Projeto "Comunidade que Cuida da Vida" leva alunos a campo para mapear riscos e auxiliar comunidade de Petrópolis

23 de abril de 2025
Projeto "Comunidade que Cuida da Vida" leva alunos a campo para mapear riscos e auxiliar comunidade de Petrópolis

Iniciativa pioneira iniciou no bairro Estrada da Saudade e vai ser ampliado para outros pontos do município

O Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto e a Faculdade de Medicina de Petrópolis  idealizaram o projeto de extensão “Comunidade que cuida da vida”, com o objetivo de reduzir riscos e fortalecer a segurança das comunidades de Petrópolis, que sofrem há anos com impactos associados às chuvas intensas. A Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade é a primeira a receber a iniciativa, com duas equipes já treinadas para identificar e registrar unidades sensíveis a desastres e ondas de calor, através de  capacitações oferecidas pela Defesa Civil para aprender a utilizar ferramentas de geoprocessamento e aprimorar suas ações no mapeamento participativo, garantindo um trabalho conjunto e eficaz entre as diferentes áreas. A meta é concluir a coleta de dados na região até agosto, permitindo a expansão do projeto para outras localidades de Petrópolis e quem sabe do Brasil.

“A ideia do projeto surgiu após as chuvas de 2022, quando percebemos a necessidade de estarmos mais preparados, de fortalecermos o diálogo com a população e entender como as pessoas se relacionam com o território onde vivem. Por isso, estamos mapeando pontos de encontros/espera dentro das comunidades — para além dos Pontos de Apoio tradicionais indicados pela Defesa Civil — fortalecendo a rede de proteção local. O objetivo é construir, junto com a comunidade, estratégias mais eficazes de cuidado e resposta em situações de emergências, capacitando jovens e mulheres do território com noções de primeiros socorros e curativos, pois sabemos que, em momentos de desastre, os próprios moradores são os primeiros a agir”, explicou a professora Lívia Teixeira, Coordenadora do Projeto de Extensão e supervisora das Unidades de Saúde da Família próprias da UNIFASE/FMP. 


O projeto tem a parceria da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil (SEMPDEC) e a colaboração de diversas entidades, como o Ministério Público Estadual, a Fiocruz e a organização SOS Serra, ampliando a intersetorialidade e potencializando os impactos positivos na comunidade. 


“Esse é um projeto piloto inovador que qualifica os dados já coletados pelos agentes comunitários de saúde. Após a coleta e composição do banco de dados, nós cruzamos as informações relacionadas às condições gerais de saúde dos pacientes com os mapeamentos de risco que já existem. Dessa forma, conseguimos construir um plano de evacuação e resgate efetivos para casos de desastres”, explicou Vitória Custódio, geógrafa da Defesa Civil de Petrópolis.


A partir do dia 24 de abril, os estudantes de Medicina e Enfermagem, juntamente com a equipe da Unidade de Saúde da Família da Estrada da Saudade, iniciaram a coleta de informações fundamentais sobre vulnerabilidades da população, como a presença de acamados, idosos com dificuldades de locomoção e famílias que vivem em áreas de risco. Esses dados serão inseridos em mapas digitais, permitindo uma resposta mais eficiente em situações de desastres.


Para os estudantes, o projeto é também uma oportunidade de aprendizado prático e de conexão com a realidade da cidade.


“Eu acredito que esse projeto piloto vai deixar um legado e com isso motivar muitas pessoas a participarem dessa iniciativa já que precisamos pensar nas questões climáticas e socioambientais da nossa cidade. Nós temos muita demanda quando o assunto é esse e o projeto tem essa função, que é minimizar os efeitos dos desastres ambientais”, disse Wanderson Willian Agassis, aluno de Enfermagem da UNIFASE.


“Participar deste projeto de extensão está sendo muito interessante, e com isso abrindo as portas para nós alunos na medicina. É muito interessante ver a medicina numa outra perspectiva sem ser no hospital e poder conectar mais a gente com a comunidade de Petrópolis, principalmente agora em que vivemos uma crise climática”, relatou a estudante de medicina da FMP, Anna Giullia Toledo.


Saiba mais sobre o projeto no programa Conexão UNIFASE – Comunidade que Cuida da Vida, produzido pelo canal educativo da UNIFASE/FMP – TV UNIFASE. Assista: https://youtu.be/sM0QKj5MDvY



Sobre o Conexão UNIFASE
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Conexão UNIFASE apresenta histórias reais de projetos inovadores e ações transformadoras desenvolvidas por alunos e profissionais da UNIFASE/FMP. A cada episódio, temas de interesse coletivo são abordados com profundidade, reforçando o compromisso da instituição com a ciência, a educação e o impacto social.

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Estudantes extensionistas da UNIFASE/FMP e da Universidade da República (UdelaR), do Uruguai, participaram de uma vivência imersiva no Quilombo Boa Esperança, em Areal/RJ. Entre os dias 14 e 20 de julho, os alunos se dedicaram a ações de escuta, troca de saberes e construção coletiva com os moradores da comunidade quilombola. “Como extensionista uruguaio, vivenciar a relação que a UNIFASE/FMP constrói com a comunidade quilombola nos inspira a aprofundar o diálogo de experiências e saberes em uma perspectiva regional. A UdelaR reconhece a importância da colaboração e da complementaridade para refletirmos sobre o papel da extensão universitária nas sociedades do conhecimento do século XXI”, destaca Kail Márquez García, professor da UdelaR. A atividade fez parte de um projeto de extensão que já acontece há mais de um ano e teve como foco o fortalecimento de vínculos, o reconhecimento das realidades do território e o aprendizado sobre o cuidado em sua dimensão mais ampla — afetiva, social e política. Ao longo da semana, os estudantes foram acolhidos pelas famílias da comunidade, que compartilharam não apenas suas rotinas, mas também seus saberes e histórias. Ao final da vivência, os participantes realizaram uma devolutiva à comunidade, reunindo reflexões e aprendizados construídos de forma coletiva. “Foram dias de troca profunda entre o quilombo e a cidade, onde a beleza da cultura encontrou a dureza da desigualdade. Mostramos nossa resistência, nossas dores e esperanças, e plantamos em cada visitante um olhar mais humano e consciente”, explica Danilo da Silva Barbosa, quilombola. A iniciativa reforça o papel da extensão universitária como espaço de formação integral, valorizando o diálogo com diferentes contextos e promovendo experiências transformadoras dentro e fora da sala de aula. Na UNIFASE/FMP, a extensão é parte viva da formação — criando pontes entre saberes e territórios. "Vivências como essa nos lembram que a universidade não deve apenas formar profissionais, mas cidadãos comprometidos com a realidade social e preparados para escutar e construir junto", comenta a docente de Extensão da UNIFASE/FMP, Gleicielly Braga.