Estudo sugere mudança na classificação da COVID-19 para destacar os quadros de trombose na doença

3 de maio de 2021
Estudo sugere mudança na classificação da COVID-19 para destacar os quadros de trombose na doença

Desde que tiveram início os casos de contaminação pelo novo Coronavírus, cientistas e pesquisadores de todos os países se debruçaram em estudos que pudessem elucidar a ação do vírus no organismo, na tentativa de encontrar métodos de prevenção e de tratamento eficazes. Focado em entender as especificidades da COVID-19, um grupo de pesquisadores brasileiros sugere a mudança na classificação da doença, uma vez que foram identificadas particularidades de ação desse vírus no organismo diretamente relacionadas à coagulação sanguínea, na forma de trombose, que se manifesta em diversos órgãos, do cérebro ao aparelho gastrointestinal.

“No dia 20 março de 2020, montamos um grupo multidisciplinar, formado por médicos intensivistas e hematologistas, pesquisadores de área básica (farmacologia, virologia, imunologia e biologia molecular) e pesquisadores em modelagem molecular. Discutindo a COVID- 19, fomos colocando as ideias sobre a nova doença e os médicos nos enviavam informações sobre os quadros clínicos de seus pacientes. Assim, surgiu a observação de que essa doença é muito mais complexa do que imaginávamos. Em grande parte dos casos graves, o paciente evolui com trombose. O que não é usual na SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave)”, explica José Mengel, pesquisador da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) e da Fiocruz.

A observação sobre a evolução dos quadros de trombose chamou a atenção do grupo de pesquisadores, formado por especialistas de seis renomadas instituições de assistência médica e pesquisa científica: Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), Fiocruz Paraná (Instituto Carlos Chagas), Hospital Pró-Cardíaco, IOC/Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz), Inca (Instituto Nacional do Câncer) e United Health Group. Os profissionais começaram a trabalhar em cima dos dados apresentados, tentando entender a ação do novo vírus no organismo.

“Decidimos escolher os estudos focados no desenvolvimento dos quadros de trombose, para entendermos com maior clareza, pois essa hipótese ainda não tinha sido levantada, mas inegavelmente era o que estava acontecendo na beira do leito. A partir da sugestão do Dr. Rubens Costa, iniciou-se a investigação sobre quais mecanismos poderiam ser responsáveis pela indução da trombose e desenhamos um quadro com várias possibilidades”, destaca o pesquisador.

No artigo recém-publicado na revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, o grupo de cientistas defende que o novo Coronavírus seja o primeiro agente reconhecido por atuar no organismo aumentando sobremaneira a formação de trombos que podem obstruir a circulação do sangue. O estudo, baseado em pesquisas realizadas em vários países, aponta altos índices de complicações ligadas à formação excessiva de coágulos na corrente sanguínea.

“Essas possibilidades foram publicadas agora, classificando ou tentando mudar o nome da doença para Febre Viral Trombótica. Na verdade, esse nome COVID-19 é uma denominação neutra, sem nenhum carimbo. Quando temos uma doença com uma classificação que envolve um determinado fenômeno, é um aviso importante para os médicos, para que saibam que estão lidando com uma doença que potencialmente gera trombose. Há um tempo, a gente sabia que existia um estado de hiperinflamação nessa doença e todo mundo começou a trabalhar para tentar controlar esse quadro. Acontece que essa hiperinflamação também é acompanhada de uma hipercoagulabilidade do sangue, ou seja, algumas coisas que favorecem o aparecimento de trombose. A nomenclatura adequada é muito importante na área científica, pois quando se classifica a doença com base na observação, se melhora o entendimento do quadro clínico e chamamos a atenção das pessoas que estão tratando e cuidando desse tipo de doença para o ponto em que mais precisam ficar atentas”, frisa Mengel.

A COVID-19 tem algumas particularidades. Em relação aos quadros em que o paciente apresenta trombose, muitos já haviam passado pelo quadro clínico agudo da doença e só tiveram a formação de trombos meses após terem contraído a doença.

“Que a gente tenha conhecimento, essa é a primeira doença viral que causa esse tipo de alteração, com essa frequência. Tem alguma coisa na COVID-19 que, a gente ainda não entende completamente e que leva a esse tipo de padrão. Existem outras viroses que causam hemorragia, mas a COVID-19 é a primeira doença viral em que a incidência de trombose é muito alta. Essa é a primeira doença em que na maior parte dos quadros graves observa-se algum tipo de fenômeno trombótico. É uma constatação clínica frequente, que no decorrer do tempo vai levar a novas formas de tratamento. A gente já constata que esses fenômenos tromboembólicos podem ocorrer depois da fase aguda da infecção, quando alguns pacientes permanecem com sintomatologia, caracterizando uma “fase crônica da COVID”, que estamos chamando agora de COVID longa. Esta forma da patologia pode envolver fenômenos tromboembólicos meses depois da cura da fase aguda”, pontua.

O pesquisador destaca que a trombose é um quadro agudo que, se não for devidamente cuidado, pode levar à morte. Existem alguns tipos de trombose, por exemplo, na trombose venosa profunda, o trombo se forma numa veia de grande calibre e pode migrar e ocluir, por exemplo, a arteria pulmonar, impedindo toda a oxigenação do sangue e a troca gasosa.

“É extremamente interessante do ponto de vista científico, pois é uma doença que desenvolve a trombose, como uma de suas principais características. Inclusive, esse quadro pode ser prolongado depois da fase aguda e só aparecer trombos meses depois. A ideia inicial do nosso trabalho era levantar as principais hipóteses para serem testadas experimentalmente. Agora, existe uma série de laboratórios, com profissionais muito competentes, trabalhando para comprovar ou não as hipóteses levantadas neste estudo. É assim que funciona a ciência. Se não conseguirem mostrar que estamos errados, significa que podemos estar certos. A partir desses resultados, teremos uma delineação do caminho a ser seguido e uma explicação para os mecanismos o que pode levar a algum avanço terapêutico, no caminho de bloquear o aparecimento de trombose”, finaliza o pesquisador.

 

14 de outubro de 2025
O Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) recebeu profissionais da América Latina para o curso "Abordagens e Procedimentos Cirúrgicos Craniomaxilofaciais em Cadáveres Frescos", realizado no Centro de Inovação, Pesquisa e Atualização Cirúrgica (CIPAC). Cirurgiões de países como Paraguai e Argentina participaram do curso com coordenação do médico argentino Alejandro Otrosky, especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial. "Essa formação é muito importante para os profissionais de saúde porque oferece a possibilidade de praticar e usar abordagens que, em geral, são difíceis para os residentes que estão começando. Em hospitais, por exemplo, isso pode ser arriscado se você não tiver um treinamento prévio como o oferecido nesse tipo de curso", analisa Alejandro. Além de aulas teóricas, os alunos puderam praticar técnicas cirúrgicas com o uso de materiais específicos, como serras alternativas e equipamento de piezocirurgia, para o aprimoramento das habilidades em cirurgia craniomaxilofacial. "Essas técnicas cirúrgicas aumentam a habilidade manual do participante, que pode realizar as abordagens com os métodos indicados e tem todas as possibilidades de conhecer a anatomia", explica Mariano Miño, um dos professores do curso. Também vindos da Argentina, os cirurgiões bucomaxilofaciais Valentina Vignaroli e Milko Laiola escolheram fazer o curso motivados não só pelo corpo docente experiente, como também pela infraestrutura de excelência do CIPAC. "Já havia feito capacitações no Brasil e sei que aqui tem instalações de primeiro nível. Com esses cadáveres que estão em ótimo estado para a prática, podemos estudar amplamente a anatomia e realizar procedimentos cirúrgicos de uma forma mais segura em nossos pacientes", comenta Milko. "É uma experiência muito real e valiosa que vai ter um grande impacto na minha carreira e me deixar mais confiante com essas novas técnicas", completa Valentina. Internacionalização  O Centro de Inovação, Pesquisa e Atualização Cirúrgica (CIPAC) é um dos marcos do Programa de Internacionalização da UNIFASE/FMP, recebendo professores e estudantes de diversos países, especialmente da América Latina, para cursos, treinamentos e intercâmbios científicos. A instituição mantém parcerias com universidades de referência no Brasil e no exterior, fortalecendo o intercâmbio de conhecimento e o desenvolvimento conjunto de pesquisas. Entre elas, destaca-se o acordo de colaboração interinstitucional com a Universidad del Desarrollo (UDD), do Chile, que realiza atividades de capacitação e troca de experiências no CIPAC, além de promover cooperação nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. A rede de cooperação internacional da UNIFASE/FMP inclui ainda instituições como a Universidade de Amsterdã (ACTA), na Holanda; a Universidad Nacional de Quilmes, na Argentina; a Universidade do Minho, em Portugal; e a Universidad de Sevilla e Unidad Docente de Medicina Familiar y Comunidad Sector II de Zaragoza, na Espanha.
13 de outubro de 2025
Na atualidade, os eventos traumáticos estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia, seja por situações de violência, acidentes ou catástrofes naturais. Os impactos emocionais e psicológicos decorrentes dessas experiências exigem preparo técnico e sensibilidade dos profissionais que atuam na linha de frente do cuidado humano. É nesse contexto que a Psicotraumatologia se apresenta como uma especialização essencial, voltada ao estudo, prevenção e tratamento dos efeitos do trauma em diferentes áreas de atuação. Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o tema e oferecer ferramentas práticas de intervenção, a UNIFASE/FMP vai realizar no dia 21 de outubro, uma conferência gratuita sobre “Psicotraumatologia: Perspectivas e Intervenções”, destinado a médicos, enfermeiros, assistentes sociais, pedagogos, sociólogos, advogados, psicólogos, psiquiatras e estudantes dessas áreas. Para alunos da UNIFASE/FMP, o evento vale hora complementar. “A sociedade contemporânea enfrenta uma crise que aumenta a violência e gera traumas psicológicos. Essa violência, seja por desastres naturais, terrorismo, guerras ou violência doméstica, causa prejuízos psíquicos significativos. Essas situações impactam profundamente, especialmente pela proximidade com a morte, seja como vítima ou testemunha”, explica a psicóloga Marilia Dantas Van Gogh, coordenadora dos cursos de Pós-graduação em Psicotraumatologia da UNIFASE/FMP. Ela também é Ph.D. em Psicologia pela UERJ–Paris 5 Sorbonne e psicoterapeuta, com mais de 30 anos de experiência em prática clínica privada e em hospitais, além de ter atuado como professora em diversos cursos de graduação e pós-graduação. Desde 2018, mantém consultórios particulares na Bélgica (Bruxelas), em Portugal (Ericeira) e nos Países Baixos (Haarlem). O evento acontece no campus Barão, que fica na Avenida Barão do Rio Branco, 1.003, de 18h às 20h e reunirá os especialistas: Bárbara Van Gogh Dantas, Erik de Soir e Philippe Vrancken para discutir casos clínicos, estratégias de acolhimento e abordagens terapêuticas eficazes. A programação começa com a palestra “Casos Clínicos em Psicotraumatologia – Perspectivas e Desafios”, que trará relatos e análises sobre situações vividas em diferentes contextos. Na sequência, será promovida a discussão “Estratégias de Intervenção em Counseling e Psicoterapia”, um espaço para troca de experiências e reflexão sobre práticas que auxiliam no enfrentamento das consequências do trauma. Ao propor esse encontro, a professora Marília Dantas reforça que a Psicotraumatologia não se restringe à área da psicologia, mas dialoga com diferentes campos profissionais, fortalecendo a rede de cuidado e tornando o atendimento mais efetivo, ético e humanizado. “A psicotraumatologia é uma disciplina que estuda os efeitos psicológicos de eventos violentos e traumáticos, como traumas simples e complexos. Ela busca entender, prevenir e tratar traumas psíquicos, intervindo o mais rápido possível após o evento traumático para evitar que a situação se agrave. Por isso, é crucial que pessoas em contato com vítimas de eventos traumáticos saibam identificar e intervir, oferecendo primeiros socorros psicológicos para o bem-estar da vítima e, em seguida, encaminhá-la para acompanhamento adequado”, explica ela. As inscrições para o evento são gratuitas e devem ser feitas no site: https://www.unifase-rj.edu.br/evento-de-extensao/conferencia-psicotraumatologia-2025 UNIFASE/FMP lança cursos de pós-graduação em Psicotraumatologia com reconhecimento internacional É diante dessa realidade que a Psicotraumatologia se consolida como uma área essencial. Ao integrar teoria, prática clínica e estratégias de acolhimento, ela permite compreender a relação entre corpo e mente, além de oferecer caminhos de prevenção e reabilitação. Atenta a essa demanda contemporânea, a UNIFASE/FMP, em parceria com a Academia de Psicologia Integrativa e Humanística e Psicoterapia (AIHP), da Bélgica, lança dois cursos de pós-graduação inéditos, ambos com certificação reconhecida internacionalmente: - Pós-graduação em Counseling com Ênfase em Psicotraumatologia: www.unifase-rj.edu.br/posgraduacao/counseling-com-enfase-em-psicotraumatologia - Pós-graduação em Psicoterapia com Ênfase em Psicotraumatologia: www.unifase-rj.edu.br/posgraduacao/psicoterapia-com-enfase-em-psicotraumatologia
10 de outubro de 2025
Este mês marca o início de uma parceria importante entre duas instituições consolidadas em Petrópolis: o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto e a Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) firmaram um convênio com a Unimed Petrópolis, para a realização de exames de ressonância magnética no Centro de Imagem do Ambulatório Escola. Através desta parceria, os beneficiários da Unimed Petrópolis passam a contar com o Ambulatório Escola como unidade de prestação de serviços da cooperativa. "Vamos atender os beneficiários da Unimed Petrópolis, como também beneficiários de outras operadoras do sistema Unimed que têm cobertura contratual na região", explica o Diretor Administrativo do Ambulatório Escola, Aluisio Pinheiro. Inaugurado em 2024, o Centro de Imagem do Ambulatório Escola da UNIFASE/FMP, dispõe de equipamentos de ponta para exames de ressonância magnética e também tomografia computadorizada e ultrassom, além de exames odontológicos (radiografia e tomografia). Isso fez com que o serviço, que mantém o compromisso primordial da instituição, unindo ensino e assistência à população – se consolidasse como referência em diagnósticos por imagem em Petrópolis, com uma média mensal de 1.200 exames. "É uma satisfação essa parceria com a UNIFASE/FMP, através de seu Ambulatório Escola. Estamos falando de um espaço com modernas instalações que oferece exames de alta qualidade. É um prazer ter sido aluno e professor da FMP e agora voltar como parceiro numa iniciativa pioneira em Petrópolis, unindo uma cooperativa médica e uma universidade", comenta o Dr. Cláudio Sérgio Batista, Presidente da Unimed Petrópolis. "É um convênio que vai somar na formação dos nossos alunos e nesse que é um dos principais cenários que os nossos professores têm disponíveis para sua atuação. Espero que todos, nosso corpo docente e discente, demais colaboradores e clientes da Unimed Petrópolis fiquem felizes com essa parceria", acrescenta Afonso de Resende Chaves, Pró-reitor Administrativo da UNIFASE/FMP. O equipamento para exames de ressonância nuclear magnética é de ponta, de 1.5 Tesla. “Está entre os mais modernos em funcionamento na cidade. Permite a realização de exames de média e alta complexidade, como Ressonância Magnética de Coração, Angiorressonâncias Arteriais e Venosas, entre outras”, detalhou o Diretor Administrativo do Ambulatório Escola. Na ocasião da assinatura do convênio, a reitora Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves recordou a longa relação entre ambas as instituições ao mostrar uma placa fixada na reitoria, na qual a Unimed Petrópolis, junto à outras instituições da área médica, homenagearam o Jubileu de Prata da Faculdade de Medicina de Petrópolis, em 1992. Também estiveram presentes a Dra. Rosane Klôh Banger, Vice-presidente da Unimed Petrópolis; Sérgio Oliveira, Gerente de Rede Assistencial da Unimed Petrópolis, Dr. Álvaro José Martins de Oliveira Veiga, Diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, Prof. Abílio Aranha, Pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE/FMP e Claudia Barcelos, Gerente Financeira da UNIFASE/FMP.  Marcação de exames Os exames de ressonância magnética poderão ser agendados de segunda a sexta-feira, através dos canais de atendimento do Ambulatório Escola. "Realizamos exames de segunda a sexta, das 7h às 19h. Ao fazer o agendamento do exame, o paciente receberá as orientações necessárias e contará com um espaço moderno, confortável e seguro", conclui Aluisio. O Ambulatório Escola da UNIFASE/FMP está localizado na Rua Hyvio Naliato, 869 – Cascatinha. Os agendamentos podem ser feitos pelo telefone (24) 2017-9000 ou através do WhatsApp (24) 99268-5877. Este último número não recebe ligações, sendo o contato feito por meio de mensagens.