Pesquisa da UNIFASE/FMP e Fiocruz analisa aumento de casos de coqueluche em crianças

8 de outubro de 2025
Pesquisa da UNIFASE/FMP e Fiocruz analisa aumento de casos de coqueluche em crianças

Em Petrópolis, o número de casos, embora relativamente baixo, serve como sinal de alerta, ressalta professora da UNIFASE/FMP e pesquisadora Patricia Bocollini

O aumento expressivo dos casos de coqueluche em crianças menores de 5 anos reacendeu o alerta para a importância da vacinação e da vigilância em saúde. Em 2024, o Brasil registrou 4.304 casos da doença nessa faixa etária, contra 318 em 2023 — um salto de 1.253% em apenas um ano. E, embora o cenário nacional seja preocupante, Petrópolis também registrou ocorrências que exigem atenção: 17 casos e 7 internações entre 2024 e 2025, sem registro de óbitos.


"Em Petrópolis, os números absolutos estão baixos e não houve mortes recentes, o que é um dado positivo. No entanto, em nível nacional, o Brasil enfrentou uma onda bem mais intensa, inclusive com aumento de óbitos — até mesmo entre crianças. Isso nos lembra que, apesar da situação local parecer mais tranquila, o risco não está eliminado. O cenário nacional e o de outros estados indicam a necessidade de manter atenção redobrada. No caso específico de Petrópolis, é fundamental que a Secretaria Municipal acompanhe possíveis atrasos na aplicação das doses de reforço, intensifique a detecção oportuna de casos por meio de exames de PCR e esteja preparada para responder rapidamente.


Afinal, os picos da doença acontecem em ciclos e, muitas vezes, atingem cidades que, em um primeiro momento, apresentam indicadores aparentemente estáveis”, explicou a professora da UNIFASE/FMP, Patricia Bocollini. Ela é uma das coordenadoras da pesquisa junto com o doutor Cristiano Bocollini.


Os dados fazem parte de uma análise conduzida pelo Observa Infância, iniciativa de divulgação científica do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/UNIFASE). O objetivo é compreender o impacto das doenças infecciosas na infância, com foco especial nas desigualdades regionais e nas políticas de imunização.


Segundo o levantamento, a coqueluche, também conhecida como “tosse comprida”, é uma infecção respiratória altamente contagiosa, que pode ser grave em bebês e crianças pequenas. O aumento recente no país vem sendo associado à redução das coberturas vacinais observadas nos últimos anos e à retomada da circulação bacteriana após o período de isolamento causado pela pandemia.


“Apesar de avanços registrados nos últimos anos, o Brasil ainda não conseguiu atingir a meta de 95% de cobertura vacinal. Em agosto de 2025, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) divulgou um relatório alertando que a queda na imunização não é exclusividade do país: em todo o continente americano, a pandemia contribuiu para reduzir significativamente os índices de vacinação. O cenário é marcado por forte desigualdade. Embora os dados nacionais e até mesmo estaduais possam sugerir uma situação relativamente estável, a análise detalhada dos municípios revela grandes disparidades. Em muitas localidades, persistem bolsões de crianças desprotegidas, sem vacinação ou com doses atrasadas, o que mantém riscos elevados para surtos de doenças evitáveis. Outro ponto de atenção destacado por especialistas é a imunização no pré-natal. A vacina contra a coqueluche (dTpa), aplicada em gestantes, é fundamental para proteger os bebês nos primeiros meses de vida, período em que eles ainda não completaram o esquema vacinal. A recomendação é de que a cobertura entre gestantes seja ampliada para reduzir a vulnerabilidade dessa faixa etária”, destaca ela.


A cobertura da vacina tríplice bacteriana (DTP) em menores de 1 ano no Brasil subiu de 87,6% em 2023 para 90,2% em 2024, mas ainda está abaixo da meta nacional de 95% estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Essa diferença, embora pequena, mantém uma margem de vulnerabilidade capaz de favorecer o ressurgimento da doença. A doutora Patricia Bocollini faz um alerta: para que a onda nacional observada não tenha impacto local é preciso destaque no papel da atenção primária e da chamada “busca ativa”, que consiste em identificar e vacinar crianças que ainda não completaram o esquema ou que deixaram de receber as doses de reforço.


“A principal recomendação para Petrópolis é manter e recuperar os esquemas vacinais, especialmente no contexto da nova campanha de imunização. Isso inclui garantir que crianças recebam as doses nos períodos corretos — aos 2, 4 e 6 meses, além dos reforços —, ampliar a cobertura da vacina dTpa em gestantes e realizar a testagem precoce em casos suspeitos, para proteger crianças menores de cinco anos”, finaliza.


Campanha de Multivacinação



O Ministério da Saúde iniciou nesta quarta-feira (1º) a Campanha Nacional de Multivacinação, voltada para crianças e adolescentes de até 15 anos. A ação acontece entre os dias 6 e 31 de outubro, período em que pais e responsáveis poderão atualizar a caderneta de vacinação. Como parte da mobilização, o chamado Dia D está marcado para 18 de outubro, quando postos de saúde em todo o país devem intensificar o atendimento para ampliar a cobertura vacinal.


24 de novembro de 2025
A Faculdade de Medicina de Petrópolis recebeu no último sábado (22) uma visita muito especial: a turma de Medicina de 1975 da FMP, que celebrou meio século de história desde o início da sua formação. Cinquenta anos depois, os antigos estudantes regressaram ao campus para reencontrar colegas de profissão, recordar momentos marcantes e testemunhar a evolução da Faculdade ao longo das últimas décadas. A celebração incluiu ainda a simbólica renovação do juramento médico, revivendo a emoção e o compromisso que marcaram o início das suas carreiras. O encontro foi idealizado pela professora e egressa da turma, Drª Rosane Bittencourt e reuniu mais de 30 ex-alunos. Entre os visitantes, esteve presente o ex-diretor da FMP, Dr. Paulo Cesar Guimarães.
24 de novembro de 2025
A humanização do cuidado tem se consolidado como um dos pilares da formação em saúde na UNIFASE/FMP, especialmente na Residência Multiprofissional em Atenção Básica em Saúde, onde o Programa de Desenvolvimento das Humanidades vem promovendo mudanças na forma como os profissionais compreendem, acolhem e se relacionam com os pacientes. Implementado na graduação desde 2021 e ampliado para a residência multiprofissional desde março de 2025, o programa utiliza metodologias como narrativas biográficas, prática reflexiva, comunicação em saúde e rodas de conversa estruturadas para desenvolver competências essenciais ao trabalho no SUS. A proposta busca fortalecer a escuta qualificada, o vínculo com o território, o olhar ampliado sobre o processo saúde-doença e o cuidado centrado na pessoa. “Nós temos uma avaliação permanente das residentes, muito positiva, sobre o processo de acompanhamento e desenvolvimento das humanidades como sendo um espaço para o compartilhamento das práticas e uma oportunidade de refletir sobre essa prática. É fundamental que as nossas residentes hoje, como futuras especialistas em Atenção Básica, estejam tendo a oportunidade de desenvolver a habilidade de refletir sobre a prática, refletir sobre as ações, refletir sobre o processo de formação, sobre os atendimentos, sobre olhar para o território. Então possibilitar um encontro destinado a esse processo de reflexão é claro que contribui para o desenvolvimento dessa habilidade e isso sem sombra de dúvidas impacta no atendimento aos indivíduos, às famílias e à comunidade” Norhan Sumar, coordenador do programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da UNIFASE/FMP. O impacto do programa na formação de profissionais e na qualificação da assistência chamou a atenção da comunidade acadêmica internacional. Em 2025, a professora Camila Aloisio Alves, coordenadora do Programa de Desenvolvimento das Humanidades da UNIFASE/FMP foi ao Canadá apresentar os resultados e desdobramentos do projeto. “A experiência foi muito exitosa, enriquecedora e produtiva. Pude participar de dois congressos: o primeiro, na cidade de Québec, “Passé, présent et futur des récits de vie dans la recherche en éducation et la formation”, organizado pela Universidade de Laval em parceria com a Associação Internacional de Histórias de Vida e Formação, da qual faço parte do conselho administrativo, e cujo objetivo foi explorar o papel das narrativas de vida na pesquisa e na formação em educação, o segundo, « Collaboration interprofessionnelle et apprentissage expérientiel en santé: récits, pratiques et approches créatives » foi organizado pela Universidade de Montreal e pelo Centro de pesquisa do Instituto de Geriatria de Montreal, com o objetivo de refletir sobre a complexidade da experiência de colaboração interprofissional em cuidados de saúde, em parceria com o paciente e seus familiares. Nele apresentei a conferência « La narration du vécu et les savoirs expérientiels : quel rapport pour quels apports dans la formation en santé ? »". No contexto desse mesmo congresso, a residente Rafaela Martinho Tobler, que está no segundo ano do Programa de Residência Multiprofissional da Atenção Primária, também foi convidada a apresentar as contribuições e perspectivas de aprendizado multiprofissional a partir da sua trajetória de formação e atuação como residente. “Em outubro, estive no Canadá para apresentar um trabalho sobre a Residência Multiprofissional em Atenção Básica da UNIFASE, destacando a importância do trabalho em equipe e das práticas multiprofissionais. A Universidade de Montreal tem forte tradição em pesquisas sobre interdisciplinaridade, e essa aproximação foi possível graças à parceria estabelecida pela professora Camila, que já mantém contato com os pesquisadores de lá. Durante a viagem, também visitei a universidade e o centro de geriatria, o que me permitiu conhecer de perto o funcionamento do sistema de saúde local. Foi uma experiência extremamente enriquecedora, na qual pude aprender muito e ampliar minha visão sobre práticas em saúde”, disse Rafaela. A professora Camila destaca que além da participação nos congressos, ela também ministrou dois ateliês de formação, como nos explicou: “um foi na Universidade do Québec à Trois Rivières (UQTR) sobre “L’approche narrative biographique : quelles contributions pour la formation à l’université ? »; e outro na Universidade de Montréal, especificamente para os pesquisadores da Equipe Futur, intitulado « L’approche narrative biographique: quelles contributions pour la recherche en santé et en éducation ? »”. Cabe destacar que a Equipe Futur tem o objetivo compreender melhor a contribuição das experiências educacionais para o processo de profissionalização dos profissionais de saúde e que a docente passou a ser membro colaboradora desde junho deste ano, tendo se tornado a única professora brasileira e a única não canadense a compor o grupo de forma permanente. UNIFASE/FMP: referência em programas de residência Com um portfólio consolidado, a UNIFASE/FMP oferece residências em diversas áreas da saúde. Na área médica, são ofertadas especializações em Anestesiologia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina de Família e Comunidade, Medicina Intensiva, Pediatria, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Radiologia e Diagnóstico por Imagem - Ano Adicional, Neonatologia, Endoscopia, Urologia e o mais recente programa em Cirurgia Oncológica. Além disso, o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica inclui vagas para nutricionistas, psicólogos e enfermeiros. Na Residência em Enfermagem, as opções de especialização incluem Terapia Intensiva, Obstetrícia e, agora, Oncologia.  A instituição conta ainda com cursos de pós-graduação. Confira mais informações no site da instituição: https://www.unifase-rj.edu.br/pos-unifase/cursos-de-pos-graduacao
21 de novembro de 2025
Plano detalhado analisa tendências, legislação e potenciais regiões para expansão da VOANA