Parceria entre Cefet/RJ e UNIFASE/FMP rende frutos: doutorando recebe prêmio de melhor artigo do Simpósio Brasileiro de Computação aplicada à Saúde

Modelo de IA para detecção de osteoartrite foi destaque na modalidade Artigo Curto

Foto: Juliana Alabarse



Na última sexta-feira, dia 13 de junho, o aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Instrumentação e Óptica Aplicada (PPGIO) do Cefet/RJ Thalles Cotta Fontainha recebeu o prêmio de Melhor Artigo do Simpósio Brasileiro de Computação aplicada à Saúde (SBCAS) 2025, na modalidade Artigo Curto. O simpósio foi realizado em Porto Alegre entre os dias 9 e 13 de junho.

O trabalho – que foi orientado pelo professor e diretor do Cefet/RJ Petrópolis, Felipe Henriques, e coorientado por Ricardo de Souza Tesch, docente e pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP – é fruto do Acordo de Cooperação entre as duas instituições, firmado em novembro de 2024. O artigo contou também com a participação dos professores Amaro Azevedo de Lima (Cefet/RJ Nova Iguaçu) e Gabriel Matos Araujo (Cefet/RJ Maracanã).

Intitulado “Classificação Binária de Imagens de Ressonância Magnética de Osteoartrite com o Modelo R3D_18 Modificado”, o artigo investiga o uso de inteligência artificial no suporte ao diagnóstico precoce da osteoartrite do joelho, explorando a classificação binária (imagens normais versus anormais) em exames de ressonância magnética. De acordo com Thalles, a pesquisa adapta a rede neural R3D_18, originalmente desenvolvida para reconhecimento de vídeos, para identificar alterações degenerativas associadas à doença.

“Os resultados da pesquisa apontaram para um bom desempenho da abordagem, com acurácia de 86,1%, ou seja, o modelo acertou mais de 86% dos casos na distinção entre joelhos normais e com osteoartrite”, enfatizou Thalles. Os resultados apresentados pelo artigo indicam o potencial da abordagem para aprimorar o diagnóstico e auxiliar na tomada de decisão clínica, o que reduziria a demanda por análises manuais e fundamentaria avanços em diagnósticos automatizados de osteoartrite.

“Esta premiação, no principal simpósio nacional de computação aplicada à saúde, mostra os primeiros resultados da parceria institucional entre o Cefet/RJ e a UNIFASE/FMP, e evidencia o potencial desta importante colaboração. Este trabalho aplica técnicas avançadas de Inteligência Artificial em problemas médicos, unindo essas áreas tão importantes atualmente. Gostaria de registrar aqui a colaboração essencial do professor Ricardo Tesch na orientação ao Thalles. Ricardo foi quem nos apresentou este tema, tendo gerado esta oportunidade de pesquisa aplicada. Agradeço ao aluno Thalles, que topou estudar esse tema tão importante, assim como agradeço aos docentes Amaro Lima e Gabriel Araújo por terem entrado neste time”, ressaltou Felipe Henriques.
 
Para o Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP, professor Ricardo Tesch, o prêmio representa o reconhecimento ao trabalho científico desenvolvido em conjunto pela UNIFASE/FMP e pelo Cefet/RJ. “A iniciativa integrou a expertise da UNIFASE/FMP no desenvolvimento de uma plataforma tecnológica voltada ao desenvolvimento de terapias para o controle da osteoartrite — uma doença altamente prevalente e incapacitante — à competência do Cefet/RJ nas áreas de Inteligência Artificial e análise de dados, incluindo imagens médicas. Trata-se de um primeiro passo: o início de uma parceria extremamente promissora”, destacou.

 

Thalles Cotta Fontainha: trajetória e conquistas

A história de Thalles começou no Cefet/RJ, quando fez a formação técnica em Telecomunicações. Depois, ele se formou em Ciência da Computação na Uerj, fez mestrado profissional em Telessaúde e Saúde Digital também na Uerj e retornou para o Cefet/RJ para cursar o doutorado no PPGIO. “Desde a graduação, minhas pesquisas têm se concentrado no desenvolvimento de tecnologias digitais para a área da saúde, com ênfase em inteligência artificial, automação de processos com linguagem simples aplicada à comunicação em saúde”, afirmou Thalles.

O discente já teve um trabalho reconhecido em 2023, quando foi premiado no Simpósio Brasileiro de Sistemas de Informação com o artigo "SUSi-Carioca: Chatbot de pós-atendimento de consultas no SUS utilizando práticas de Linguagem Simples", quando cursava mestrado na Uerj.

Thalles disse estar muito satisfeito com mais essa premiação e ressaltou como foi importante estar no evento e conhecer outras pesquisas. “Participar presencialmente do SBCAS 2025 em Porto Alegre, representando esse projeto de classificação de osteoartrite, com suporte pessoal do meu orientador de doutorado, Felipe Henriques, trouxe um sentimento ainda maior de realização. Vi lá que linhas de pesquisa como a que venho desenvolvendo, em IA aplicada à saúde, estão sendo também desenvolvidas por outros pesquisadores. Isso me motiva a continuar avançando e, em alguma medida, a contribuir com soluções que possam fazer diferença nessa área”, frisou.