Projeto Linhas do Vale investe na geração de renda para famílias da comunidade

25 de agosto de 2020
ProjetoLinhasdoValeinvestenageração de renda para famílias da comunidade

Costurar é a nossa arte! Este é o slogan que chama a atenção para o trabalho desenvolvido pelas mulheres, moradoras do Vale do Carangola, que participam do projeto Linhas do Vale. Há cinco anos, o trabalho das costureiras é realizado no formato de um coletivo, permitindo renda e formação para os habitantes locais interessados em aprender a costurar.

Com a chegada da pandemia, o projeto foi remodelado e passou a contar com a parceria do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, que se tornou um cliente potencial, com demandas de confecção de máscaras e capotes, vestimentas utilizadas no atendimento ao público pelas equipes de saúde das unidades gerenciadas pela UNIFASE.

“Neste período, começamos a procurar uma forma de estabelecer este vínculo de trabalho associado à geração de renda na comunidade. Então, com a demanda da instituição por estes equipamentos específicos, gerou uma oportunidade e identificamos no Vale do Carangola este grupo que poderia confeccionar as peças. O objetivo das ações realizadas pelo setor de Extensão da UNIFASE é proporcionar às pessoas empoderamento, emancipação, independência e autonomia. Este projeto tem o objetivo de gerar autonomia e independência, através da geração de renda”, pontua Ricardo Tammela, coordenador de Projetos e Extensão da UNIFASE.

O intuito da instituição de ensino superior é estabelecer um sistema de geração de renda para que os moradores da localidade não precisem contar diretamente com ações de assistencialismo, mas que estabeleçam a própria forma de subsistência.

A iniciativa teve início através da dedicação da Janice de Oliveira que, com mais de 46 anos de trabalho nas máquinas de costura, conseguiu realizar diversos sonhos pessoais, dentre eles, mudar a realidade de algumas famílias ao ensinar donas de casa o ofício da costura, para que possam ser inseridas no mercado de trabalho. “Na minha opinião, o bairro não é carente apenas financeiramente, mas também de pessoas que realmente possam dar atenção para as reais necessidades dos moradores. Eu gosto muito daqui e do meu trabalho. Inclusive, paguei a faculdade da minha filha com a renda do meu trabalho como costureira. Eu percebi que algumas mulheres aqui não tinham perspectiva nenhuma de crescimento profissional. Então, no primeiro grupo de alunas que montei, cheguei a encaminhar três para o mercado de trabalho. É muito bom ser útil. Eu faço do meu conhecimento uma ponte para mudar a realidade de vida de muitas famílias”, explica Janice de Oliveira, Líder do projeto Linhas do Vale.

O espaço de costura é cedido pela Igreja Batista do Vale do Carangola e todos os equipamentos utilizados pertencem a líder do projeto. O ambiente de formação profissional não alterou apenas a realidade financeira de muitas famílias, mas proporcionou segurança para Fernanda superar um processo de luta contra a depressão.

“Eu simplesmente não saía de casa. Através do projeto, eu comecei a conversar com outras pessoas e a vivenciar no dia a dia o processo de costura. Foi assim que aprendi a pregar botões, arrematar roupas e vencer a depressão, que me deixava presa em casa. É realmente uma vitória o fato de eu conseguir estar me socializando novamente, vendo que sou capaz de aprender e, além disso, ainda gerar renda. Estou muito feliz”, conta Fernanda Neves, integrante do projeto Linhas do Vale.

Os desafios impostos pela pandemia só agravam ainda mais a vulnerabilidade financeira de muitas famílias da comunidade, pois muitas pessoas que tinham emprego formal, com carteira assinada, foram demitidas, e quem estava na informalidade, encontrou ainda mais dificuldade para conseguir um posto de trabalho.

“A nossa intenção é oferecer o espaço de profissionalização para que tenham a oportunidade de aprender uma profissão e se inserirem no mercado de trabalho. Quando começou a pandemia, as demandas de trabalho que elas vinham realizando cessaram. Então, a UNIFASE teve a iniciativa de somar esforços no projeto, dando abertura para que outras pessoas, que também se interessam em trabalhar no setor têxtil, possam participar. Além da geração de renda, este projeto abre espaço para o protagonismo social. As pessoas se sentem bem trabalhando e tendo condições de suprirem suas necessidades, pois são prestigiadas e valorizadas por aquilo que produzem”, afirma Marcos Gonçalves de Oliveira, Pastor da Igreja Batista do Vale do Carangola

Ano passado, a UNIFASE promoveu algumas rodas de conversa com moradores do bairro, pais de alunos da escola municipal da comunidade, para conversar sobre a necessidade de realizar ações pontuais identificadas por eles como essenciais. A geração de renda foi um dos temas levantados como uma demanda da comunidade para que pudesse ser refletida dentro do projeto de extensão, a fim de encontrar meios de atuação nesta perspectiva.

“Eu sabia que aqui seria possível aprender a costurar para ter uma profissão. Além de gerar renda para minha família, eu consigo conciliar o trabalho com o tempo que preciso para cuidar dos meus filhos. Aqui, me sinto realmente como parte de algo, pois às vezes ficava em casa, sem encontrar sentido para o que fazia, sem interesse nenhum de ter uma profissão. Depois que vim participar do projeto, entendi como essa iniciativa é boa não só para mim, mas também para os meus filhos. Eu espero aprender a cada dia mais e mostrar aos meus filhos que é possível, através de pequenas atitudes, alcançar nossos objetivos”, ressalta Scheendel Dias, integrante do projeto Linhas do Vale.

Desde 2016, a UNIFASE está presente no dia a dia da comunidade, através do Projeto de Extensão do Vale do Carangola, desenvolvendo diversas atividades de educação, promoção da saúde, geração de renda, cidadania, meio ambiente e cultura, em parceria com o CRAS, com a Unidade de Saúde da Família, com a Escola Municipal Lúcia de Almeida Braga, com a Associação de Moradores e com as lideranças comunitárias do bairro.

“A nossa expectativa é que o projeto Linhas do Vale possa ser um modelo para desenvolvermos outras experiências dentro do mesmo conceito no bairro. Nossa intenção é reunir pessoas com outros ofícios e, a partir dessa união, de um trabalho conjunto com a colaboração e com a parceria da UNIFASE, possibilitar a ruptura desse bloqueio que o sistema coloca entre as pessoas e o mercado de trabalho. Queremos aproximar essas pessoas, garantir qualificação profissional e, assim, melhorar a qualidade de vida delas” finaliza Tammela.

 

29 de outubro de 2025
Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves. 
28 de outubro de 2025
Evento reúne especialistas para debater avanços e desafios na saúde da mulher
27 de outubro de 2025
Com projeto sobre sustentabilidade UNIFASE/FMP conquista segundo lugar