BCG é a única vacina do calendário infantil que já bateu a meta de cobertura em 2022

8 de dezembro de 2022
BCG é a única vacina do calendário infantil que já bateu a meta de cobertura em  2022

A um mês do fim do ano, dados preliminares do Programa Nacional de Imunizações

(PNI) indicam que o Brasil ainda não atingiu a meta de cobertura vacinal para a

maioria dos imunizantes do calendário básico infantil em 2022. Apenas a BCG, que

previne formas graves de tuberculose, chegou à meta de vacinar 90% dos bebês

menores de um ano no cenário nacional - embora as regiões Sul e Sudeste não

tenham atingido a meta.

 

O cenário mais grave é registrado entre as vacinas aplicadas após o aniversário de 1

ano - tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), tetraviral (que inclui a primeira dose

da varicela, além de sarampo, caxumba e rubéola) e hepatite A - que estão com

cobertura inferior a 50% da população-alvo.

 

A meta anual é vacinar 90% dos bebês menores de 1 ano com a BCG. Para a febre

amarela, a meta é 100%, enquanto para os demais imunizantes do calendário básico a

meta estipulada pelo Ministério da Saúde é 95%.

 

A tríplice viral, aplicada a partir dos 12 meses de idade, tem a menor cobertura do

calendário básico infantil. Segundo os dados disponíveis até novembro, 2 de cada 3

crianças no Brasil não completaram a imunização contra sarampo, caxumba e rubéola

ao longo do segundo ano de vida.

 

Já a cobertura dos imunizantes previstos no calendário para bebês menores de 1 ano

ficou abaixo da meta em todos os casos, mas os registros indicam maior adesão à

vacinação nessa faixa etária. A cobertura nacional contra DTP (difteria, tétano e

coqueluche), poliomielite, PCV (pneumocócica), MenC (meningite C), Hepatite B e Hib

(Haemophilus influenzae tipo B) ficou acima de 70%, mas ainda está longe da meta.

 

A proteção contra difteria, tétano, coqueluche, Hepatite B e Hib é feita com três doses

da vacina pentavalente, uma combinação da DTP com os outros dois imunizantes, e

deve ser concluída antes do primeiro ano de vida. O calendário básico também prevê

dois reforços da DTP: o primeiro com 1 ano de vida e o segundo aos 4 anos.

 

Já a BCG, aplicada ao nascer ou dentro dos primeiros 2 meses de vida, é a única

vacina do calendário que já alcançou a meta em 2022, com cobertura superior a 90%.

Na outra ponta, a vacina contra a febre amarela só chegou a 55% da população-alvo,

segundo os dados disponíveis até agora.

 

Os dados foram coletados em 28 de novembro de 2022. Para o cálculo da cobertura

vacinal em crianças menores de 1 ano, o Observa Infância considera o número de

doses aplicadas naquele ano e o número de nascidos vivos no ano corrente, segundo

o Sistema Nacional de Nascidos Vivos (Sinasc).

 

Para crianças que já completaram 1 ano, a estimativa é baseada no número de

nascidos vivos do ano anterior menos o número de óbitos de menores de 1 ano

registrados também no ano anterior, segundo o Sistema de Informações Sobre

Mortalidade (SIM). Os dados ainda podem sofrer alterações devido ao tempo

necessário para o preenchimento. Os municípios têm prazo até 2024 para finalizar os

registros.

 


O Observa Infância calcula a cobertura do grupo de vacinas indicados para a proteção

contra as mesmas doenças, o que permite acomodar as mudanças no calendário e

estabilizar os indicadores vacinais para trabalhar com a série histórica.

 

Para Patrícia Boccolini, coordenadora do Observa Infância, iniciativa de divulgação

científica do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de

Petrópolis (UNIFASE/FMP) em parceria com a Fiocruz, os dados preliminares de 2022

indicam que a tendência de queda na cobertura das vacinas do calendário infantil se

mantém este ano.

 

"2022 não é um caso isolado. Ao longo da última década, o que vemos ano após ano

é um cenário de queda constante nas taxas de vacinação. É possível que alguns

municípios ainda alcancem a meta para algumas vacinas, já que os dados ainda estão

incompletos, mas no cenário nacional dificilmente veremos uma mudança tão abrupta,

ainda mais se considerarmos a tendência dos últimos anos", afirma Patrícia Boccolini.

 

Situação nas UFs

 

Assim como no cenário nacional, a cobertura da BCG é a melhor entre todas as

vacinas do calendário infantil também nos estados. Até 28 de novembro, 16 unidades

federativas registravam vacinação acima da meta de 90%: Rondônia, Amazonas,

Roraima, Amapá, Tocantins, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,

Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul

e Distrito Federal.

 

No entanto, todos os estados registram cobertura abaixo da meta para os demais

imunizantes do calendário básico previsto até os 2 anos - com exceção do Mato

Grosso do Sul, que atingiu a meta de 95% de cobertura da PCV (pneumocócica). Já

Amazonas, Tocantins e Distrito Federal registram cobertura acima de 90% também

para a PCV, próxima da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde.

 

Além da BCG e da PCV, somente a vacina MenC registra vacinação próxima da meta

em algum estado: Mato Grosso do Sul e Distrito Federal têm coberturas superiores a

90% para a vacina que protege contra o tipo de meningite bacteriana mais frequente

no Brasil.

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