Banco de Leite Humano em Petrópolis: uma vantagem para todos!

20 de agosto de 2022
Banco de Leite Humano em Petrópolis: uma vantagem para todos!

Dr. Vander Guimarães Silva

Médico, doutor em Ciências pela FIOCRUZ e Professor Titular de Ginecologia e Obstetrícia da UNIFASE/FMP.

Em um mês especialmente dedicado ao aleitamento materno – o Agosto Dourado, Petrópolis terá seu primeiro Banco de Leite Humano (BLH) aberto em uma unidade pública de saúde – o Hospital de Ensino Alcides Carneiro (HEAC). Este banco se junta a outras 222 unidades que compõem a Rede de Bancos de Leite Humano do Brasil (rBLH-BR), a maior e mais complexa rede do mundo, sendo referência internacional por utilizar estratégias que aliam baixo custo à alta qualidade e tecnologia. A Rede brasileira, atuando em conjunto, exporta tecnologia para países da América Latina, Caribe e África, além de fazer parcerias com Portugal e Espanha, compondo a Rede Ibero-Americana de BLHs.

Os BLHs representam uma estratégia para promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. As ações de um banco de leite humano englobam coleta, processamento e distribuição do leite humano para bebês prematuros ou de baixo peso, que não conseguem ser alimentados pelas próprias mães e aqueles que serão submetidos a algum tipo de cirurgia ainda nos seus primeiros dias de vida. Além de oferecer um aporte de calorias e energia a essas crianças, o leite humano, por ser uma fonte completa de nutrientes e fatores de proteção (imunoglobulinas, macrófagos, ferritina, anticorpos, imunocomplementos, etc), torna-se o alimento ideal para estes recém-nascidos. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), pela sua complexidade, o leite humano deve ser o único alimento oferecido para a criança nos seus 6 primeiros meses de vida, além de poder ser utilizado como uma alimentação complementar até dois anos ou mais.

Entre outras funções desempenhadas pelos BLHs, estão também a de atendimento e guia para mães em aleitamento materno. Eles funcionam como um centro capaz de atender às principais intercorrências decorrentes deste período e oferecer às puérperas uma orientação adequada, a fim de minimizar os efeitos do desmame precoce. É também um espaço educacional, que permite a discussão e trocas de experiências entre mães (gestantes ou puérperas), sempre mediada por uma supervisão de um profissional capacitado para tal!

Para exercer todas essas atividades, o Banco de Leite depende de doações voluntárias, uma vez que nenhum produto, atendimento ou orientação fornecidos são cobrados. A doadora pode ser uma mãe que esteja com o seu filho internado que, pelas razões expostas acima, não consegue receber o leite através da sucção do seu peito. Além dessas pacientes, qualquer mulher que o deseje pode se tornar uma doadora! Para isto, basta entrar em contato com a unidade do HEAC, onde receberá as orientações necessárias de como fazê-lo. É importante salientar que o leite doado sempre será o excedente que aquela mãe produz. Esse leite passará por um controle de qualidade, que vai desde a avaliação do estado de saúde da doadora até os processos que envolvem a análise, pasteurização e controle de qualidade, antes de ser distribuído.

Bancos de Leite funcionam também como centros para educação em saúde, onde os profissionais que atuam na área fornecem informação técnica sobre o ato de amamentar, seus cuidados, benefícios e complicações, cursos de aperfeiçoamento e atividades práticas, contribuindo para a formação de novos agentes, os capacitando para lidar com essas questões. Acadêmicos do curso de Medicina, de Nutrição e de Enfermagem terão participação ativa no dia a dia do BLH. Inicialmente, pensamos em oferecer estágios para as residências de Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Enfermagem. Futuramente, poderemos proporcionar uma formação em Enfermagem com especialização em BLH, pós-graduação que já existe em outras unidades do Brasil. Proteger a amamentação é uma responsabilidade de todos!

A criação de um banco de leite humano traz benefícios plenos. Ganham a criança, sua mãe e toda a família. É também um bem para toda a sociedade, uma vez que o aleitamento promove o crescimento de crianças mais hígidas e inteligentes, que demandam menos os serviços de saúde e torna os cidadãos mais capazes. É, sem dúvida, um grande passo que Petrópolis dá no cuidado materno-infantil!

 

 

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Uma alimentação adequada pode ser uma forte aliada na luta contra o câncer, tanto na prevenção quanto durante o tratamento. Com o objetivo de ampliar o conhecimento e o debate sobre o tema, a UNIFASE vai realizar no dia 28 de abril, das 8h às 16h, o Seminário de Nutrição “Nutrição e Câncer: Ciência, Prevenção e Cuidado”. O evento tem como propósito promover a atualização científica sobre a relação entre nutrição e câncer, abordando aspectos preventivos e terapêuticos, além de estimular o pensamento crítico dos alunos de Nutrição sobre o impacto da alimentação na oncologia. “O câncer é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Diante do constante aumento do número de casos e da relação entre hábitos alimentares, estado nutricional e a redução ou o aumento do risco de doenças, é imprescindível nos debruçarmos cada vez mais sobre o tema. A Nutrição tem um papel central nesse processo de enfrentamento, com a possibilidade de melhorias na resposta aos medicamentos, redução dos efeitos colaterais e promoção da qualidade de vida. Destaca-se ainda que uma das principais atribuições do nutricionista é orientar, apoiar e promover hábitos alimentares saudáveis, que certamente podem fazer toda a diferença na vida de seus pacientes”, explica Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição da UNIFASE. O seminário será uma oportunidade enriquecedora para aprofundar conhecimentos e reforçar o papel essencial da nutrição na saúde pública e na vida dos pacientes oncológicos. A professora Thaise Gasser, destaca a relevância da temática e o papel central dos nutricionistas nesse contexto. “Falar sobre nutrição e câncer também é falar sobre a formação dos futuros nutricionistas. Essa é uma área que exige muito mais do que conhecimento técnico: exige sensibilidade, escuta e atualização constante. O câncer não é uma condição única — ele se apresenta de formas diferentes e exige condutas adequadas à realidade da pessoa. Por isso, é essencial que a graduação prepare o nutricionista para lidar com essa complexidade, oferecendo ferramentas para atuar com competência técnica e compaixão. É importante que a pessoa encontre no nutricionista não só alguém que orienta, mas que acolhe, apoia e contribui ativamente para a sua qualidade de vida”, disse ela.  O seminário é voltado para estudantes e profissionais de Nutrição, bem como demais interessados no tema, e contará com palestras que abordam diferentes vertentes do cuidado nutricional em pacientes oncológicos. A programação completa e as inscrições estão no site: https://www.unifase-rj.edu.br/evento-de-extensao/seminario-nutricao-2025