O Novembro Azul e o Câncer de Próstata – Um dos Vilões da Saúde Masculina

4 de novembro de 2020
O Novembro Azul e o Câncer de Próstata  – Um dos Vilões da Saúde Masculina

Por André Sá Earp, médico urologista e professor da UNIFASE

Desde 2008, no Brasil, existem campanhas para conscientizar os homens sobre a importância da realização de exames preventivos e cuidar da sua saúde. Em 2011 foi criado o Novembro Azul, que acabou ficando conhecido como o mês de combate ao câncer da próstata.

Muitos homens já ouviram falar sobre a próstata, mas a maioria deles não sabe qual a função desse órgão e as doenças que nele podem surgir.

A Próstata, presente apenas no homem, é uma glândula que fica localizada na saída da bexiga e envolve a uretra (canal por onde passam a urina e o esperma ). Tem como função produzir líquido prostático que é fundamental para a fertilidade.

Com o passar da idade, a maioria dos homens vai apresentar um aumento da próstata (40 a 50% nos homens com mais de 50 anos), isso não significa que esse crescimento seja uma doença. É um achado natural do envelhecimento.

A Próstata pode crescer de uma forma benigna (Hiperplasia) ou apresentar um crescimento maligno  (Câncer). É importante ressaltar que essas duas doenças na fase inicial podem não apresentar sintomas ou os sintomas serem semelhantes, não se conseguindo fazer uma diferença entre elas apenas pela sintomatologia.

Como o câncer de próstata é o segundo câncer mais frequente no homem, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, todos os espaços para esclarecimento e para a realização de campanhas educativas devem ser incentivados para tentar diminuir o preconceito e o tabu que os homens ainda têm em procurar atendimento médico preventivo.

O INCA (Instituto Nacional de Câncer) estima que em 2020 sejam diagnosticados 65.840 novos casos de câncer de próstata no Brasil. Sabe-se que 1 entre 9 homens vai ser diagnosticado com câncer de próstata durante sua vida e que 6 entre 10 homens com mais de 65 anos vai apresentar essa doença. Dados da sociedade americana de câncer mostram que a cada 41 homens diagnosticados com câncer de próstata, um vai morrer em decorrência da doença. No Brasil, em 2018, ocorreram 15.576 mortes por causa desse tumor. Felizmente, quando detectado precocemente a chance de cura é de mais de 90%.

Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer: A idade, parentes de primeiro grau (pai ou irmão) com câncer de próstata, obesidade e a exposição a alguns produtos químicos.

Para que possamos diminuir o número de mortes por câncer de próstata, o diagnóstico na fase inicial da doença é fundamental.

Para detectar o câncer é necessário que o homem seja submetido a alguns exames: o toque retal, dosagem de PSA no sangue e, de acordo com os resultados dessa avaliação inicial, podem ser necessários alguns outros testes. É importante ressaltar que nenhum desses exames isoladamente pode afirmar com certeza se o homem tem câncer prostático. Para exemplificar, o exame de PSA no sangue pode falhar em até 20% dos casos. Outros métodos diagnósticos que podem ser solicitados em caso de alguma suspeita, são: a Ressonância Magnética a Tomografia Computadorizada e a Cintilografia óssea. A biópsia da próstata é o único exame que confirma com certeza  a presença do câncer.

Existem várias formas de tratamento que deve ser individualizado caso a caso. Os principais são a vigilância ativa, a cirurgia radical, a radioterapia ou a hormonioterapia.

Atualmente, a Sociedade Brasileira de Urologia, Academia Americana de Urologia e a Sociedade Européia de Urologia recomendam que homens acima de 45 anos, com algum fator de risco ou os homens acima de 50 anos, procurem o urologista.

Nesse ano atípico em que estamos vivendo a pandemia pelo COVID-19, embora tenha sido recomendado que os pacientes com suspeita ou com câncer confirmado continuassem seus tratamentos médicos, o que vimos na prática foi uma redução na procura para consultas de rastreio e uma diminuição do número de cirurgias. Muitas pessoas ficaram com medo de ir ao hospital ou ambulatório temendo o contágio pelo SARSCOV-2.

É claro que devemos seguir as recomendações das autoridades de saúde, evitando aglomerações, usando máscaras, higienizando as mãos e os ambientes, mas não podemos deixar de procurar atendimento médico para consultas preventivas e de controle de doenças crônicas.

Precisamos ter a certeza de que a melhor forma de cuidar da saúde é tomando as medidas preventivas para detectar, se presente, qualquer doença na sua fase inicial com maior possibilidade de cura completa.

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Pela primeira vez em Petrópolis, a UNIFASE/FMP foi palco do CBC Itinerante, programa de educação continuada promovido pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), no qual profissionais da saúde puderam atualizar seus conhecimentos em cirurgias de casos clínicos complexos e controversos envolvendo Abdome Agudo, Vias Biliares e Oncologia Gastrointestinal. Com o objetivo de aproximar a capital das cidades do interior do Rio de Janeiro, Petrópolis foi o sexto município a receber o CBC Itinerante. "Petrópolis foi escolhida por ter a UNIFASE/FMP, que é formadora de excelentes profissionais da área de saúde, e também por sabermos que aqui existem médicos de assistência de diversas especialidades cirúrgicas para uma troca enriquecedora de experiências", comenta o cirurgião Guilherme Ravanini, Membro Titular e Diretor do Núcleo Central do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Na ocasião, médicos especialistas em suas áreas de atuação ministraram palestras abordando as últimas atualizações na área de cirurgia em diferentes casos, integrando não só cirurgiões, como também acadêmicos e residentes de Medicina. "Os acadêmicos e residentes puderam vivenciar essa experiência trazida por cirurgiões mais experientes de todo o estado e da cidade, que promoveram essa parte educacional em assuntos super interessantes, como abdome agudo, hérnias da parede abdominal, um pouco de oncologia, principalmente os tumores de cólon e os tumores gástricos", explica o médico cirurgião Thiago Kloh, professor da disciplina de Clínica Cirúrgica da UNIFASE/FMP. Durante o dia todo, os participantes puderam ampliar seus conhecimentos sobre técnicas modernas em casos de diverticulite aguda complicada, obstrução intestinal no pós-operatório imediato, apendicite, câncer de vesícula, câncer gástrico e câncer colorretal. "Entre as minhas opções de residência, estou optando pela clínica cirúrgica, então decidi participar do CBC para poder me informar melhor sobre o campo da cirurgia geral, que eu pretendo atuar no futuro. Esses eventos nos ajudam porque reforçam o que aprendemos na faculdade e oferecem mais informações relacionadas à carreira", disse Heitor Lopes Carvalho, aluno do 10º período de Medicina da UNIFASE/FMP que participou do CBC Itinerante.  Também participaram do evento, os médicos Marcos Filgueiras, Diogo Salles, Marco Antônio Banal Xavier, Rafael Massao da Silva Nagato, Fabio Leonetti, Augusto Cesar de Mesquita, Lécio Carneiro Junior, Fernando B. Ponce Leon Pereira de Castro, Alexandre Ferreira Oliveira, Biazi Ricieri Assis, Marcelo Sá de Araújo, Leonardo Rocha Ferraz, Guilherme Guédon de Oliveira, Julio Cesar Tabares Morales e Julio Vieira de Melo.