNIFASE/FMP.


O evento contou ainda com mesas-redondas, palestras e exposição de trabalhos científicos, abrangendo temas como medicina fetal, hipertensão na gestação, climatério, terapia hormonal, rastreio de câncer do colo do útero, aconselhamento reprodutivo, entre outros.


Também participaram do simpósio, os médicos Cristos Pritsivelis, Eduardo Sertã, Carlos Vinicius Leite, Ricardo Bruno, Brunno Madruga, Alessandra Evangelista, Sandra Pinto, Carlos Alberto Barbosa Júnior e Romualdo Gama.


6 de novembro de 2025
O mercado da saúde segue em expansão e, com ele, cresce a demanda por profissionais qualificados. Entre as carreiras mais procuradas está a de Técnico em Enfermagem, que oferece alta empregabilidade e oportunidades em diferentes áreas. Nessa perspectiva, a Escola Técnica Irmã Dulce Bastos, está com matrículas abertas para o primeiro semestre de 2026 para o Curso Técnico em Enfermagem. Com 70 vagas disponíveis , sendo 35 para o turno da manhã e 35 para o da noite , o curso tem duração de 24 meses e carga horária total de 1.800 horas, integrando teoria e prática desde o primeiro módulo. Os estudantes têm acesso a laboratórios modernos, metodologias de ensino inovadoras e à expertise da UNIFASE/FMP – instituição referência na área da saúde há quase 60 anos. A formação inclui estágios supervisionados em instituições de referência, como o Hospital Santa Teresa , Hospital Alcides Carneiro , Ambulatório Escola, UPAs e Unidades de Saúde da Família . Os alunos também podem participar de projetos de extensão e eventos científicos , que fortalecem a formação técnica e o compromisso com o cuidado humanizado. As matrículas devem ser realizadas presencialmente, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30, na Secretaria do Campus Barão, que fica na Av. Barão do Rio Branco, nº 1.003 – Centro, Petrópolis. O edital completo está disponível no site: https://www.unifase-rj.edu.br/escolatecnica/tecnico-em-enfermagem .  Para mais informações, os interessados podem entrar em contato pelos telefones (24) 2244-6471 ou (024) 99200-4036 (WhatsApp), ou pelo e-mail contato.tecnico@unifase-rj.edu.br
31 de outubro de 2025
O projeto "NBQR nas Comunidades: Educação, Prevenção e Tecnologia para a Resiliência Socioambiental" conta com equipe multidisciplinar e participação de diferentes instituições
29 de outubro de 2025
Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves.