Projeto Integrado da Nutrição da UNIFASE/FMP forma nutricionistas com olhar ampliado e conexão com saberes tradicionais

6 de junho de 2025
Projeto Integrado da Nutrição da UNIFASE/FMP forma nutricionistas com olhar ampliado e conexão com saberes tradicionais

Experiência no Quilombo Boa Esperança inspira criação de produtos sustentáveis


Ser nutricionista, hoje, exige mais do que conhecimento técnico sobre alimentos e dietas. É preciso ter uma formação ampla, capaz de articular saberes diversos, compreender contextos socioculturais e pensar de forma empreendedora e sustentável. Com esse espírito, alunas do 4º período do curso de Nutrição da UNIFASE/FMP participaram do Projeto Integrado da Nutrição (PIN). A Iniciativa desafiou as estudantes a criarem um produto alimentar do zero, partindo desde a elaboração do plano de negócios até a execução técnica. Ao longo do processo, elas trabalharam a fundo conceitos de sustentabilidade, gestão e inovação.


“A cada ano, o PIN representa um novo desafio. Escolhemos um tema e sabemos que os estudantes enfrentarão obstáculos ao longo do caminho, o que faz parte do processo de aprendizagem. É um projeto que exige responsabilidade e compromisso de todos os envolvidos. Estamos sempre em busca de aprimoramento, e felizmente temos colhido bons resultados. Neste ano, trouxemos novas ideias e vivemos uma experiência rica em trocas e aprendizados”, destacou a professora Cristiane de Albuquerque Mello, do curso de Nutrição da UNIFASE/FMP, ao ressaltar que a realização do projeto só foi possível graças à atuação de uma equipe ampla e bem alinhada, que acompanhou de perto cada etapa da orientação das estudantes ao longo dos processos.


Para esta edição, o PIN trouxe uma experiência singular: as alunas utilizaram produtos da Mata Atlântica como base para os estudos e desenvolveram um trabalho de campo no Quilombo Boa Esperança, localizado no município de Areal. Durante a visita, os estudantes tiveram contato direto com os alimentos típicos da região e com práticas alimentares tradicionais, aprendendo na vivência com a comunidade. A iniciativa foi realizada em parceria com o setor de Extensão da UNIFASE/FMP.

“Acredito que o PIN é uma oportunidade incrível para o nosso crescimento profissional. Criar um produto do zero exige muita dedicação, porque envolve várias etapas. No nosso caso, desenvolvemos um pão, e no primeiro teste ele não saiu como esperávamos. Foi preciso estudar, pesquisar e aprimorar a receita até chegarmos ao resultado ideal. Todo esse processo foi desafiador, mas extremamente enriquecedor” disse Suelen Araújo, aluna do 4° período e integrante do grupo que produziu o “Pão Nobis”, um pão artesanal feito com ora-pro-nóbis rico em ferro e isento de ingredientes de origem animal.


Os outros produtos foram: “Jabuticake”, um cupcake de jabuticaba, feito com ingredientes naturais e sem aditivos químicos; “Cheesck´s”, um cheesecake de caqui rico em fibras e antioxidantes, além de baixo teor de gorduras e o “VegGelato”, um sorvete de tangerina com romã, 100% vegano.

“Aqui no quilombo, a gente já convive com esses ingredientes no dia a dia, e foi muito especial ver as alunas conhecendo de perto a nossa realidade. Eu gostei muito das receitas que elas prepararam, tudo estava uma delícia! Essa troca de experiências foi maravilhosa, tanto para nós quanto para elas”, frisou Célia Barbosa Fonseca, integrante do Quilombo Boa Esperança.


A culminância do projeto foi marcada pela devolutiva às famílias do quilombo. No campus Barão, foi promovido um momento de partilha onde as alunas apresentaram os conhecimentos adquiridos e realizaram uma degustação com os produtos desenvolvidos.


“É muito significativo quando há essa troca de saberes. As alunas tiveram a oportunidade de conhecer de perto a vivência do quilombo, de observar sua rotina, seus ingredientes e tradições. A partir disso, criaram os produtos com base nessa realidade. Ter a validação dos quilombolas é fundamental, porque são eles os verdadeiros detentores dessa cultura. Por isso, é tão especial recebê-los aqui, permitindo que provem, conheçam e reconheçam o que foi produzido a partir do aprendizado e da inspiração que veio diretamente do território deles”, explicou Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição da UNIFASE/FMP.



“Houve uma conexão muito bonita entre os saberes orgânicos, que vêm da vivência e da tradição, e os saberes sintéticos, que são construídos na academia. Hoje, durante a degustação, tivemos um verdadeiro banquete fruto dessa união entre o conhecimento tradicional e o aprendizado técnico das nossas estudantes”, finalizou a professora de Gleicielly Braga, professora de extensão da UNIFASE/FMP.


22 de julho de 2025
O trabalho “Prática assistencial na Odontologia: uma reflexão necessária”, apresentado pela professora e coordenadora do curso de Odontologia da UNIFASE, Maria Isabel Bastos Valente, foi classificado em primeiro lugar na categoria "Rodas Saberes e Experiências", durante a 60ª Reunião da Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO), realizada entre os dias 15 e 18 de julho, em Manaus (AM). O estudo foi desenvolvido em coautoria com a subcoordenadora do curso de Odontologia da UNIFASE, Natália Araújo Silva Prado, da professora do curso de Odontologia da UNIFASE, Kátia Mendes de Souza e da ex-coordenadora do curso de Odontologia da UNIFASE, Vera Lígia Vieira Mendes Soviero.  Inserido no eixo temático de “Estrutura curricular e projetos pedagógicos”, o trabalho trouxe uma reflexão sobre a importância da atenção integral à saúde, da humanização da assistência e do papel da saúde bucal no cuidado multiprofissional, com foco na formação crítica e sensível de futuros profissionais de Odontologia. A apresentação integrou a participação do curso de Odontologia da UNIFASE na 60ª edição do evento, considerado um dos mais relevantes encontros acadêmicos do país na área. Realizada no Centro de Convenções Vasco Vasques - Manaus, a reunião da ABENO reuniu professores, coordenadores, estudantes e profissionais da rede de saúde de todas as regiões brasileiras, sob o tema: “Protagonismo estudantil, atividades práticas curriculares e docência criativa na formação em odontologia”.
22 de julho de 2025
Conferência em Brest, na França, reuniu especialistas de todo o mundo para discutir os futuros possíveis nas representações sociais
21 de julho de 2025
O professor Ricardo Tammela, coordenador de Extensão da UNIFASE/FMP, em coautoria com cinco estudantes extensionistas, acaba de publicar o artigo “Narrativas de uma extensão sentipensante: um canto ao caminhar, ao encontrar, ao dialogar...” na Revista Em Extensão, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Esta é a segunda publicação de uma série de três artigos sugerida pela própria revista. Esse texto retrata a experiência bem-sucedida de extensão universitária, baseada na vivência e na escuta, desenvolvida pela instituição em um projeto no Vale do Carangola. Tammela explica que o texto narra essa experiência de caminhar à deriva, sentir e ser afetado, tecendo relações entre o cotidiano, os saberes populares e a universidade. “Ao caminhar pelas ruas e servidões do Vale do Carangola, nos colocamos em movimento, abertas ao encontro, ao afeto e à linguagem que nos atravessa. Os encontros não são casuais; eles emergem da interação e, quando recorrentes, nos transformam. Essa experiência, compõem a trama viva de uma extensão universitária comprometida com a coletividade e a transformação”, complementa o professor. O artigo foi produzido em conjunto com as alunas do curso de Medicina, Ana Iasmin Rodrigues Bruno, Mariana Innocencio, Antonia Zigoni, Rafaella Folhadella Battaglia e da estudante do curso de Nutrição, Íris Rigolon Machado Giglio Santos. Para Rafaella Folhadella, aluna do 10° período do curso de Medicina da FMP, participar do projeto no Vale do Carangola foi uma experiência transformadora. Segundo ela, a atividade foi um encontro com uma realidade que muitas vezes passa despercebida. “A vivência nas ruas, escolas e casas da comunidade me ensinou que a extensão universitária vai além da teoria: ela acontece no sentir, no diálogo e no reconhecimento da potência das pessoas envolvidas. É sobre sentir junto, estar presente, deixar que as histórias nos toquem. Foi ali que eu percebi que aprender também é escutar o outro, reconhecer suas dores, seus sonhos”, ressalta ela. A publicação do artigo evidencia o trabalho desenvolvido no Vale do Carangola, que pode inspirar outras iniciativas na comunidade acadêmica. “A gente precisa muito divulgar projetos como esse dentro da universidade. Porque eles mostram que a educação não acontece só na sala de aula, mas também no contato com a comunidade, na troca verdadeira. Divulgar esse tipo de vivência ajuda a valorizar o papel da extensão, e principalmente, mostra que existem outras formas de produzir conhecimento — formas mais humanas, mais conectadas com a vida real. O artigo foi uma forma de registrar isso tudo, de compartilhar essas experiências com outras pessoas que talvez nunca tenham pisado em um lugar como o Vale, mas que podem se sensibilizar e repensar seu lugar dentro da universidade e da sociedade”, explicou Rafaella.  O artigo está disponível no site: https://seer.ufu.br/index.php/revextensao/article/view/77586