Exposição "Tristes, Loucas e Más” uma Jornada de Sensibilidade e Reflexão aberta à visitação na UNIFASE

1 de abril de 2024
Exposição "Tristes, Loucas e Más” uma Jornada de Sensibilidade e Reflexão aberta à visitação na UNIFASE

Na vanguarda do diálogo entre arte, ciência e questões de gênero, o Laboratório de Estudos em Representações Sociais e Saúde (LERS) e o Coletivo Feminista (COFEM) do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) celebram a abertura à visitação da exposição "Tristes, Loucas e Más", que terá início na próxima sexta-feira (05/04), às 19h30, no Centro Cultural da UNIFASE/FMP. A exposição, gratuita e aberta ao público, marca o transbordamento de um intenso projeto de estudos que mergulhou nas profundezas das representações sociais femininas, encontrando expressão criativa e sensível.


“A exposição na UNIFASE é um convite para todos aqueles que desejam se envolver em um diálogo significativo sobre a loucura, as questões de gênero e a construção social do feminino através da arte. A experiência sensorial, matéria-prima das artes, é permeada pelas significações, representações que produzimos e compartilhamos sobre nossas experiências. É essa mesma imaginação simbólica que torna inteligível o mundo, o campo de Estudos do LERS, uma dimensão fundante do conhecer e estar no mundo. A imaginação criativa é o que conecta o mundo das artes com o mundo das ciências. E ver isso expresso na criação subjetiva das estudantes, a partir dos afetamentos intelectuais e sensíveis produzidos pelos nossos estudos, é incrível!”, frisa Maria Regina Bortolini, orientadora do grupo de estudos.


Desde os desafios impostos pela pandemia de COVID-19, o LERS e o COFEM têm colaborado no desenvolvimento de um grupo de estudos focado em obras relevantes no campo dos estudos de gênero. O objetivo principal tem sido a construção de espaços de estudo e diálogo, onde a leitura acadêmica se entrelaça com as vivências coletivas, propiciando um ambiente de reflexão e ativismo em torno das questões de gênero.


“A escolha do tema surgiu a partir do nosso antigo grupo de pesquisa, em que a saúde mental foi um assunto muito abordado e que permitiu a criação de um vínculo mais forte entre as participantes, mesmo que não fosse o tema do livro anterior. Acabamos percebendo que o assunto saúde mental da mulher seria um facilitador para um novo grupo, além da importância de criarmos um espaço para as participantes poderem falar sobre suas opiniões e vivências. Também preciso destacar que o tema é de uma significância absurda em nossa formação, principalmente na área de saúde, para podermos ter um olhar diferenciado sobre como a mulher foi e é vista na história da psicologia e da psiquiatria, onde muitas dessas questões possuem repercussões até hoje”, explica Gabrielle Pinheiro, aluna de Medicina e membro do COFEM da UNIFASE/FMP.


O projeto começou com o estudo da obra "O Segundo Sexo", de Simone de Beauvoir, uma análise profunda que revelou como a concepção do masculino como absoluto universal humano e do feminino como "o outro" permeia a sociedade, legitimada por argumentos biológicos, históricos e psicanalíticos. À medida que o grupo avançava na leitura, as discussões se tornavam mais pessoais e sensíveis, com relatos individuais se entrelaçando com as reflexões da obra. Em seguida, o grupo se dedicou ao estudo de "Tristes, Loucas e Más", de Lisa Appignanesi, explorando o papel da ciência médica na construção de discursos que muitas vezes marginalizam e estigmatizam as mulheres, especialmente aquelas com questões de saúde mental. Novamente, as discussões ultrapassaram os limites acadêmicos, levando os participantes a questionar e refletir sobre suas próprias experiências e identidades.


“Ver o surgimento, desenvolvimento e agora a concretude dessa exposição me leva a refletir sobre o percurso que tivemos dentro do grupo de estudos ‘Tristes, loucas e más’, um trajeto no qual pudemos experienciar um crescimento e amadurecimento individual e coletivo que abrange as mais diversas áreas de nossa vida, ultrapassando os limites da academia. Nos propor e nos permitir abordar a reflexão sobre a construção social acerca do ideal feminino, é um ato de coragem, pois, como grupo majoritariamente composto de mulheres, foi inevitável que nos defrontássemos com nossas próprias realidades”, destaca Ana Beatriz Mello, aluna do curso de Psicologia.


A exposição "Tristes, Loucas e Más" é o culminar dessa jornada de sensibilidade e reflexão. Longe de ser uma simples resenha das obras estudadas, a exposição busca compartilhar ideias, ampliando os espaços de expressão e acolhimento para pensar, sentir e agir. Dividida em três movimentos, a exposição provoca uma reflexão profunda sobre os processos de estigmatização e violência enfrentados pelas mulheres, celebra os laços de afeto e solidariedade que as unem, e oferece um espaço de escuta e acolhimento para cada participante.



“Está sendo muito bom esse processo de montagem da exposição, pois estamos trabalhando na lógica do coletivo. A exposição em si já é fruto desse trabalho de pesquisa realizado ao longo de um ano e está sendo uma delícia poder construir isso como um encerramento desse ciclo com as meninas”, finaliza Carol Oliveira, aluna de Medicina.

 

Serviço:

Exposição Tristes, Loucas e Más 
Data: 05/04 a 11/05/2024
Horário: De segunda a sexta-feira, das 10h às 21h e aos sábados, das 8h às 16h. 
Endereço: Centro Cultural UNIFASE/FMP – Av. Barão do Rio Branco, 1003, Centro, Petrópolis/RJ. 

29 de outubro de 2025
Até quinta-feira (30) acontece a 31ª Semana Científica da UNIFASE/FMP, que neste ano tem como tema "Entre a serra e o mar - interfaces entre saúde, ecossistemas e tecnologias", promovendo uma troca de ideias entre os conhecimentos acadêmicos e a sociedade. "Toda escola é uma casa de aprendizado, mas é um aprendizado que não pode jamais ser desconectado da realidade da sociedade. Saúde é um conceito muito amplo, que fala do bem-estar global das pessoas, mas está diretamente ligada ao meio ambiente, onde nós vivemos e nos desenvolvemos. O nosso aprendizado, nosso fazer e nossa tecnologia não podem jamais estar descolados desse bem-estar do cuidado com os outros e da própria existência. A Semana Científica da UNIFASE/FMP tem que ser vista sob essa perspectiva de trazer os nossos saberes para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e saudável", comenta Jorge D á u, presidente da Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. São mais de 1.100 inscritos, 234 trabalhos aprovados e mais de 70 palestrantes em um dos eventos acadêmicos mais tradicionais da instituição. "É muito importante trazermos para a nossa reflexão esse tema, que é o assunto do momento. Estamos a poucas semanas da COP30, que vai justamente discutir como estamos tratando a vida. Desejo que durante a Semana, os participantes vejam, reflitam e tirem as suas conclusões sobre que lado estamos no processo", acrescenta o professor Abílio Aranha, pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP. A programação conta com mesas-redondas, oficinas temáticas, palestras, mostras de trabalhos e apresentações culturais , abordando questões como inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas em saúde. "Num mundo onde o acesso à informação é ilimitado, seja ela verídica ou não, e que as respostas estão todas aí, é cada vez mais importante a gente conhecer quais são as perguntas relevantes, que podem mudar a qualidade de vida da população e melhorar o ambiente em que vivemos. Não é possível reconhecer as perguntas sem uma escuta atenta, sem uma interlocução, sem uma troca, e essa Semana é o espaço para isso", completa o professor Ricardo Tesch, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UNIFASE/FMP. A professora Thaise Gasser, coordenadora do curso de Nutrição e da Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da UNIFASE/FMP , foi a mediadora da mesa de abertura, que contou com a participação de Luana Pinho, professora associada da Faculdade de Oceanografia da UERJ, e Vitória Custódio, geógrafa e gerente de Prevenção e Preparação da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis. A professora Luana falou sobre como o aumento da temperatura dos oceanos impacta a região serrana. "Se associarmos as mudanças globais, como o aumento de C02 e o aumento da temperatura dos oceanos, consequentemente teremos o aumento da evaporação, das nuvens que vão se condensando, e o aumento das chuvas. É a partir daí que começamos a visualizar e a entender mais diretamente como as mudanças climáticas e as alterações nos oceanos podem também impactar quem mora na serra", explica. Já Vitória mostrou o mapa de risco geológico de Petrópolis e a topografia da bacia do Rio Quitandinha, que é a que mais sofre com risco hidrológico. "Para além de todas as condições naturais que já tínhamos para essa inundação ser tão severa, ainda temos a ocupação urbana e todas as questões antrópicas que influenciam ainda mais esse processo, como a impermeabilização do solo, a quantidade de construções, o esgotamento sanitário sendo despejado, enfim, tudo isso piora ainda mais o nosso cenário de risco", analisa. De acordo com a geógrafa, os riscos e desastres estão associados à população e sua exposição às ameaças presentes, podendo ser desencadeados por ameaças naturais ou antrópicas (atividades humanas), sendo sempre classificados como socioambientais por seus impactos. Além das ações comunitárias promovidas pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Vitória mencionou ainda o projeto "Comunidade que cuida da vida", em parceria com a UNIFASE/FMP, na qual os estudantes juntos à equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, coletam informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população para uma resposta mais eficiente em situações de desastres. A programação, que segue até quinta-feira (30), está disponível no site da instituição: https://www.even3.com.br/xxxi-semana-cientifica-unifasefmp-596978/ Câmara entrega título de utilidade pública municipal à UNIFASE/FMP Durante a abertura do evento, o vereador Dr. Aloisio Barbosa Filho entregou o Título de Utilidade Pública à Fundação Octacílio Gualberto, mantenedora da UNIFASE/FMP e da Escola Técnica Irmã Dulce Bastos. "É uma honra estar aqui como representante do Legislativo e poder homenagear a instituição que me formou. Todo gestor público deve honrar essa instituição, porque a saúde pública que temos hoje em Petrópolis deve muito à UNIFASE/FMP, através dessa parceria com o município", disse o vereador. "Não havia um melhor momento para fazer essa entrega do que na abertura da Semana Científica. Fico lisonjeada de receber esse reconhecimento público, mas mais do que a formalidade que tem implicações jurídicas legais, poder ouvir uma palavra daquele que tem uma tradição de vivenciar a FMP", destacou a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves. 
28 de outubro de 2025
Evento reúne especialistas para debater avanços e desafios na saúde da mulher
27 de outubro de 2025
Com projeto sobre sustentabilidade UNIFASE/FMP conquista segundo lugar