Estudo revela método mais eficaz para diagnosticar a obesidade

19 de março de 2025
Estudo revela método mais eficaz para diagnosticar a obesidade

No mês marcado pelo Dia Mundial da Obesidade, especialistas da UNIFASE/FMP ressaltam a importância do tratamento multidisciplinar

Um estudo realizado durante 4 anos por especialistas de vários países resultou em uma nova forma de diagnosticar a obesidade. As conclusões foram publicadas na revista “Lancet”, como recomendação para médicos do mundo inteiro. A mudança ocorreu no índice de massa corporal (IMC), uma fórmula matemática que divide o peso pela altura ao quadrado. Segundo essa métrica, um IMC acima de 30 indicava obesidade. No entanto, essa fórmula era muito criticada por especialistas. Agora, para ser feito o diagnóstico, o paciente deve ter o IMC acima de 25 e além disso, é necessária uma segunda medição corporal, como a circunferência do abdômen, por exemplo. Como explica a endocrinologista e professora da UNIFASE/FMP, Gisele Hart.


“Esses novos critérios são extremamente importantes porque passaram a entender que existe uma condição chamada obesidade pré-clínica e obesidade clínica. O IMC é uma ferramenta que a gente usa, mas ela por si só não consegue definir. Por exemplo, um IMC de 30 de um halterofilista, pode ser puro músculo e um IMC de 30 de uma pessoa comum pode ser adiposidade, ou seja, células de gordura. Então é necessário que se faça um complemento. A medição da cintura é extremamente importante porque ela pode dizer quanto de gordura visceral está acumulado na região do abdômen. A medição da gordura abdominal é um indicador simples, não invasivo e que fala para nós muito da gordura visceral, quer dizer, aquela gordura que está entre os órgãos internos”, explicou a doutora.


O mês de março é marcado pelo Dia Mundial da Obesidade, a data visa conscientizar a população sobre os desafios e as estratégias para prevenir e tratar essa condição de saúde. A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, e está associada a diversas complicações, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e certos tipos de câncer. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, 60,3% dos adultos brasileiros apresentavam excesso de peso, o que corresponde a aproximadamente 96 milhões de pessoas. Estudos recentes indicam que, mantidas as tendências atuais, quase metade dos adultos brasileiros (48%) poderá estar com obesidade até 2044, com outros 27% apresentando sobrepeso. 


“Atualmente o contexto da obesidade é multifacetado. Nele está o contexto socioeconômico, como por exemplo a questão da segurança, por medo da violência as pessoas não estão ocupando mais os espaços públicos ao ar livre. Outro ponto, é o fácil acesso aos ultraprocessados, que nem deveriam ser chamados de alimento. A facilidade desses produtos e a escassez de tempo tornou o consumo desses produtos mais cômodo” alertou a endocrinologista.


A obesidade é um problema de saúde pública crescente, mas o combate a ela não deve se basear apenas em fórmulas genéricas ou dietas milagrosas vistas na internet. Cada pessoa é única e, por isso, o tratamento deve ser personalizado e conduzido por uma equipe multidisciplinar. Exemplo disso é o papel desempenhado pelo nutricionista no combate à obesidade, auxiliando na reeducação alimentar e na elaboração de planos nutricionais personalizados.


“O nutricionista tem uma atuação muito importante no combate a obesidade já que ele vai fazer a adequação dessa alimentação de modo a promover o emagrecimento e contribuir para o desenvolvimento de bons hábitos alimentares. Atualmente a internet pode ser uma ótima fonte de informações, mas a gente precisa saber de onde tirar. Então a melhor estratégia em relação ao emagrecimento é procurar um profissional sério. Nós vamos desenvolver um tratamento adequado e individualizado para cada pessoa, porque para obesidade não existe receita de bolo”, destacou a nutricionista e coordenadora do Ambulatório de Obesidade da UNIFASE/FMP, Fernanda Muniz.


Ela pontuou ainda que uma perda de 10% do peso corporal já tem uma grande importância metabólica para o emagrecimento.


“Isso já ajuda a compensar condições metabólicas como redução da pressão arterial, melhor controle da glicose. Então a gente já consegue ver uma melhora no quadro clínico do paciente”, disse ela.


A prevenção da obesidade envolve a adoção de um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e prática regular de atividades físicas. Para aqueles que já convivem com a condição, o tratamento deve ser multidisciplinar, incluindo acompanhamento médico, nutricional e, em alguns casos, o uso de medicamentos. No Ambulatório Escola da UNIFASE/FMP existe desde 2022, o Ambulatório de Obesidade que recebe pacientes com índice de massa corporal maior que 40kg/m2, com idade entre 20 e 59 anos. 


“Nós recebemos pacientes de toda a rede de saúde do município e para ter acesso ao nosso serviço é necessário ter um encaminhamento médico ou de um nutricionista da rede de saúde de Petrópolis. O que diferencia o nosso tratamento nutricional, é que nós acompanhamos estes pacientes mensalmente, tornando mais próximo o vínculo e estimulando o paciente para que o tratamento tenha sucesso”, finaliza Fernanda.



O Ambulatório de Obesidade fica na rua Hyvio Naliato, 869 – Cascatinha. Mais informações pelo telefone: (24) 2017-9000.


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Pela primeira vez em Petrópolis, a UNIFASE/FMP foi palco do CBC Itinerante, programa de educação continuada promovido pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), no qual profissionais da saúde puderam atualizar seus conhecimentos em cirurgias de casos clínicos complexos e controversos envolvendo Abdome Agudo, Vias Biliares e Oncologia Gastrointestinal. Com o objetivo de aproximar a capital das cidades do interior do Rio de Janeiro, Petrópolis foi o sexto município a receber o CBC Itinerante. "Petrópolis foi escolhida por ter a UNIFASE/FMP, que é formadora de excelentes profissionais da área de saúde, e também por sabermos que aqui existem médicos de assistência de diversas especialidades cirúrgicas para uma troca enriquecedora de experiências", comenta o cirurgião Guilherme Ravanini, Membro Titular e Diretor do Núcleo Central do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Na ocasião, médicos especialistas em suas áreas de atuação ministraram palestras abordando as últimas atualizações na área de cirurgia em diferentes casos, integrando não só cirurgiões, como também acadêmicos e residentes de Medicina. "Os acadêmicos e residentes puderam vivenciar essa experiência trazida por cirurgiões mais experientes de todo o estado e da cidade, que promoveram essa parte educacional em assuntos super interessantes, como abdome agudo, hérnias da parede abdominal, um pouco de oncologia, principalmente os tumores de cólon e os tumores gástricos", explica o médico cirurgião Thiago Kloh, professor da disciplina de Clínica Cirúrgica da UNIFASE/FMP. Durante o dia todo, os participantes puderam ampliar seus conhecimentos sobre técnicas modernas em casos de diverticulite aguda complicada, obstrução intestinal no pós-operatório imediato, apendicite, câncer de vesícula, câncer gástrico e câncer colorretal. "Entre as minhas opções de residência, estou optando pela clínica cirúrgica, então decidi participar do CBC para poder me informar melhor sobre o campo da cirurgia geral, que eu pretendo atuar no futuro. Esses eventos nos ajudam porque reforçam o que aprendemos na faculdade e oferecem mais informações relacionadas à carreira", disse Heitor Lopes Carvalho, aluno do 10º período de Medicina da UNIFASE/FMP que participou do CBC Itinerante.  Também participaram do evento, os médicos Marcos Filgueiras, Diogo Salles, Marco Antônio Banal Xavier, Rafael Massao da Silva Nagato, Fabio Leonetti, Augusto Cesar de Mesquita, Lécio Carneiro Junior, Fernando B. Ponce Leon Pereira de Castro, Alexandre Ferreira Oliveira, Biazi Ricieri Assis, Marcelo Sá de Araújo, Leonardo Rocha Ferraz, Guilherme Guédon de Oliveira, Julio Cesar Tabares Morales e Julio Vieira de Melo.